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Pequenos equipamentos elétricos e eletrónicos: sabe mesmo onde os deixar?

Reduzir e reciclar

Especialistas

resíduos de aparelhos elétricos e eletrónicos
iStock

A maioria dos portugueses diz-se informada sobre onde depositar os resíduos de pequenos equipamentos elétricos e eletrónicos, mas, na hora da verdade, há equívocos. É o que revela um inquérito da DECO PROteste, em parceria com a ERP Portugal.

O smartphone chegou ao fim da sua vida? Ou a torradeira? Ou algo tão simples quanto uma pilha? A maioria já experimentou a dúvida de onde os deixar, cumprida a sua missão. Ou seja, tem noção de que não se trata de resíduos que, pura e simplesmente, devam acabar no lixo comum. Mas, na hora de tomarem a grande decisão de os levar para contentores apropriados, têm outra dúvida: onde estão? Quais serão os mais adequados para o efeito? Dois terços dos inquiridos num inquérito realizado pela DECO PROteste, em parceria com a ERP Portugal, consideram dispor de informação suficiente sobre como deitar fora pequenos resíduos eletrónicos (65%) ou sobre os benefícios da sua reciclagem (68%). Nesta fatia da população inquirida, os consumidores com menos de 40 anos sentem-se mais informados sobre como descartar os resíduos elétricos e eletrónicos (REEE), as pilhas e as baterias.

Seja como for, mais de 90% dos inquiridos sabem que os REEE não são lixo comum ou plástico e revelam conhecer pelo menos uma forma correta de os descartar. As pessoas com 40 anos ou mais, um nível educacional elevado e uma situação financeira confortável mostram-se mais bem informadas sobre como tratar o lixo eletrónico (78 por cento). Já os inquiridos com uma situação económica difícil ou apenas suficiente são os menos informados sobre esta matéria (apenas 51 por cento).

Resíduos devem ser separados, mas onde?

Para mais de metade dos que responderam ao questionário (59%), os REEE devem ser depositados num centro de recolha municipal. O mesmo local foi o que metade dos inquiridos indicou como destino mais adequado para as pilhas e baterias. E quase metade estava ciente de que pode devolver estes aparelhos nas lojas de eletrodomésticos onde foram (ou não) comprados, mas apenas 28% sabiam que também era possível fazê-lo para as pilhas e baterias.

E qual seria a resposta mais adequada para estas situações? A diversidade de equipamentos – que podem ir de um simples ferro de engomar a uma máquina de lavar roupa, passando por telemóveis, baterias e pilhas – não facilita a procura. Pelas suas dimensões, é óbvio que não seguem todos para um contentor em comum.

  • A ERP Portugal disponibiliza informação sobre os pontos de recolha em todo o País.

  • Na plataforma Eu Reciclo pode encontrar pontos de recolha de REEE, baterias e pilhas em todo o País.

Grandes lojas obrigadas à recolha? Sim, é verdadeiro

Do inquérito faziam parte algumas questões com a estrutura de resposta “verdadeiro-falso”. O conhecimento dos inquiridos dividiu-se quase ao meio quando se lhes perguntou se sabiam que as grandes lojas de eletrodomésticos são obrigadas por lei a recolher os equipamentos antigos e fora de uso.

E apenas 49% dos inquiridos sabiam que pagam os custos com a gestão de resíduos quando compram equipamentos elétricos e eletrónicos. Neste aspeto e no anterior, os homens estão ligeiramente mais bem informados do que as mulheres.

Quanto tempo duram os equipamentos elétricos e eletrónicos?

E chegamos a um ponto fundamental no que toca ao consumo destes aparelhos. Quanto tempo duram, funcionais, nas nossas mãos? E, sobretudo, o que lhes fazemos quando deixam de funcionar? Pelo menos três quartos dos inquiridos substituíram ou deixaram de utilizar um produto eletrónico nos últimos quatro anos:

  • 81% referiram os pequenos eletrodomésticos;

  • 77%, os pequenos equipamentos hi-tech (telemóveis, por exemplo);

  • 76%, os acessórios eletrónicos e componentes;

  • 93%, as pilhas e baterias.

Que destino tiveram os equipamentos sem uso?

O que fizeram os inquiridos aos aparelhos que deixaram de utilizar? Vinte e um por cento colocaram os pequenos equipamentos num recipiente específico para lixo eletrónico. A mesma percentagem de participantes no inquérito entregou-os num ponto de recolha de uma loja de eletrodomésticos, e 15% num centro de recolha municipal. Cerca de um em dez inquiridos colocou-os no lixo indiferenciado ou no ecoponto das embalagens.

Os pequenos equipamentos hi-tech foram mantidos em casa por 37% dos inquiridos, mesmo que tivessem deixado de os usar. Só 11% os colocaram num recipiente específico para lixo eletrónico; 13% entregaram-nos numa loja da especialidade; e 10% no centro de recolha municipal. O lixo indiferenciado ou o ecoponto das embalagens (local inapropriado para este efeito) foi opção para 5 por cento.

Quanto a acessórios e componentes eletrónicos, 26% mantiveram o equipamento em casa, mesmo que tivessem deixado de o usar. O recipiente específico para lixo eletrónico foi o destino escolhido por 17% dos inquiridos. Dezasseis por cento entregaram-no numa loja da especialidade, e 9% num centro de recolha municipal. Dezasseis por cento dos inquiridos colocaram-no no lixo indiferenciado ou no ecoponto das embalagens.

As pilhas e baterias tiveram um destino mais feliz: 53% dos inquiridos colocaram-nas num recipiente específico e apropriado, e 10% num recipiente específico para lixo eletrónico. Dez por cento colocaram-nas no lixo indiferenciado ou no ecoponto das embalagens.

Abertos a incentivos

O inquérito também mediu o grau de abertura dos consumidores participantes a sistemas de incentivo financeiro no ato de entrega. À semelhança dos depósitos de garrafas de vidro de que os mais velhos certamente se recordarão, muitos aceitariam fazer uma espécie de depósito no ato de compra que correspondesse a uma devolução no ato de entrega.

Para smartphones e pequenos eletrodomésticos, a maioria dos inquiridos estaria disposta a pagar um depósito de até 5 euros. Para computadores, o dobro deste valor e, para pilhas e baterias, até 1 euro. O sistema já começou a ser aplicado a embalagens de bebidas, sobretudo nas grandes superfícies. Será também alternativa para este tipo de resíduos? É apenas mais uma de muitas questões para o futuro, para as quais este inquérito também contribuiu.

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