De que falamos, quando falamos de sustentabilidade? O desenvolvimento sustentável pressupõe que a resposta às necessidades do presente não pode comprometer a capacidade das gerações futuras de atender às suas próprias necessidades. Ou seja, que o futuro deve ser sempre considerado, quando tomamos decisões sobre o presente.
Assim, o propósito da Sustentabilidade é conjugar as necessidades humanas com as do mundo natural, procurando que coexistam em harmonia.
Nos dias que correm, o consumismo é parte integral do modo de vida moderno e urbano. Um modo de vida que impulsiona maior exploração dos recursos naturais para satisfazer níveis de conforto e exigência crescentes.
Deve, isso sim, ser uma preocupação de toda a Humanidade, tendo em conta que todos os anos, gastamos mais 40% de recursos – muito mais do que conseguimos repor – e isso tem de mudar. A solução é encontrar um equilíbrio entre o nosso progresso tecnológico e económico e a necessidade de proteger os ecossistemas e a humanidade.
A definição dos três principais pilares do desenvolvimento sustentável remonta à Earth Summit de 2002, onde se estabeleceu que o desenvolvimento económico, social e ambiental são os principais vetores da sustentabilidade.
Consiste na capacidade de uma organização gerir a sua atividade e criar valor, enquanto cria benefícios sociais e ambientais para trabalhadores, acionistas e para a sociedade no geral. Isso implica esforços adicionais, que vão além do mero cumprimento das leis ambientais, e assenta no investimento em capital humano, em tecnologias ambientalmente responsáveis e numa relação mais profunda e produtiva com a comunidade em que se insere.
O objetivo destas atividades é, naturalmente, promover o consumo eficiente de recursos naturais, a prevenção da poluição, melhorar as políticas de gestão ambiental e impulsionar a criação de produtos e serviços ambiental e socialmente responsáveis.
No centro da sustentabilidade social está o respeito pelos direitos humanos e a igualdade de oportunidades de todos os indivíduos na sociedade. A verdadeira sustentabilidade social só pode ser atingida através da promoção de uma sociedade mais justa e inclusiva, capaz de distribuir os seus bens e riquezas de forma equitativa, de modo a eliminar a pobreza.
Reconhecer e respeitar a diversidade cultural, evitar toda e qualquer forma de exploração, e promover a proteção dos indivíduos contra a poluição ou outros danos causados por organizações são outros dos seus princípios. Embora nas sociedades ocidentais, exista já bastante legislação para garantir a proteção da saúde e o bem-estar das pessoas, o mesmo não se verifica em outras partes do mundo.
Outros objetivos importantes neste âmbito são: o acesso a recursos básicos sem comprometer a qualidade de vida das pessoas, a habitação sustentável e, claro, a educação. Um importante vetor no incentivo a uma cidadania ativa e consciente da importância da proteção ambiental e dos perigos de não atingirmos os nossos objetivos.
A sustentabilidade ambiental é, provavelmente, o pilar mais amplamente discutido. Nos últimos meses, temos assistido à emergência de movimentos estudantis pró-ambiente, com as greves estudantis a ocuparem o palco mediático mundial, e com a ativista ambiental Greta Thunberg no centro de todas as atenções.
A sustentabilidade ambiental preconiza a necessidade de conservar e gerir adequadamente os recursos naturais, sobretudo os não renováveis, ou os que são fundamentais ao suporte da vida. Para tal, foca-se em ações concretas para minorar a poluição do ar, da água e dos solos, e preservar a diversidade biológica.
O objetivo é garantir a proteção e a qualidade do ambiente, bem como, promover um consumo responsável dos recursos naturais. Embora seja o último pilar, é, na verdade, o principal, e o que mais impacto tem no futuro da humanidade.
Os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável foram adotados por todos os membros das Nações Unidas em 2015, com a ambição de os ver cumpridos até 2030, e pretendem envolver os líderes mundiais, os governos, instituições, empresas e cidades aos níveis nacional e local, e, claro, os cidadãos. O ambicioso conjunto de objetivos inclui:
Eliminar a pobreza e fome
Melhorar a educação e a saúde e bem-estar, e garantir o acesso à água potável e saneamento
Alcançar a igualdade de género e reduzir as desigualdades
Crescimento económico sustentável, consumo e produção responsáveis e inovação nas indústrias e infraestruturas
Cidades e comunidades sustentáveis
Ação climática que promova a vida na terra e nos oceanos
Em simultâneo, lidar com os efeitos das mudanças climáticas, poluição e outros fatores ambientais que podem prejudicar a saúde, o sustento e a vida das pessoas.
Alimentação
324k toneladas de alimentos desperdiçados anualmente pelos portugueses
Evite estragar “comida esquecida”: não encha demasiado o frigorífico e a despensa e aproveite as sobras.
Resíduos domésticos
484kg/ano/habitante destes apenas uma pequena percentagem é reciclada
Reduza o consumo de embalagens e produtos supérfluos e recicle cartão, vidro, plástico, alumínio, madeira, lâmpadas, pilhas e desperdícios alimentares.
Transportes
25%do total das emissões de gases com efeito de estufa o transporte pessoal e de produtos tem um impacto determinante na produção de CO2
Reduza a pegada ecológica usando transportes públicos, partilhados ou elétricos, e consuma sempre produtos locais.