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Em destaque: Axa, BlackRock, Generali, Mercedes, Pfizer, TotalEnergies
Há 2 meses - 23 de março de 2023Axa
Os termos da aquisição do Credit Suisse pelo UBS impactam bancos e seguradoras. A AXA foi clara na sua comunicação, o que é tranquilizador numa conjuntura volátil.
Segundo a administração, a seguradora francesa não está exposta aos títulos AT1 (cujo valor foi anulado com a compra do UBS) nem às ações do Credit Suisse.
Por outro lado, detém 600 milhões de euros de outras obrigações do banco suíço (que não perderam o valor). Tem também apenas 20 milhões de euros de obrigações AT1 emitidas por outros bancos.
Resta saber se terá de amortizar este montante nas contas. Por enquanto, não acreditamos que a AXA tenha de reduzir o valor desses títulos e assumir perdas. Estas obrigações são mantidas até à maturidade para satisfazer as necessidades dos tomadores de seguros, por exemplo, em seguros de vida.
No final, a AXA mantém-se sólida, tal como indicado pelo seu rácio de solvabilidade no final de 2022 (nível de capital acima dos requisitos regulamentares e dos objetivos do grupo).
Por conseguinte, mantém a capacidade de satisfazer as necessidades dos segurados e remunerar os acionistas.
A cotação da AXA recuperou à medida que diminuiu o risco nos mercados e clarificou a sua exposição ao Credit Suisse.
A Axa não parece ter qualquer risco específico e o bom dividendo não está em perigo. Ver conselho.
BlackRock
A queda dos mercados impacta a cotação da BlackRock.
A gestora de fundos e ETF não sofre, como os bancos, com a avaliação de uma carteira de obrigações, mas será afetada pela queda das cotações das empresas que detém através dos seus fundos, como o Silicon Valley Bank, no qual detinha uma participação de 5%.
Mas a queda dos mercados pesará sobretudo sobre os rendimentos da atividade (comissões). A BlackRock permanece suficientemente sólida para resistir à tempestade.
O nosso conselho permanece inalterado. Ver conselho.
Generali
A Generali fechou 2022 com uma ligeira melhoria dos resultados face a 2021 (+2,3% para 1,8 euros por ação) e confirmou os objetivos do seu plano para 2024.
Por esta razão, elevou o dividendo das contas de 2022 para 1,16 euros por ação. Observadas ao detalhe, as contas revelam pontos positivos e negativos.
O fraco desempenho dos mercados penalizou a divisão ligada à gestão de ativos e afetou também os prémios do ramo vida (apólices unit linked), mas a rendibilidade final deste negócio manteve-se satisfatória.
Já no segmento não-vida, a tendência da receita foi excelente sendo, no entanto, penalizada por uma maior incidência de sinistros.
Poucas surpresas, pelo que o conselho não se altera. Ver conselho.
Mercedes
Mais de um ano após a separação da divisão de veículos pesados (Daimler Truck Holding), a Mercedes-Benz beneficia de maior visibilidade e revela-se muito eficiente financeiramente.
Graças a uma estratégia focada na gama mais alta, o construtor germânico conseguiu aumentar os preços e as margens. O negócio automóvel (75% das vendas), que gerou uma margem operacional de 6,9% em 2019, atingiu uma margem recorde de 14,6% em 2022.
Tal coloca a Mercedes entre as mais rentáveis e à frente de concorrentes diretos como BMW (margem de 8,6% em 2022) e Audi (12,2%).
O lançamento de um programa de compra de ações próprias (4 mil milhões de euros) e um aumento de 4% do dividendo (5,2 euros por ação) são indicadores da boa saúde financeira.
Para 2023, o grupo continua a privilegiar a rentabilidade aos volumes, visando receitas idênticas às de 2022 e uma margem na divisão automóvel entre 12% e 14%.
Revemos em alta as nossas estimativas de lucros por ação para 12 euros em 2023 (antes 10,5 euros) e 12,5 euros em 2024 (antes 11 euros).
Ao apostar em automóveis de elevado valor acrescentado, a Mercedes-Benz destaca-se pela capacidade de defender as margens.
Um trunfo perante a desafiante conjuntura económica. Ver conselho.
Pfizer
Por 43 mil milhões de dólares, a Pfizer vai adquirir a Seagen, uma biotecnológica especializada na promissora terapia de "anticorpos conjugados" (tratamento direcionado de cancros).
A Seagen espera vendas de cerca de 2,2 mil milhões de dólares em 2023, impulsionadas pelos quatro produtos já comercializados (Adcetris, Padcev, Tivdak e Tukysa), mas a Pfizer conta com um potencial de 10 mil milhões em 2030 graças a novas indicações e outras moléculas promissoras.
A Seagen fortalecerá a divisão de oncologia da Pfizer, que já tem 24 produtos aprovados e gerou 12,1 mil milhões em vendas em 2022.
A Seagen também contribuirá para a meta da Pfizer de aumentar as vendas em 25 mil milhões até 2030 através de aquisições para suportar o crescimento que será prejudicado pela perda de patentes de vários importantes medicamentos.
Tendo em conta esta aquisição e as de 2022 (Biohaven e Global Blood Therapeutics), a Pfizer já acumulou um potencial de vendas de 20 mil milhões de dólares.
Por fim, a Pfizer acaba de receber luz verde nos EUA para o Zavzpret, um novo tratamento de spray nasal contra a enxaqueca da Biohaven.
A previsão para 2023 dececionou, mas a Pfizer segue o seu plano até 2030 para lidar com as importantes perdas de patentes.
A ação continua atrativa a longo prazo. Ver conselho.
TotalEnergies
A petrolífera francesa irá vender parte da sua rede de estações de serviço na Europa ao grupo de distribuição canadiano Couche-Tard.
O objetivo anunciado é permitir que a petrolífera reduza as vendas de produtos petrolíferos em 30% até 2030 e se prepare para o período que se seguirá ao domínio dos motores de combustão interna.
No início, o impacto nos resultados é insignificante. Ver conselho.
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