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Banco da Inglaterra corta as taxas
Há 3 anos - 12 de março de 2020Numa reunião convocada de emergência, tendo em conta os níveis extremos atingidos pelos indicadores de incerteza nos mercados financeiros, devido à crise do coronavírus, o Banco da Inglaterra cortou as taxas diretoras em 50 pontos base e implementou outras medidas de apoio à economia.
Embora invocando ter pouca visibilidade sobre o impacto preciso que o Covid-19 terá na economia britânica, o Banco de Inglaterra não tem dúvidas de que a atividade económica será seriamente afetada pelas perturbações nas cadeias de abastecimentos, o que representa um risco acrescido para as finanças das empresas.
Estas medidas não se limitam, portanto, a um mero corte nas taxas de juro diretoras. O Banco de Inglaterra também criou uma linha de crédito para pequenas e médias empresas (PMEs) e ofereceu aos bancos os meios adicionais para financiar a economia, graças à redução nas reservas de capital que eles devem constituir para enfrentar possíveis crises.
O pacote de medidas anunciado parece apropriado. Certamente, os cortes nas taxas de juro diretoras não serão suficientes para evitar o choque na economia que representa o Covid-19, porque o seu impacto é sentido tanto na oferta quanto na procura: os consumidores ficarão confinados e em pânico pelo que será difícil gastarem mais apesar de terem o crédito mais barato, e as empresas com menos clientes ou com as cadeias de fornecimento interrompidas terão poucos incentivos para investir e para se comprometerem mais. Por outro lado, a criação de linhas de crédito para as PME deverá permitir que algumas delas consigam permanecer à tona, não tenham de despedir trabalhadores e possam preparar-se melhor para o esperado relançamento da atividade.
Menos margem de manobra para o Brexit
A única preocupação é que esta descida colocou a principal taxa de juro diretora em apenas 0,25%, em comparação com 0,75% anteriormente e, portanto, deixa as autoridades monetárias britânicas com pouca margem de manobra para agirem no caso de um Brexit que não seja acompanhado por um acordo comercial com a União Europeia no final deste ano.
Mas, por enquanto, as autoridades monetárias da maioria dos países querem, acima de tudo, reforçar a ideia de que estão prontas para fazer tudo o que lhes é possível para ajudar a economia nestes tempos difíceis. Resta ver o que o Banco Central Europeu poderá vir a fazer, tendo uma margem de manobra que nos parece muito pequena em termos de política de taxas de juro, mas que poderia muito bem caminhar no sentido de criar linhas de crédito para as PME.
Como muitos outros, o mercado do Reino Unido está a enfrentar um período de forte turbulência, mas acreditamos que as grandes empresas multinacionais que estão cotadas na bolsa de Londres mas que têm uma presença à escala global, estão em melhor posição para uma retoma a médio e longo prazo. As ações britânicas, portanto, continuam a estar presentes em todas as nossas carteiras de investimento.
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