Fed baixa as taxas para conter impacto do coronavírus

Em resposta à epidemia do coronavírus que ameaça a atividade económica, a Reserva Federal dos Estados Unidos, numa reunião extraordinária realizada hoje, reduziu a sua taxa diretora em 0,50%, colocando-a no intervalo de 1 a 1,25%. 

Umas horas mais cedo, esta manhã, já o banco central da Austrália havia reduzido a sua taxa diretora em 0,25%, para um mínimo histórico de 0,50%. E um novo corte adicional está já a ser anunciado pelas autoridades monetárias australianas, tendo em conta o impacto bastante negativo que a epidemia está a ter na economia do país.

As autoridades dos Estados Unidos e da Austrália não são as primeiras a usar a política monetária para sustentar a atividade económica. Desde o início da epidemia, o banco central da China reduziu as suas taxas de juros diretoras e injetou dinheiro para ajudar as empresas à beira da asfixia financeira.

Em fevereiro, as autoridades monetárias da Indonésia, da Rússia e do Brasil também reduziram o preço do dinheiro, claramente com o intuito de amortecer as nefastas consequências económicas do coronavírus.

Obrigações em dólares ainda atrativas

Já era esperado que a Reserva Federal norte-americana reagisse para atenuar o impacto da crise na economia, pelo que o corte de taxas anunciado hoje apenas surpreendeu por ter sido comunicada no âmbito de uma reunião extraordinária e também pela dimensão da descida. 

O dólar norte-americano tem beneficiado do seu estatuto de refúgio e, apesar da descida das taxas, o mercado de obrigações dos Estados Unidos continua a oferecer rendimentos superiores aos que são oferecidos na zona euro. Por isso continua a merecer estar presente na nossa carteira equilibrada.