Antivírus gratuitos quase tão eficazes quanto versões pagas
Início
Os antivírus para Windows estão mais competentes a identificar e bloquear as ameaças ao computador. A Escolha Acertada, que é um produto gratuito, está apenas a 1% da qualidade mais elevada no teste.
- Especialista
- João Miguens e José Almeida
- Editor
- Inês Lourinho

A DECO PROTESTE comparou em laboratório a eficácia de 16 antivírus para Windows, e a grande maioria deu provas de capacidade na deteção e no bloqueio de diversas ameaças para o computador, como phishing, malware de todo o tipo e páginas web maliciosas. O teste revelou, aliás, uma eficácia crescente destes produtos, incluindo das versões grátis. A Escolha Acertada, com custo nulo, está a 1% da qualidade máxima alcançada no teste. Porém, já se sabe, o gratuito tem sempre um preço: publicidade e menos (ou nenhumas) funções adicionais são os itens da fatura a pagar, ainda que, na Escolha Acertada, as mensagens promocionais não sejam intrusivas. Veja os principais resultados do teste a antivírus.
Versões gratuitas são opção interessante
Ficheiros com vírus foram 30 mil, as páginas web de phishing somaram 600, enquanto as páginas com outro tipo de software malicioso se fixaram na marca dos trezentos. Repartiram-se desta forma as ameaças preparadas pela DECO PROTESTE em laboratório para pôr à prova a eficácia da vacinação. Como habitualmente, analisou ainda a função antiphishing dos navegadores mais comuns, tanto na versão Windows, quanto na Mac, para verificar se era suficiente. E a recomendação mantém-se: não sendo a proteção dos browsers eficaz, o melhor é resguardar o computador também com um antivírus capaz de combater o phishing.
Metade das opções testadas oferece excelente desempenho global, posicionando-se neste lote até produtos gratuitos, um dos quais merecedor do título de Escolha Acertada. Desconfia da largueza da esmola? Não há motivo. As empresas que desenvolvem os programas gratuitos têm interesse em que sejam instalados num vasto número de computadores, para constituírem grandes bases de dados atualizadas. Com esse intuito, cedem aos particulares versões a custo zero. O seu negócio assenta nas versões pagas destinadas a empresas e profissionais, ou a particulares que desconheçam a existência destes programas, desconfiem da sua proteção ou desejem funções adicionais. Alguns extras podem ser úteis, como o controlo parental, a VPN, que permite ligações de rede protegidas, ou os gestores de passwords, todos possíveis de encontrar em programas em separado e, por vezes, até sem encargos. Claro, tudo fica mais cómodo se forem concentrados num único programa.
Microsoft Windows Defender continua sem bloquear o phishing
Mesmo com software gratuito e de bom desempenho, justifica-se o trabalho de instalar um antivírus, quando os computadores com o Windows trazem já o Microsoft Windows Defender, destinado a garantir a segurança da máquina? A resposta é “sim”. As habilidades do Defender estão agora mais apuradas, com o bloqueio de todos os sites com malware a que foi exposto no teste, todo o ransomware e quase todo o malware copiado para o computador (99,95 por cento). Mas a DECO PROTESTE verificou que persiste uma falha: o phishing passa-lhe inteiramente ao lado. Além disso, gera mais falsos positivos do que o desejável, ou seja, emite alertas face a ameaças que não existem. Quando tal ocorre com frequência, o utilizador pode começar a ignorar os avisos, mesmo nas situações em que se justificam. O Defender demonstra, igualmente, dificuldade a identificar vírus desconhecidos. Estes vírus novos ainda não estão identificados na base de dados dos antivírus, mas podem ser detetados pelo seu comportamento.
Na prática, para escapar à instalação de um antivírus mais competente, mantendo o Microsoft Windows Defender, há que optar por um navegador com bons predicados contra o phishing, e esse não é o Google Chrome, o mais popular dos browsers. Os ensaios da DECO PROTESTE mostram que, no caso do Windows, as melhores opções para casar com o Defender são o Mozilla Firefox e o Microsoft Edge.
Um antivírus é bom, dois é demais
Um comportamento responsável, capaz de driblar os esquemas online, pode ajudar a manter o computador ao largo de problemas. Mas não é suficiente para contornar a necessidade de um antivírus, sobretudo se o sistema operativo for o Windows. A boa notícia é que há antivírus gratuitos com desempenho quase idêntico ao revelado pelas versões pagas de uma mesma marca. É o caso da Bitdefender, da Avast e da AVG. Se teme que o antivírus torne mais lento o passo da máquina, é uma possibilidade real. Mas trata-se de um pequeno inconveniente, pois o antivírus não atrapalha grandemente o desempenho da maioria dos modernos computadores.
Já se convenceu da utilidade do antivírus? Saiba agora que, se um destes antídotos faz bem ao computador, dois não fazem necessariamente melhor. Deve usar apenas um de cada vez, para os programas não entrarem em conflito. Portanto, se quiser experimentar versões gratuitas, não se esqueça de desinstalar a anterior antes de avançar para a seguinte.
Segundo aviso: certifique-se de que não instala uma versão de teste, pensando ser um produto grátis. Os antivírus a custo zero não exigem a indicação dos dados do cartão de crédito, enquanto, em muitas situações, o período experimental dos que são pagos depende dessa informação. Mas, atenção, as opções grátis nem sempre são fáceis de encontrar no site do fabricante, por vezes, ficando escondidas num recanto menos acessível.
Ainda um terceiro alerta: quase todos os antivírus pagos permitem a renovação automática, sem a aprovação do utilizador. Desative este automatismo, na medida em que o desempenho dos antivírus sofre grandes alterações. É bem possível que, no próximo comparativo, as recomendações da DECO PROTESTE recaiam sobre outro produto mais interessante ou mais barato. Ou até mesmo gratuito.
O conteúdo deste artigo pode ser reproduzido para fins não-comerciais com o consentimento expresso da DECO PROTESTE, com indicação da fonte e ligação para esta página. Ver Termos e Condições. |