Fundos PPR e seguros PPR: quais as diferenças
São os dois produtos de poupança para a reforma, mas enquanto os seguros PPR garantem o capital e têm um rendimento mínimo, os fundos PPR têm mais risco, mas uma rentabilidade potencial mais elevada. Saiba como distingui-los e investir bem.
- Especialista
- António Ribeiro
- Editor
- Myriam Gaspar e Filipa Nunes

Há vários produtos de poupança para a reforma. Os PPR são os mais populares devido à diversidade. Há PPR sob a forma de seguro de capitalização, a esmagadora maioria, que garantem, por norma, o capital e proporcionam um rendimento mínimo; e há PPR sob a forma de fundo de investimento, geralmente sem capital garantido, que investem uma parte em ações e têm, por isso, mais risco.
Se já tem um plano poupança-reforma, mas não sabe se é um bom produto ou se está a proporcionar um bom rendimento, visite o nosso comparador de PPR, onde constam quase 700 PPR, na maioria sob a forma de seguro. Compare com as nossas recomendações e saiba quanto poderia ganhar mais se seguisse os nossos conselhos.
As diferenças entre fundos e seguros PPR
Optar por um PPR sob a forma de seguro ou fundo de investimento é escolher caminhos muitos diferentes. Têm regras distintas no que diz respeito à transparência da informação, ao rendimento, à carteira de investimento e comissões, como se sintetiza no quadro abaixo. A entidade supervisora dos seguros pouco tem feito para promover a transparência. Conheça as diferenças entre os dois.
Seguros PPR | Fundos PPR | |
---|---|---|
Capital garantido | Sim, mas há exceções | Não, mas há exceções |
Rendimento garantido | Sim, mas há exceções | Não |
Informação online | Escassa | Disponível no site da entidade comercializadora |
Divulgação do rendimento | Anual | Diária |
Potencial de rendimento | Baixo (por regra, acompanha as taxas de juros) | Elevado (depende da percentagem de ações na carteira) |
Comissão de gestão | A prática do mercado é não deduzir a comissão ao rendimento | O rendimento é líquido |
Informação técnica escrita | Condições pré-contratuais da apólice | Prospeto, Informações Fundamentais ao Investidor (IFI) |
Entidade supervisora | Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões | Comissão do Mercado de Valores Mobiliários |
No mercado abundam muitas dezenas de PPR disponíveis para subscrição e algumas centenas que já não permitem novas subscrições. As políticas de investimento são muito diversas. Uns são mais conservadores, moderados ou agressivos, consoante o investimento em ações. Outros têm capital garantido e até um rendimento mínimo, mas nem todos. Mas todos têm a vantagem de permitirem o resgate sem penalizações em várias situações além da reforma: desemprego de longa duração, doença grave, incapacidade para o trabalho e até pagar a prestação da casa.
Podem ainda ser facilmente transferidos para outro PPR sem custos, se não tiverem garantia de capital. Caso tenham, os encargos estão limitados a 0,5% sobre o capital a transferir.
A vantagem principal destes produtos é, no entanto, permitirem a criação de um complemento para a reforma a partir de pequenos montantes ajustáveis à possibilidade de cada um. Com as pensões a minguarem, é essencial iniciar essa poupança cada vez mais cedo, de preferência quando se começa a vida ativa.
Os fundos PPR mais rentáveis
A maior parte dos portugueses posssui PPR sob a forma de seguro por terem o capital garantido. São, contudo, menos rentáveis do que os fundos PPR. No conjunto dos 58 fundos PPR analisados por nós, o rendimento médio foi de 5%, em 2021. Com a queda das bolsas no primeiro semestre de 2022, as rentabilidades sofreram, contudo, um forte abalo. Não há motivos para entrar em pânico, pois trata-se de uma aplicação de longo prazo. Ou seja, não há motivos para evitar estes produtos. Bem pelo contrário.
Como referimos, os PPR sob a forma de fundo são uma boa opção para multiplicar a poupança a longo prazo, já que o seu potencial de rendimento é mais elevado devido ao investimento parcial em ações. Os ganhos podem ser bastante superiores às perdas. Para selecionar os melhores, é preferível usar um período mais alargado de forma a ter uma maior precisão a avaliar a eficiência das entidades que os gerem. Atualmente temos três Escolhas Acertadas, e os nossos subscritores podem aceder a condições vantajosas.
Poupar para a reforma sem risco
Se não lida bem com o risco e faz questão de não perder um cêntimo do dinheiro que aplica, ou se está a 10 anos ou menos da idade em que pensa reformar-se, opte por um PPR sob a forma de seguro com capital garantido e um rendimento mínimo. Estes planos poupança-reforma são mais estáveis, mas o rendimento é modesto. Este é o preço a pagar pela segurança. Conheça os seguros PPR mais rentáveis e beneficie dos nossos protocolos, para não pagar comissões de subscrição e de resgate.
Já a comissão de gestão, que é a remuneração da seguradora pela gestão do fundo (1,2% ao ano), terá sempre de suportar. Aliás, a desvantagem dos seguros, à qual não escapa a nossa Escolha Acertada, é a não dedução da comissão de gestão no rendimento divulgado anualmente. Infelizmente, este é um procedimento comum nos produtos sob a forma de seguro (e em alguns fundos de pensões), o que dificulta a comparação com os PPR sob a forma de fundo de investimento, os quais apresentam sempre o rendimento deduzido dessa comissão.
Que produtos de reforma escolher?
São os PPR sob a forma de fundo que têm o verdadeiro condão de multiplicar a poupança a longo prazo. Como investem parte da carteira em ações, o potencial de rendimento é bastante superior ao dos PPR sob a forma de seguro, que apresentam rendimentos bem modestos. Como não há bela sem senão, os fundos PPR têm algum risco e, em geral, não garantem o capital, sendo indicados para quem ainda está a mais de 10 anos da idade em que se tenciona reformar. Por isso, recomendamos apenas a quem tem menos de 57 anos.
Além dos PPR, há também fundos de pensões, Certificados de Reforma e alguns planos mutualistas especificamente orientados para a acumulação de um pé-de-meia para a reforma. Mas são produtos com menos interesse, quando comparados com os PPR, no que respeita ao rendimento, liquidez e até complexidade. Por exemplo, os fundos de pensões têm regras mais complexas, e os Certificados de Reforma não têm qualquer liquidez.
Este ano foram oficialmente lançados os Produtos Individuais de Reforma Pan-Europeus (PIRPE), uma espécie de "PPR europeu", que permitem continuar a contribuir para o seu complemento de reforma mesmo que mude para outro Estado-membro. Contudo, ainda não têm grande expressão no mercado.
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