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Em destaque: Accenture, Aegon, Novartis, Porsche, Sanofi, SG
Há 2 meses - 30 de março de 2023Accenture
A líder mundial em consultoria e outsourcing reportou resultados melhores do que o esperado para o segundo trimestre de 2022/23. A receita aumentou 5% e o lucro por ação 6%.
A receita cresceu 12% no outsourcing (48% das vendas), em alta procura porque permite às empresas clientes racionalizar custos. Por outro lado, na consultoria (52% das vendas), mais dependentes do estado da economia, as receitas diminuíram 1%.
A Accenture espera agora um crescimento das receitas de 3,5% a 5,5% em 2022/23 (antes 3% a 6%). A boa surpresa veio dos contratos (+13% no trimestre) que atingiram um novo recorde.
O grupo anunciou ainda uma redução de 2,5% da força de trabalho devido ao abrandamento económico, seguindo os passos dos concorrentes.
Como resultado, registará um encargo de reestruturação de 1,27 dólares por ação e agora espera 10,95 dólares de lucro por ação em 2022/23 (antes 11,36).
Ajustamos a nossa estimativa para 11,2 dólares em 2022/23 e mantemos nos 12,2 dólares em 2023/24.
Embora os custos de reestruturação penalizem os resultados, os ventos continuam favoráveis, com os contratos em níveis recorde.
A queda acentuada da cotação em 2022 é uma oportunidade de compra desta ação de qualidade e menos arriscada do que a média. Ver conselho.
Aegon
Em meados de fevereiro, a seguradora registou a depreciação do valor de atividades nos Países Baixos devido à sua venda.
Já, em março, a cotação da Aegon foi punida pela exposição da seguradora aos EUA.
Ao mau momento do outro lado do Atlântico juntou-se o incumprimento das obrigações AT1 do Credit Suisse.
A reação dos investidores é, no entanto, exagerada, uma vez que o impacto no lucro por ação será negligenciável. Segundo a própria Aegon, será um prejuízo de três milhões de euros distribuído entre as mais de 2,109 milhões de ações da seguradora.
Por seu turno, os fracos resultados na gestão de ativos em 2022 levam a Aegon a tomar medidas para aumentar a rentabilidade.
A seguradora pode melhorar ainda mais o cash flow gerado para 2023 após um bom 2022.
O rácio de solvabilidade mantém-se elevado (208%) e as ações são negociadas a 0,7 vezes o capital próprio, um valor relativamente atrativo.
No entanto, a incerteza atual leva-nos a ser prudentes no conselho. Ver conselho.
Novartis
A farmacêutica suíça Novartis viu as perspetivas de vendas do Kisqali melhorarem acentuadamente após resultados positivos de um estudo de fase 3 (último antes da homologação) que o avaliou no tratamento precoce do cancro da mama.
O Kisqali já é comercializado para casos avançados e atingiu vendas de 1,2 mil milhões de dólares em 2022 (+38% excluindo impactos cambiais).
Além de outros sete medicamentos já no mercado, o Kisqali é um dos dois novos com os quais a Novartis conta crescer.
O segundo é o Iptacopan, que ainda está em fase final de desenvolvimento para combater uma rara doença genética do sangue.
Em 2023, a Novartis deverá separar-se da sua subsidiária de medicamentos genéricos, a Sandoz, mas continuará certamente a ser penalizada pela entrada do genérico Gilenya (esclerose múltipla) que surgiu no final de 2022 nos Estados Unidos e à concorrência de versões alternativas ao Lucentis (oftalmologia).
Apesar disso, a Novartis espera que as vendas aumentem 1% a 5% (excluindo efeitos cambiais). Outro projeto em curso é a reestruturação para poupar 1,5 mil milhões até 2024, cerca de 0,7 francos suíços por ação.
Aposta em tratamentos inovadores, lançamento de novos produtos ou indicações e o programa de redução de custos permitem manter a confiança.
A ação continua atrativa. Ver conselho.
Porsche
Como as contas dos primeiros nove meses sugeriram, 2022 foi um ano de crescimento para a Porsche. As receitas avançaram 13,6%, mas ainda mais importante foi a melhoria da rentabilidade: resultado operacional +27,4% e aumento da rentabilidade de 16% para 18%.
E é precisamente na rentabilidade que a Porsche aposta. A empresa estabeleceu, de facto, o objetivo de atingir 20% de rentabilidade a longo prazo.
Para o conseguir, a Porsche atuará sobre a gama de veículos, preços e estrutura de custos.
Tendo em conta o lucro de 5,44 euros por ação em 2022, elevamos as nossas estimativas para 2023 de 5,71 para 5,84 euros por ação e mantemos a previsão de 6,1 euros para 2024.
Dadas estas perspetivas, aos níveis atuais da cotação, não alteramos o conselho. Ver conselho.
Sanofi
A farmacêutica francesa beneficiou de boas notícias para o Dupixent (asma e eczema). Por um lado, recebeu luz verde na Europa para o tratamento da dermatite atópica em crianças entre 6 meses e 5 anos.
Por outro lado, estudos clínicos têm demonstrado a sua eficácia na dermatite atópica de mãos e pés e na doença pulmonar crónica (comum nos fumadores).
Esta última indicação, onde há uma necessidade significativa de novos tratamentos pode trazer mais 1000 milhões de euros em vendas.
Esta boa notícia melhora as perspetivas de crescimento do Dupixent, cujo pico de vendas anual deve ser aumentado para mais de 13 mil milhões de euros.
Do outro lado da moeda, a Sanofi está cada vez mais dependente do Dupixent, que já pesou 19,3% das vendas em 2022.
Para limitar esse efeito, pretende contar com o lançamento de novos produtos como o Altuviiio (hemofilia) e o Beyfortus (antiviral).
Uma diversificação também favorecida pela aquisição de biotechs como a Provention Bio que traz o promissor Tzield (diabetes), já aprovado nos EUA.
Apesar da perda de patente do Aubagio, a Sanofi continua a crescer graças ao Dupixent. O pipeline foi reabastecido e a baixa dívida permite dispor de meios para prosseguir as aquisições.
Trunfos ainda pouco refletidos na cotação. Ver conselho.
Société Generale
Perante a atual tempestade, a Société Generale (SG) está pronta para enfrentar choques como uma recessão. Os capitais próprios (solidez) e a liquidez (capacidade de operar em momentos de stress) são boas.
E ao contrário do Credit Suisse, também conta com um bom nível de rentabilidade. Porém, a situação tornar-se-ia muito mais difícil em caso de desconfiança dos seus clientes.
2023 não será, portanto, um grande ano para o banco francês. O aperto das condições de crédito atenuou o crescimento dos resultados. Os volumes de incumprimento de crédito também podem aumentar, mas a níveis geríveis.
A SG já fez provisões para este risco nos últimos meses. Ainda esperamos que os lucros aumentem em 2023, mas menos do que antes: 4,1 euros, em comparação com 1,73 euros em 2022 (após encargos excecionais) e 5,96 euros em 2021.
A Société Generale vai trabalhar em 2023 na integração da empresa de aluguer de automóveis LeasePlan adquirida pela sua subsidiária ALD.
Só precisa de alienar cerca de 3% do parque automóvel para cumprir os requisitos da Comissão Europeia. Outra tarefa a realizar é a reestruturação das redes de retalho.
A SG não está fragilizada como durante a crise financeira de 2008, graças ao reforço da solidez.
Mas, tal como a banca europeia, não está imune a más surpresas, como demonstram as novas suspeitas de fraude fiscal. Ver conselho.
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