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Alimentos a granel: poupe o ambiente eliminando as embalagens

Estilo de vida

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Alimentos a granel
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A DECO PROteste Sustentabilidade recomenda que leve as suas próprias embalagens para comprar alimentos a granel, reduzindo a produção de resíduos.

Numa altura em que as casas estão equipadas com frigoríficos e congeladores, e os alimentos são embalados com uma data de validade mais ou menos prolongada, a quem pode interessar a compra de alimentos a granel?

Cenários em que comprar alimentos a granel pode ser vantajoso

Imaginemos uma pessoa a viver sozinha. Não costuma consumir feijão-encarnado mais de duas a três vezes por mês. Uma embalagem de 500 gramas desta leguminosa seca poderá durar-lhe várias semanas. Ao comprar, por exemplo, metade da quantidade, gasta menos dinheiro de cada vez. Caso viva numa casa pequena e que tenha pouca arrumação, não acumular alimentos que cozinha apenas esporadicamente pode ser outra mais-valia. 

Serão as famílias pequenas as únicas a beneficiar de comprar ao peso? Depende do produto. 

Podemos agora pensar numa casa com cinco pessoas. O jantar vai ser frango de caril, um prato que não é habitual para esta família. Compram uma embalagem de 50 gramas da especiaria e cozinham a refeição. O resto é guardado no armário até uma próxima oportunidade... que pode ser já depois de ultrapassada a data de validade. Neste caso, compensará comprar uma quantidade mais pequena, o que evita o desperdício.

Diferenças de preços mínimas justificam opção mais sustentável 

A DECO PROteste realizou um estudo comparativo entre a compra de alimentos a granel e embalados. O cabaz analisado foi composto por produtos de quatro categorias:

  • leguminosas – feijão-branco, feijão-encarnado, grão-de-bico e lentilhas verdes;

  • frutos secos – amêndoa torrada sem pele, avelã torrada, caju torrado e metades de noz;

  • ervas aromáticas e especiarias – cidreira para infusão, pimenta-preta em grão, caril e manjericão em folhas seco;

  • cereais – bulgur, cuscuz, millet e flocos de aveia.

A organização constatou que o preço por quilo dos produtos varia muito entre lojas e também dependendo de estar embalado ou a granel. No entanto, ao comparar o preço médio da totalidade do cabaz, concluiu que a compra a granel permitiu uma poupança de 10% face aos produtos embalados.

Adicionando à poupança de dinheiro o argumento ambiental, o granel faz ainda mais sentido. Os alimentos embalados levantam o problema da produção de resíduos, quando a embalagem é descartada. Cada europeu gera, em média, 177 quilos anuais de resíduos de embalagens. 

No caso do cabaz analisado, foi contabilizada a produção de resíduos ao comprar quantidades idênticas dos produtos: 500 gramas de cada leguminosa e cereal, 150 gramas de cada fruto seco e 50 gramas de cada erva aromática e especiaria.

Nos alimentos embalados, a produção foi de 71 gramas de resíduos (plástico e papel), optando por embalagens mais pequenas e, no caso das especiarias e ervas aromáticas, por recargas em vez de frascos de vidro. Ao comprar a granel utilizando os envelopes disponibilizados nas lojas, a produção de resíduos diminuiu para 51 gramas

Reduzir a pegada ambiental

Levar os seus recipientes para comprar a granel evita a produção de resíduos

Mas o granel permite chegar a zero gramas de resíduos, se o consumidor levar os recipientes para encher. Pergunte previamente se o comerciante o permite.

Rita Rodrigues, responsável de relações institucionais da DECO PROteste, defende que, por uma questão de sustentabilidade, usar os recipientes levados pelos consumidores deve ser a regra. Os comerciantes que vendem a granel devem admitir esta possibilidade, e até incentivá-la.

No entanto, Rita Rodrigues considera que é necessário garantir que a tara é descontada, para que o cliente não acabe por pagar o peso do recipiente junto com o produto. Ao comprar, assegure-se de que o peso do recipiente não é incluído na pesagem total com o produto.

A DECO PROteste considera igualmente que a disponibilização de mais informação é necessária para melhorar esta forma de venda. Tal como nos alimentos embalados, é essencial que sejam indicados dados como a data de validade, os alergénios, a origem e as condições de conservação dos produtos.

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