Depois de usadas, as cápsulas de café dificilmente são aproveitadas e recicladas, transformadas em matéria-prima de outros produtos. Mas um consórcio promovido pela Associação Industrial e Comercial do Café (AICC), em conjunto com várias marcas de produtores e distribuidores, lançou a rede Recaps com 200 pontos de recolha em vários municípios nacionais. São os “capsulões”, ecopontos destinados em exclusivo à recolha de cápsulas de café. Para evitar que o seu destino seja a deposição em aterro ou incineração.
O projeto RECAPS conta atualmente com 200 desses capsulões, pontos de recolha de cápsulas de qualquer marca. Encontram-se distribuídos por 12 municípios: Almada, Aveiro, Cascais, Cantanhede, Condeixa, Famalicão, Guimarães, Lisboa, Mafra, Moita, Oeiras e Seixal. Até ao final de 2025, o objetivo é ter capsulões em 20 concelhos.
Onde podemos encontrar os capsulões?
A separação dos materiais das cápsulas recolhidas será realizada por entidades recicladoras especializadas, como a Bio4plás e a Saica. O processo começa pela remoção da borra de café, que pode ser utilizada para compostagem ou como aditivo agrícola. Seguem-se o alumínio e o plástico, que, uma vez separados, são encaminhados para reciclagem, onde são transformados em novos produtos (por exemplo, no fabrico de cadeiras e mesas), enquanto o alumínio pode ser reciclado, entre outros, para criar estruturas metálicas. Para saber onde encontrar os capsulões mais próximos, pode visitar o site www.recaps.pt.
Segundo Cláudia Pimentel, secretária-geral da AICC, este projeto é “pioneiro e congrega 13 marcas para a recolha e a reciclagem de cápsulas". “Neste momento, existem já 200 pontos de recolha”, diz. Após a recolha, “as cápsulas têm sido reencaminhadas para dois recicladores, que as tratam, separando o alumínio, o plástico e a borra do café”.
A secretária-geral da AICC espera que, até ao final de 2024, mais quatro municípios – num total de 16 – se juntem a esta iniciativa. “O número de ecopontos ou pontos de recolha depende de cada concelho.” Neste momento, quase 16% da população portuguesa tem este sistema de recolha à disposição, e já foram recolhidas 22,5 toneladas de cápsulas, de acordo com informação do site do projeto Recaps.
Além das possibilidades de reaproveitamento da borra do café, os restantes materiais que compõem as cápsulas podem servir de matéria-prima ao fabrico de outros produtos: o plástico pode ser aproveitado para fazer mesas e cadeiras de esplanada, porta-guardanapos, caixotes de lixo, pentes, entre outros. O alumínio pode ser usado para estruturas e bacias metálicas, canetas, entre outros.
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