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BCE cumpre a sua palavra e aumenta as taxas
Há 7 dias - 17 de março de 2023Já na anterior reunião de política monetária, realizada no início de fevereiro, o Banco Central Europeu tinha anunciado um aumento de 0,5% nas suas taxas diretoras, mas também tinha informado- e isto é mais raro - que tencionava fazer o mesmo na reunião de março e cumpriu.
De facto, Christine Lagarde e os seus colegas acabam de subir a taxa de juro diretora de 3% para 3,5%. Naturalmente, é a luta contra a inflação que continua a ser a sua principal prioridade.
É certo que a inflação tem registado uma pequena tendência descendente nos últimos meses, devido à queda dos preços dos produtos energéticos.
Mas a inflação, excluindo produtos energéticos e alimentares, continua a aumentar, um sinal de que a subida muito forte dos preços está bem enraizada em todos os países da zona euro e será difícil de travar.
Os problemas provocados pela subida generalizada das taxas de juro de mercado que deixa os bancos confrontados com perdas significativas nas obrigações detidas em carteira e a crise no setor bancário dos Estados Unidos após a falência do banco norte-americano SVB não foram suficientes para levar o BCE a alterar a trajetória das taxas diretoras.
Por outro lado, o BCE está atento aos acontecimentos na frente da estabilidade financeira. Apesar de se mostrar relativamente tranquilo devido à boa capitalização do setor bancário na Europa, também afirma ter à sua disposição todos os meios necessários para injetar liquidez, em caso de haver necessidade.
Entende igualmente que quer a sustentabilidade dos preços quer a estabilidade financeira devem ambas ser asseguradas, mas que o serão em paralelo, utilizando diferentes instrumentos. Um não será sacrificado para beneficiar o outro.
Perante tantas incógnitas, o futuro da política monetária permanece em aberto e muito dependerá da evolução dos indicadores económicos que irão ser conhecidos até à próxima reunião de política monetária, que ocorrerá no dia 4 de maio.
O BCE continua a alertar para o facto de a inflação permanecer ainda demasiado elevada. No entanto, desta vez, absteve-se de antecipar os detalhes sobre a amplitude e o momento dos esperados novos aumentos das taxas.
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