- Investimentos
- Mercados e Moedas
- Notícias de Mercados e Moedas
- BCE não baixa taxas de juro
BCE não baixa taxas de juro
Há 3 anos - 13 de março de 2020Perante o impacto económico da pandemia do coronavírus (Covid-19), o Banco Central Europeu decidiu não usar a arma das taxas de juro para conter os efeitos da crise. Ao contrário da Reserva Federal dos Estados Unidos, do Banco de Inglaterra, do Banco do Canadá e muitos outros bancos centrais, o Banco Central Europeu optou por manter as taxas inalteradas.
No entanto, o BCE anunciou um conjunto de medidas para ajudar as economias da zona euro a enfrentar os efeitos da crise de saúde pública:
- colocou mais liquidez à disposição dos bancos.
- criou novas operações de financiamento direcionadas (TLTRO) para apoiar os bancos no seu financiamento às pequenas e médias empresas (PME). Para incentivar o setor bancário a fazê-lo, o BCE oferece-lhes financiamento a uma taxa de juros imbatível (-0,75%). Além disso, os valores que os bancos podem emprestar foram revistos em alta, podendo ir até 50% dos créditos concedidos - e alguns dos requisitos impostos no que diz respeito à sua capitalização serão suavizados.
- reforçou o programa de compra de ativos financeiros, atualmente em curso, no valor de 20 mil milhões de euros por mês, até ao final do ano, serão adicionados mais 120 mil milhões em novas recompras, a fim de apoiar o financiamento da economia.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, também lembrou que o programa de recompra de ativos não será encerrado até pouco tempo antes de ocorrer um primeiro aumento de taxas, que agora fica adiado: as taxas diretoras permanecerão estáveis no seu nível atual ou inferior até que a inflação se aproxime das metas do BCE.
Apesar destas medidas, Christine Lagarde não tem ilusões sobre a capacidade de o BCE conseguir por si próprio apoiar a economia da zona euro. Pelo que, a presidente do BCE insiste que a resposta ao choque de oferta e da procura que o Covid-19 representa deveria vir primeiro da política fiscal e orçamental. Segundo ela, a União Europeia precisará de estabelecer uma política fiscal e orçamental ambiciosa e coordenada de forma a minimizar, na medida do possível, o choque da economia.
Pela nossa parte, duvidamos da capacidade da UE em se mostrar ambiciosa e coordenada em termos de política fiscal e orçamental. Como na crise da dívida pública de 2012-2013, na zona euro, a atual crise de saúde pública expôs a incapacidade da Europa de falar e agir com uma só voz. Durante crises graves, quando a união deveria fazer a força, é a política do cada um por si que continua a dominar. As medidas anunciadas pelo BCE vão na direção certa, mas por si só não serão suficientes para impedir uma recessão na zona euro em 2020.
Portanto, é no cenário de recessão que continuaremos a basear os nossos conselhos sendo que se a crise de saúde não persistir durante muito tempo, com base na informação atual, esperamos que a economia da zona euro recupere em 2021.
Continuamos a investir no mercado de ações da zona euro uma parte das nossas carteiras, como fonte de diversificação e tendo em conta que o euro não implica risco cambial e que a moeda única está subavaliada em relação ao dólar.
O conteúdo deste artigo pode ser reproduzido para fins não-comerciais com o consentimento expresso da DECO PROTESTE, com indicação da fonte e ligação para esta página. Ver Termos e Condições.