Muitos observadores têm referido que a atual crise sanitária em torno da covid-19 está a atuar como um acelerador de tendências já em curso. Seja o comércio eletrónico, teletrabalho, pagamentos contactless, alimentação mais saudável, deslocalização de certas produções... há inúmeros exemplos. Mas o impacto vai mais longe.
Perante a pandemia, líderes de todas as partes do mundo, mas especialmente no Ocidente, alertam para o aquecimento global, a redução da biodiversidade e o aprofundamento das desigualdades sociais.
Aumentam as vozes que defendem uma transição gradual, mas radical, para uma sociedade mais inclusiva, menos intensiva em carbono e mais amiga do ambiente.
Hoje, a fragilidade coletiva perante uma crise como a da covid-19 torna ainda mais evidente a necessidade de embarcar determinadamente na reconstrução das sociedades a partir de novas bases. Um objetivo realista ou mais uma fábula idealista?
Aspetos não financeiros atraem investidores
O Fórum Económico Mundial fez deste plano o seu tema de reflexão. Por cá, a Comissão Europeia e o seu Green Deal tornam o projeto em algo mais concreto.
Divididos entre os republicanos (bastante hostis) e os democratas (bastante favoráveis), os Estados Unidos hesitam em avançar no caminho do sustentável.
Na Ásia, 15 países acabam de assinar o maior acordo comercial, mas reformular a sociedade não parece ser a prioridade.
O certo é que os economistas estão a assumir o assunto, numa tentativa de estimar o impacto da desejada mudança no crescimento futuro de cada país.
As grandes empresas cotadas em bolsa são também cada vez mais atraídas por considerações não financeiras (ambientais e sociais) para atrair investidores em busca de um papel mais ativo. É uma abordagem sincera ou oportunista?
Mais uma vez, os analistas financeiros terão de fazer a diferença. Sem dúvida que os próximos meses e anos prometem desenvolvimentos interessantes. A descobrir nas nossas análises e assim ficar a saber quais as consequências para as estratégias de investimento.