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Taxas de juro dos bancos centrais a subir
Há 2 meses - 22 de novembro de 2022Os Estados Unidos são o principal mercado financeiro global, líder na subida das taxas de juro em 2022 e omnipresente nas nossas carteiras.
Por seu turno, como pode observar no quadro em baixo, a subida dos juros do Banco Central Europeu está aquém dos seus congéneres europeus.
Apenas a taxa helvética subiu menos, mas a inflação na Suíça é de apenas 3%! Com a inflação na área do euro acima de 10%, o BCE está a ser forçado a atuar de forma mais drástica.
Contudo, com os agentes económicos já assoberbados pela fatura energética, a atuação do BCE corre o risco de acentuar a crise económica.
Mas, também não pode ficar passivo e deixar as expectativas inflacionistas ganharem raízes.
Inquestionável é que a zona euro e a Europa em geral têm de digerir uma mudança energética forçada com impactos ainda difíceis de quantificar a curto e a longo prazo.
De momento, preferimos continuar afastados dos fundos de ações da zona euro, apesar das valorizações até estarem comparativamente atrativas.
Também é aconselhável diversificar o mais possível para fora da Europa.
América latina na liderança global
Tradicionalmente mais expostos à elevada inflação e aos efeitos das políticas americanas, o Brasil e o México começaram cedo o ciclo de subida dos juros e são ainda os líderes das taxas elevadas.
Uma decisão que se revelou acertada. No Brasil, a inflação recuou acentuadamente nos últimos meses. Após ter atingido 11% a 12% entre abril e junho está agora em apenas 6,5% (outubro).
No México, esse movimento é menos claro, mas o pico já deve ter sido atingido no verão. Por isso, se é provável que o Brasil tenha posto fim às subidas, o México aumentou novamente os juros em +0,75% no início deste mês.
Continuam a ser dois mercados atrativos. No âmbito de uma carteira diversificada, invista em fundos de ações mexicanas e em fundos de obrigações em reais (Brasil).
Na Ásia emergente, o panorama tem sido diferente. Dada a boa situação interna, a Índia e a Indonésia têm conseguido limitar a subida dos juros.
No entanto, sendo exportadora de commodities, a Indonésia está mais bem posicionada para manter esse rumo e continua a ser um dos nossos mercados preferidos.
Por seu turno, a Índia precisará subir mais os juros para suportar a rupia e conseguir financiar o seu défice externo. Acresce que a bolsa de Bombaim está sobrevalorizada.
Exceções orientais
Num mundo marcado pelas subidas das taxas, há duas exceções importantes. A primeira é o Japão, onde o banco central mantém a sua política ultra expansionista.
Nas últimas décadas, o objetivo foi tirar o país da armadilha da deflação (queda sustentada dos preços) e estimular o crescimento. O objetivo de manter a inflação em torno de 2%, que sempre foi uma miragem, está agora ao alcance.
De facto, a taxa de inflação homóloga até atingiu 3,7% em outubro. Um nível alto sobretudo quando há uma geração de nipónicos que nunca sequer esteve exposto às ligeiras subidas de preços típicas do Ocidente pelo que o banco central terá de mudar a abordagem.
Essa perspetiva dará, finalmente, um impulso sustentado ao iene nos mercados e contribuir para a valorização dos fundos de ações e obrigações japonesas. Ambas as categorias estão presentes nas nossas estratégias.
Na China, o que preocupa Pequim não é a inflação (2,1% em outubro), mas o forte abrandamento da economia. A comprová-lo, em contraciclo com o resto do mundo, tem vindo a cortar as suas várias taxas de referência.
De facto, dada a política de confinamentos, o país ainda não está verdadeiramente numa fase pós-covid. A vantagem é que a China tem enormes recursos para resolver problemas essencialmente internos.
O primeiro passo é novo plano para dar liquidez ao endividado setor imobiliário que foi recentemente anunciado. Os fundos de ações chinesas, presentes nas nossas estratégias, reagiram bem.
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