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Rui
Ribeiro
Especialista em Corporate Governance pelo ISCTE.
Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pelo ISEG.
Subida dos juros trava bolsas
Há 4 meses - 8 de maio de 2023
Rui
Ribeiro
Especialista em Corporate Governance pelo ISCTE.
Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pelo ISEG.
O ritmo de subida foi mais moderado do que nos últimos meses, mas refrearam o ânimo dos investidores. Ainda assim, alguns resultados empresariais, como os da Adidas (+6,8%) e da Apple (+2,3%) e os números do emprego americano (possível aterragem suave da economia) deram alguma energia às bolsas no final da semana. O Stoxx Europe 600 perdeu 0,3% o S&P 500 recuou 0,8%. Zurique valorizou 1%.
Os anúncios dos bancos centrais foram recebidos com frieza pelas bolsas. Nos Estados Unidos, o presidente da Fed rejeitou a ideia de cortes de taxas este ano e a saúde dos bancos regionais continua a preocupar. Na Europa, a presidente do BCE mantém a perspetiva de novas subidas dos juros para acalmar a inflação, que ainda está muito alta.
O setor energético caiu 2,6%, à medida que aumentam os receios sobre a força das economias ocidentais, sobretudo se as taxas continuarem a subir. O preço do petróleo caiu para 75 dólares. É uma boa notícia para a economia, mas negativa para as petrolíferas, que perderam terreno: BP (-7,9%), Exxon (-8,2%) e Chevron (-5%). A recuperação económica da China não chegará para reativar a procura do ouro negro no imediato.
Pela positiva, o setor farmacêutico (+1%) e o setor automóvel (1,2%) fecharam em alta.
A AB InBev (-0,6%) anunciou bons números trimestrais, mas o crescimento dos volumes (+0,4%) foi fraco e a situação económica está longe de estar estabilizada. O setor de alimentação e bebidas subiu 0,5% na Europa.
Resultados não impedem queda de Lisboa
Numa semana cheia de resultados, a bolsa de Lisboa (-1,6%) foi das mais negativas, apesar dos números das empresas terem sido bons, a começar pelos dos CTT (-1,7%).
A EDP (-2,7%) teve uma melhoria significativa dos resultados no primeiro trimestre, graças sobretudo à normalização da produção hídrica em Portugal, que tinha originado prejuízos elevados em 2021 devido à seca. A EDP Renováveis (+0,2%) registou uma queda de 1% dos lucros trimestrais, com o aumento das vendas e do lucro operacional a ser ofuscado pela subida dos custos financeiros.
Já a Galp, registou uma melhoria de 62% do lucro recorrente, ligeiramente acima do esperado, graças ao aumento da margem de refinação e a menores imparidades.
Por fim, já esta segunda-feira, a Corticeira Amorim (+1%) anunciou uma descida de 1,4% das vendas, devido à unidade de negócio “Revestimentos”. Ainda assim, o resultado líquido subiu 18,2%, em linha com o previsto.
Números da semana
+199,4%
O lucro do primeiro trimestre dos CTT praticamente triplicou, superando as expectativas, a beneficiar da forte procura de Certificados de Aforro e da melhoria da margem financeira do Banco CTT devido à subida das taxas de juro.
7%
Taxa de inflação na zona euro em abril. Depois de 5 meses de queda, este valor representa uma subida face aos 6,9% de março e reforça a ideia de que as taxas de juro na Europa deverão continuar a subir para acalmar a inflação.
Top subidas
Eli Lilly +8,1%
Adidas +6,8%
Ferrari +6,8
BMW +6,0%
Zoetis +5,9%
Top descidas
Exxon Mobil -8,2%Atenor -8,0%
BP -7,9%
PostNL -6,8%
Euronav -6,5%
A semana em números
Principais Bolsas | |
Europa Stoxx 600 | -0,3% |
EUA S&P 500 | -0,8% |
EUA Nasdaq | +0,1% |
Lisboa PSI | -1,6% |
Frankfurt DAX | +0,2% |
Londres FTSE 100 | -1,2% |
Tóquio NIKKEI 225 | +1,0% |
Variação das cotações entre 28/04/23 a 05/05/23, em moeda local.
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