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Rui
Ribeiro
Especialista em Corporate Governance pelo ISCTE.
Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pelo ISEG.
Bolsas: saúde das economias preocupa
Há 4 meses - 15 de maio de 2023
Rui
Ribeiro
Especialista em Corporate Governance pelo ISCTE.
Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pelo ISEG.
A perspetiva de políticas monetárias mais acomodatícias, por parte dos bancos centrais, graças à desaceleração da inflação, é uma lufada de ar fresco nas bolsas. Mas, a desaceleração económica ou até uma recessão no final do ano, as incertezas sobre o teto da dívida nos Estados Unidos e sobre a economia chinesa aconselham cautela.
A nível micro, a confiança também foi minada por alguns resultados fracos, como foram os casos da Bayer (-8,5%), Walt Disney (-8,5%), Qualcomm (-4,7%) e Airbnb (-12,2%).
Tudo somado, as bolsas encerraram a semana passada próximas da linha de água, com o Stoxx Europe 600 a fechar inalterado e o S&P 500 a cair 0,3%. O Nasdaq (+0,4%) foi o índice mais dinâmico. Frankfurt recuou 0,3%.
O abrandamento da inflação nos Estados Unidos, em maio, deixa antever uma descida das taxas de juro de longo prazo, o que é positivo para o setor tecnológico (+0,5%), que acumula uma valorização de 19,8% (em euros) desde o início do ano. A Alphabet subiu 11,3%, a beneficiar do investimento da Google em Inteligência Artificial.
A banca europeia (-0,1%) fechou ligeiramente negativa, apesar dos bons resultados do Société Générale (+2%) e do ING (+4,3%), que corroboraram os bons números do setor apresentados nas últimas semanas.
Os receios quanto ao crescimento voltaram a prejudicar os setores mais cíclicos, como as matérias-primas (-3,3%), devido à queda dos preços dos metais, os media (-1,8%) ou os construtores automóveis (-2,6% na Europa).
Lisboa volta às quedas
A bolsa de Lisboa (-0,6%) fechou em queda pela segunda semana consecutiva e reduziu os ganhos desde o início do ano para 6,1%.
A penalizar o índice PSI estiveram, sobretudo a Sonae (-5,2%), que liderou as perdas, e o BCP (-3%) que hoje irá divulgar resultados. Ao invés, a GreenVolt (+5,7%) liderou os ganhos. Sem notícias especificas que justifiquem estas variações, a perspetiva de que o ciclo de subida das taxas de juro possa estar perto do fim penalizou o banco e beneficiou a empresa de energias renováveis, que anunciou a implementação na Polónia do seu primeiro projeto híbrido com energia eólica, solar e baterias. A EDP Renováveis também fechou em alta, a valorizar 1,6%.
A nível de resultados, só a Navigator (+0,5%) apresentou contas na semana passada, com o lucro líquido trimestral a subir 42% face ao período homólogo, em linha com o esperado, a beneficiar do facto de em 2022 terem tido uma taxa de imposto anormalmente elevada.
Números da semana
+4,9%
O lucro do primeiro trimestre dos CTT praticamente triplicou, superando as expectativas, a beneficiar da forte procura de Certificados de Aforro e da melhoria da margem financeira do Banco CTT devido à subida das taxas de juro.
+28,9%
Numa altura em que as tecnológicas voltaram à ribalta nas bolsas, o setor americano de semicondutores tem tido especial destaque e já subiu 28,9% desde o início do ano, em euros, liderando os ganhos dos setores em 2023.
Top subidas
Alphabet A +11,3%
PostNL +8,0%
Euronav +6,4
GreenVolt +5,7%
BBVA +4,9%
Top descidas
Kion Group -8,7%Walt Disney -8,5%
Bayer -8,5%
Teva Pharma -8,4%
BMW -7,6%
A semana em números
Principais Bolsas | |
Europa Stoxx 600 | 0,0% |
EUA S&P 500 | -0,3% |
EUA Nasdaq | +0,4% |
Lisboa PSI | -0,6% |
Frankfurt DAX | -0,3% |
Londres FTSE 100 | -0,3% |
Tóquio NIKKEI 225 | +0,8% |
Variação das cotações entre 05/05/23 a 12/05/23, em moeda local.
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