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- Fundos da semana: Reino Unido, Estados Unidos, China

Jorge
Duarte
Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pelo ISEG.
Membro da Ordem dos Economistas.

Em colaboração
com:
Euroconsumers
Fundos da semana: Reino Unido, Estados Unidos, China
Há 3 dias - 23 de maio de 2022
Jorge
Duarte
Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pelo ISEG.
Membro da Ordem dos Economistas.

Em colaboração
com:
Euroconsumers
Reino Unido: inflação dispara
A taxa de inflação homóloga passou de 7% em março para 9% em abril, o nível mais alto desde 1982.
É o ajustamento dos preços regulados do gás e da eletricidade que explica este brusco aumento explosivo da inflação. Mas as pressões inflacionistas não se limitam aos produtos energéticos e cobrem agora todos os bens e serviços.
Apesar da taxa de desemprego estar no nível mais baixo desde 1974, em apenas 3,7%, e de um aumento acentuado dos salários (+7%), a inflação está a atingir severamente o poder de compra das famílias britânicas e a ameaçar o consumo, especialmente para os milhões de famílias de baixos rendimentos.
Estados Unidos: crescimento das vendas a retalho
Há uma forte pressão sobre o Governo para que tome medidas para amortecer o choque inflacionista. O Banco de Inglaterra, que já aumentou quatro vezes a taxa de juro diretora, terá de continuar o seu aperto da política monetária.
A elevada inflação penalizará bastante a atividade económica do Reino Unido este ano, mas não devemos subestimar a enorme flexibilidade da economia e a capacidade dos britânicos de continuarem a consumir a todo o custo.
A bolsa de Londres tem uma significativa presença de grandes grupos internacionais, cujo âmbito de ação vai muito para além das fronteiras do Reino Unido, especialmente em sectores que beneficiam da crise como a extração de matérias-primas, energia e saúde, o que a torna particularmente interessante. Por isso, continua a merecer estar presente nas nossas carteiras recomendadas de fundos.
Em abril, as vendas a retalho aumentaram 0,9% face ao mês anterior. Apesar da subida dos preços e das taxas de juro, os norte-americanos continuam a consumir. Dado que o consumo das famílias representa dois terços do PIB dos Estados Unidos, o valor das vendas a retalho de abril foi tranquilizador.
Anuncia uma recuperação da atividade económica no segundo trimestre após o declínio surpresa registado nos primeiros três meses de 2022.
Os dados da produção industrial apontam também para uma recuperação da atividade económica após o mau início de ano. Em abril, a produção cresceu mais 1,1%.
Foi o quarto mês consecutivo de forte aumento mensal da produção industrial em pelo menos 0,8%. Globalmente, apesar da elevada inflação e dos problemas nas cadeias de abastecimento, a economia dos EUA continua a evoluir bem e deverá continuar a crescer.
As ações americanas são incontornáveis para as estratégias de investimento. Representam 5% da nossa carteira defensiva, 10% da equilibrada e até 15% da agressiva. Veja no portal as nossas estratégias de investimento.
China: a caminho de uma retração?
O aumento dos confinamentos levanta receios de um abrandamento acentuado da economia. Retidos em casa, os chineses não conseguiram consumir em abril e as vendas a retalho caíram 11,1% face há um ano.
Por causa dos confinamentos que pararam muitas atividades, a taxa de desemprego subiu para 6,1%. Do lado da indústria, a produção caiu 2,9% nos últimos doze meses, devido ao encerramento de fábricas e à fraca procura.
Temos de voltar ao início de 2020, durante a primeira vaga da covid para encontrar números piores nas vendas a retalho, produção industrial e desemprego. E na altura, a atividade económica chinesa entrou em colapso. A maioria dos analistas prevê agora uma queda do PIB da China no segundo trimestre.
A meta oficial de crescimento de 5,5% em 2022 parece estar fora de alcance. Pequim já não pode utilizar as receitas do passado como os fortes estímulos ao crédito e ao investimento para apoiar a atividade económica.
As empresas chinesas já estão sobre-endividadas. Os excessos do passado também conduziram ao excesso de investimento e de capacidade de produção que agora tem de ser absorvido.
Embora os próximos trimestres sejam difíceis, a China mantém, a médio prazo, um bom potencial de crescimento. As ações chinesas são, por isso, uma diversificação interessante nas carteiras equilibrada e agressiva.
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