- Investimentos
- Ações
- Notícias sobre Ações
- Em destaque: Autodesk, Axa, Bayer, Enagas, Telefónica, Walmart
Em destaque: Autodesk, Axa, Bayer, Enagas, Telefónica, Walmart
Há 2 meses - 7 de março de 2023Autodesk
O especialista em software de design e modelização reportou resultados melhores do que o esperado em 2022/23, mas avançou perspetivas dececionantes para o exercício em curso.
Um anúncio friamente recebido pelos investidores, mas a sanção do mercado foi exagerada. O crescimento da receita e do lucro por ação diminui para +8% em 2023/24 (+14% e +31% em 2022/23, respetivamente) e as novas encomendas devem encolher 12% (+20% em 2022/23).
No entanto, a razão para este abrandamento é cíclica e, em particular, deve-se ao menor dinamismo do setor da construção nos EUA, um importante cliente da Autodesk.
Nesta conjuntura difícil, o grupo continua a ganhar quota de mercado e permanece relativamente otimista até 2025/26.
A empresa mantém a meta de crescimento anual de vendas de dois dígitos e agora visa a extremidade inferior do intervalo da previsão para a margem operacional de 38%-40% (36% em 2022/23 e 32% em 2021/22), um nível alto em comparação com a concorrência.
Reduzimos as nossas estimativas de lucro por ação: 3,8 dólares em 2023/24 e 4,5 dólares em 2024/25.
Os resultados de 2022/23 foram bons, mas as perspetivas para este exercício são dececionantes. Abrandamento do crescimento e forte diminuição das encomendas.
É uma fraqueza temporária e não põe em causa os pontos fortes da Autodesk. Ver conselho.
Axa
Desde que a conjuntura não se deteriore mais do que o esperado, a AXA excederá os objetivos do seu plano "Driving Process 2023".
Assim, o lucro operacional por ação terá aumentado 9% entre 2020 e 2023 de acordo com as nossas estimativas, contra os 7% inicialmente anunciados pela seguradora francesa.
O cash flow também estará acima das metas. Outros anúncios que surpreenderam os investidores foi o plano de compra de ações próprias no valor de 1,1 mil milhões de euros (1,6% da capitalização de mercado) e o dividendo de 1,7 euros (esperava-se 1,6).
As medidas de transformação tomaram forma em 2022. O lucro operacional por ação aumentou 12% graças à subida dos lucros (+4%), ganhos cambiais (+4%) e ao menor número de ações (+4%).
Confirmam-se as principais linhas da estratégia, como a retirada do resseguro de catástrofes naturais, crescimento dos seguros de danos e de saúde, bem como o contínuo aumento dos preços dos seus serviços.
Fatores que tornam a Axa menos sensível aos ciclos económicos. Esperamos que o lucro por ação aumente em 2023 (3,3 euros) e 2024 (3,6 euros) em comparação com 2022 (2,98 euros).
A cotação da Axa acolheu bem o pacote de notícias anunciado em paralelo com os resultados de 2022. Ligeiramente acima das expectativas, o dividendo rende cerca de 6% à cotação atual. Ver conselho.
Bayer
Depois de um bom 2022, com vendas a subirem 8,7% e um lucro operacional que avançou 26,9% graças ao desempenho da CropScience (pesticidas e sementes), a gigante farmacêutica e agroquímica antecipa uma queda dos lucros em 2023.
Tal deve-se aos elevados custos de produção (matérias-primas e energia), à redução dos preços dos herbicidas (em especial o glifosato) e às pressões sobre as margens nos produtos farmacêuticos.
Esta última atividade já está a ser penalizada pela queda das vendas do anticoagulante Xarelto (perda de patentes). As vendas dos novos produtos, Nubeqa (cancro) e Kerendia (diabetes), estão a progredir bem, mas ainda são limitadas.
Notícias que não tranquilizam. Sob pressão de acionistas ativistas, a Bayer decidiu substituir o CEO Werner Baumann, arquiteto da calamitosa aquisição da Monsanto em 2018, pelo por Bill Anderson, antigo chefe da divisão farmacêutica da suíça Roche.
Esta mudança pode significar o fim dos medicamentos sem prescrição ou mesmo a divisão da Bayer em duas entidades: agroquímicos e saúde.
Entre os receios provocados pelas ações judiciais relativa ao glifosato e a perda de patentes em produtos farmacêuticos, o futuro da Bayer ainda precisa ser construído.
É urgente reagir, uma vez que a cotação caiu para metade desde a compra da Monsanto em 2018. Ver conselho.
Enagas
Em 2022, o lucro da Enagas caiu 7% para 1,43 euros por ação. As receitas tarifárias mais baixas estabelecidas pelo quadro regulamentar 2021-2026 e o aumento dos custos explicam esta queda nos resultados.
Do lado positivo, a redução da dívida em 19% para 13,2 euros por ação, bem como a manutenção da atual política de dividendos: 1,72 euros por ação de 2022 e 1,74 de 2023.
A Enagas é uma das empresas cotadas em Madrid com maior dividend yield neste momento: mais de 10%. Ver conselho.
Telefónica
Os resultados de 2022 ficaram em linha com nossas expectativas: crescimento da receita (+1,8%) pela primeira vez desde 2015. Os lucros operacionais aumentaram 3% numa base comparável e os lucros por ação ascenderam a 0,35 euros.
Também não houve surpresa nos objetivos anunciados para 2023: crescimento esperado entre 1% e 4% da receita e do lucro operacional. O dividendo será mantido em 0,3 euros em 2023, oferecendo um rendimento de 7,6% à cotação atual.
Este é o principal atrativo da Telefónica. Não alteramos as nossas estimativas e o conselho. Ver conselho.
Walmart
Apesar das vendas terem subido 6,7% no ano fiscal encerrado a 31/01, o lucro caiu 14,6% para 4,29 dólares por ação.
Esta evolução deveu-se em grande parte a itens não recorrentes (custos com o escândalo de opioides, depreciação da participação no retalhista chinês JD.com, custos de reestruturação).
Mas, mesmo sem esses efeitos, o lucro por ação recuou 2,6%. Embora a Walmart tenha ganho quota de mercado no segmento das compras quotidianas, acumulou grandes stocks de vestuário e artigos domésticos que não vendeu devido ao declínio da procura.
A inflação também corroeu as margens de lucro. Para 2023-24, a Walmart está confiante no negócio principal, mas permanece prudente dado o contexto macroeconómico (efeito do aumento dos juros sobre os consumidores).
O grupo visa um crescimento das vendas (excluindo impactos cambiais) de 2,5 a 3%, mas prevê uma queda no lucro por ação de 3,8 a 6,2%. O dividendo será aumentado pelo 50.º ano consecutivo para 2,28 dólares (0,57 dólares por trimestre).
Em suma, a Walmart teve um bom quarto trimestre e resiste bem numa conjuntura económica incerta. No entanto, as perspetivas para este ano, são dececionantes.
Esperamos lucros por ação (incluindo itens especiais) de 5,80 dólares em 2023-24 e 6,30 dólares em 2024-25. Ver conselho.
O conteúdo deste artigo pode ser reproduzido para fins não-comerciais com o consentimento expresso da DECO PROTESTE, com indicação da fonte e ligação para esta página. Ver Termos e Condições.