Deixar de fumar com medicamentos e outras estratégias

Substitutos da nicotina ajudam a parar
Para diminuir a vontade de fumar e os problemas que advêm de parar de fumar (irritabilidade, frustração, falhas de concentração, etc.), há medicamentos não sujeitos a receita médica (ou seja, de venda livre) que fornecem nicotina ao organismo.
A terapêutica de substituição de nicotina é, sobretudo, para quem tem uma dependência forte ou muito forte. Em geral, os fumadores mais dependentes precisam de doses superiores de nicotina e de um tratamento mais prolongado. No caso de fumadores motivados para deixar de fumar e com elevado grau de dependência, a utilização de terapêutica de substituição de nicotina pode aumentar em 50% a 70% a taxa de abandono.
Os substitutos da nicotina podem ter alguns efeitos secundários – como dores de cabeça, insónias e vertigens –, mas nada de muito grave. Grávidas, mulheres que amamentam e doentes cardiovasculares devem consultar o médico antes de iniciar o tratamento. Os medicamentos de nicotina estão mesmo contraindicados nas quatro semanas a seguir a um enfarte do miocárdio, em caso de angina de peito instável, de arritmias graves e acidentes cerebrovasculares recentes.
É sempre aconselhável dizer ao seu médico que está a deixar de fumar e que pensa utilizar os substitutos de nicotina. Este pode ajudá-lo a escolher o produto que mais convém e dar-lhe informações e conselhos.
Gomas de nicotina para mascar
Trata-se, basicamente, de pastilhas elásticas com nicotina, cuja dosagem recomendada é baseada no grau de dependência. Deve mascar uma goma de cada vez que sinta necessidade de fumar. Geralmente, no início do tratamento, pode mascar uma a duas gomas, com intervalos de uma a duas horas nas primeiras seis semanas. Neste período, para conseguir uma maior eficácia neste processo, é aconselhável a utilização de pelo menos dez gomas por dia para obter maior eficácia na cessação. A redução deverá ser feita entre a sétima e a nona semanas até à decima segunda semana.
As gomas de nicotina devem mascar-se lentamente até notar um sabor forte. Nessa altura, deixe de mastigar e coloque a goma junto à bochecha até o sabor se atenuar. Em seguida, recomece a mastigar lentamente. Quando o sabor acabar, deve parar. A goma deve ser utilizada durante 30 minutos, para que a nicotina seja totalmente absorvida. Como efeitos secundários, podem surgir irritações da mucosa da boca, soluços e dor nos músculos do maxilar.
Pastilhas de nicotina para chupar
Deve chupar uma pastilha de nicotina quando sentir necessidade de fumar. A terapêutica deve ser iniciada com um consumo de 8 a 12 pastilhas de 1,5 miligramas por dia, nunca excedendo as 20 pastilhas. A duração desta fase é de cerca de três meses, mas pode variar de acordo com a resposta individual. Depois, pode reduzir o número consumido diariamente.
A pastilha é colocada na boca para se dissolver de forma gradual. Os efeitos secundários mais comuns são aumento de salivação, alterações digestivas ligeiras e soluços.
Adesivos de nicotina
Os adesivos de nicotina fornecem nicotina através da pele durante 16 ou 24 horas. Habitualmente, o tratamento prolonga-se entre 8 a 14 semanas.
Estes adesivos podem provocar reações cutâneas, em geral, ligeiras. Se ficar com a pele irritada, o melhor será aplicar o adesivo numa zona diferente todos os dias. Caso tenha perturbações do sono, opte por adesivos de 16 horas.
Pulverização bucal para fornecimento de nicotina
Este método permite o fornecimento de nicotina por via oral, através de um sistema de pulverização bucal. Para aderirem a esta terapêutica, as pessoas devem parar de fumar completamente e podem fazer uma ou duas pulverizações nas alturas em que tiverem mais vontade de fumar, consoante a fase em que se encontrarem na desabituação tabágica.
Podem ser feitas até duas pulverizações de cada vez, mas não mais do que quatro por hora. A partir da sétima semana de tratamento, é necessário começar a reduzir o número de pulverizações por dia. As reações adversas no local de administração são semelhantes às observadas com outras formas administradas por via oral (irritações da mucosa, aumento da salivação, etc.).
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