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Jorge
Duarte
Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pelo ISEG.
Membro da Ordem dos Economistas.
O mundo está a envelhecer
Há um ano - 22 de dezembro de 2021
Jorge
Duarte
Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pelo ISEG.
Membro da Ordem dos Economistas.
O peso da população idosa tem vindo a aumentar, e assim vai continuar nos próximos anos, embora o nível e o ritmo de progressão variem consoante o país. Na vanguarda do “problema” estão as economias mais desenvolvidas. A prosperidade e o avanço da medicina estendem a expectativa de vida para níveis nunca imaginados, e as inerências da sociedade de consumo contribuem para a diminuição do número de nascimentos.
O Japão, adepto do ikigai, um conceito de vida de bem-estar praticado num grupo de ilhas ao sul, onde a percentagem de centenários é elevada, está no topo do ranking da população mais idosa. Quase um em cada três nipónicos está na terceira idade. Os menos recetivos à imigração enfrentam o mesmo desafio demográfico.
Quanto a Portugal, desde a viragem do século que se vem afastando cada vez mais da média da União Europeia, sendo que a situação no Velho Continente já não é muito favorável: um quinto da população tem mais de 65 anos.
A China, que durante anos adotou a política do filho único, foi um dos países que mais viram aumentar o peso dos idosos neste século, consequência do crescimento exponencial da economia.
No polo oposto, com populações mais jovens, estão, sem surpresa, os países menos desenvolvidos, como a Índia e a África do Sul. Menos de 7% dos respetivos cidadãos são idosos.
O envelhecimento das populações levanta outro problema, o da sustentabilidade dos sistemas de pensões baseados na distribuição, como sucede em Portugal. Quem vai pagar as pensões de velhice se, como indicam as projeções, houver cada vez menos pessoas ativas a contribuir para um número cada vez maior de aposentados?
Diversos estudos alertam para o inevitável colapso dos sistemas atuais, mas não há consenso sobre quando será o “fim”. Cientes do problema, os Estados têm adotado várias medidas para evitar e, sobretudo, adiar o anunciado colapso – adiamento da idade de reforma, redução dos montantes a receber, incentivos à capitalização de poupanças privadas (como os PPR), entre outros.
Eventuais soluções
O Japão, por exemplo, revela-se agora mais permissivo à entrada de imigrantes, enquanto a China aprovou este ano a política de três filhos por família, após o fracasso dos dois filhos implementado em 2016, para tentar solucionar o declínio da taxa de fertilidade.
Mas, a longo prazo, a imigração e as políticas de natalidade não são a panaceia para o problema. Imigração implica emigração e só “exporta” o problema, ao mover os mais jovens de um país para outro.
Fomentar maior natalidade é pouco sustentável se se pretende controlar a marca humana no mundo, patente nas emissões poluentes e na destruição dos ecossistemas. A população não pode crescer exponencialmente. Aliás, este é um desfecho pouco provável, assim que os países em desenvolvimento se tornarem mais ricos.
Em suma, uma economia global assente na expansão ilimitada do consumo terá os dias contados, se bem que num horizonte muito longínquo. As sociedades terão de se reinventar.
Precaver a reforma
Para já, o envelhecimento da população permite tirar duas importantes ilações. Primeiro, se quer garantir um bom nível de vida na reforma, terá de poupar regularmente, e não só através de PPR.
Sugerir estratégias para potenciar o capital é o papel da PROTESTE INVESTE. O Estado não deixará de pagar pensões, mas serão cada vez mais curtas e para usufruir mais tarde.
A segunda ilação é que os países emergentes vão continuar a ter maior potencial do que os desenvolvidos. Uma população mais jovem permite, em teoria, gerar mais riqueza. Todavia, na prática, os desafios são elevados e poucos países têm conseguido progressos assinaláveis. Logo, apesar do potencial, o investimento nos emergentes deve ser bem ponderado pelo risco.
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