Cartões de memória menos rápidos do que prometem
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Testámos nove cartões de memória microSD, úteis para quem tem smartphone, tablet ou máquina fotográfica. Encontrámos algumas diferenças significativas entre velocidades anunciadas e medidas.

As nossas atenções focaram-se nos populares cartões de formato microSD (versão reduzida dos SDHC), os únicos que são usados em smartphones, devido às suas dimensões. Além disso, todos eles são fornecidos com adaptadores, que permitem a sua “transformação” em cartões SD vulgares (para uso numa máquina fotográfica, por exemplo).
Além de verificarmos se há desvio entre os valores anunciados e os verificados na prática, avaliámos a vantagem destas velocidades acrescidas e se o equipamento usado (PC ou leitor de cartões) tem influência significativa nas velocidades de transferência obtidas, para sabermos até que ponto o USB3.0 faz a diferença.
Testámos dois tipos de utilização:
- transferência de ficheiros para o PC (por exemplo, copiar as fotos da máquina fotográfica para o PC);
- velocidade de escrita máxima no cartão. A menos que use os cartões igualmente para transporte de dados (como uma pendisk), a escrita (gravação de dados) no cartão é feita pelo aparelho onde este é usado (por exemplo, na máquina fotográfica ou câmara de vídeo).
Descodifique o dialeto dos cartões para escolher
Existe uma grande diversidade de cartões disponíveis no mercado, onde se destaca nomes ou valores diferentes, como “Pro”, “Ultimate”, “1800x”, “90MB/s”. A maioria dos consumidores não percebe estas indicações. Neste dialeto dos cartões SD, é importante perceber que além das velocidades máximas anunciadas, os cartões estão organizados por classes de velocidades, um sistema estandardizado de rating que nos diz a velocidade mínima garantida a qualquer instante.
A cada classe corresponde um determinado valor em MB/s (Megabytes por segundo). E esses valores costumam ser bem mais reduzidos do que as velocidades máximas anunciadas. Ou seja, um cartão de classe 10 supostamente nunca deverá apresentar uma velocidade de escrita abaixo dos 10 MB/s. Isto garante que no processo de gravação de vídeo, por exemplo, não existam falta de dados, o que seria imediatamente visível nas gravações.
Prometer muito, mas cumprir pouco
A velocidade de escrita de ficheiros no cartão pode ser fulcral para quem pretende fazer, ocasionalmente, o disparo contínuo de fotografias ou vídeos de grande dimensão (como é o caso da gravação de vídeos 4K). Quanto maiores os ficheiros produzidos, maior a necessidade de ter um cartão de memória rápido.
No caso do vídeo, se gravar num formato 4K que não seja muito comprimido, a largura de banda necessária é elevada e a velocidade de escrita tem de acompanhar. Nas fotos é um processo mais complexo, se não usar disparo contínuo. Neste caso, não precisa de um cartão tão rápido na escrita, porque as máquinas fotográficas têm sempre a chamada memória buffer que trata disso – escrevem primeiro para essa memória intermédia (que é rápida) e só depois disso transferem para o cartão de memória. Se usar disparo contínuo, a rapidez do cartão ganha maior importância. Nessa situação, depende da velocidade do disparo e do tamanho de cada foto. Em fotos de elevada dimensão, o buffer vai encher rapidamente – a menos que a transferência do buffer para o cartão de memória seja suficientemente rápida (quando o buffer encher, o disparo contínuo e interrompido.