Portugal voltou a adotar regras de confinamento, algo que acontece um pouco por toda a Europa. Dada a pressão sobre os sistemas de saúde há quem advogue um agravamento das medidas ou, pelo menos, um maior cumprimento das normas já em vigor.
À margem desta discussão já são certos mais danos para a atividade económica no primeiro trimestre de 2021. A profundidade dos danos é que ainda permanece uma incógnita. Trata-se de um cenário que não era totalmente evidente ainda há poucos meses.
Novas vagas de contágio eram expectáveis quando o inverno regressasse ao hemisfério norte, mas a aparentemente eficaz contenção da primeira vaga e o surgimento de vacinas permitiam encarar 2021 com mais confiança. Seria a partir do segundo trimestre que as economias iriam começar a recuperar algum do terreno perdido no ano passado.
A realidade, no entanto, está a ser bem diferente. Os números da pandemia, contágios e mortes, são muito piores do que em 2020 e é inevitável um novo trimestre perdido em termos económicos, com novas contrações do PIB. O problema é grave em Portugal mas atingirá também a Europa e boa parte do continente americano, atingindo escala global.
Economia à japonesa?
Para atenuar os problemas, os Estados e os bancos centrais têm reafirmado o seu compromisso de suporte às economias. Nos Estados Unidos, Biden avançou com um plano que, entre outras medidas, dará mais 1400 dólares a cada americano! Os défices e as dívidas vão continuar a crescer brutalmente sendo que, em muitos casos, ainda não haviam recuperado totalmente dos impactos da crise financeira de há uma década.
Será que o Ocidente caminha para uma economia à japonesa? Com envelhecimento da população, dívida gigantesca, quase deflação, reduzido crescimento e banco central omnipresente no mercado?
É, claro, que outros desfechos são possíveis mas nem todos agradáveis. Estranho é também o desempenho das principais bolsas, que parecem ignorar os riscos atuais e futuros. Não siga o mesmo caminho: mantenha a prudência e diversifique a carteira.