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Em destaque: Bank of America, Ericsson, LVMH, Thales
Há 2 meses - 19 de janeiro de 2023Bank of America
Os resultados do Bank of America foram idênticos aos dos seus compatriotas que enfrentaram a queda das bolsas em 2022. Contudo, a solidez do mercado de trabalho contribui para bons resultados da banca de retalho.
Graças ao seu bom posicionamento nesta área (50% dos lucros), a receita do quarto trimestre subiu 11%. Nesta atividade, os proveitos aumentaram 30% (aumento das taxas de juro da Fed e dinamismo nos cartões de crédito).
Resultados que compensam a queda de 50% nas comissões recebidas por atividades consultivas como IPO e fusões & aquisições. Para responder à deterioração da economia e ao crédito malparado, o banco aumentou as reservas em 403 milhões de dólares.
Um montante aceitável e que reflete a qualidade da carteira de empréstimos. Num cenário de crescimento nulo ou de recessão muito ligeira em 2023, o banco é capaz de absorver o incumprimento dos clientes sem deteriorar a solidez ou penalizar a rentabilidade.
Após lucros por ação de 3,21 dólares para 2022, estimamos um crescimento ligeiro para 3,3 dólares em 2023 e 3,5 dólares em 2024.
Os lucros reportados do Bank of America em 2022 e a sua gestão prudente são tranquilizadores e indicam que está preparado para enfrentar uma crise económica.
E já constituiu reservas para lidar com o incumprimento. Ver conselho.
Ericsson
O grupo sueco vai registar uma provisão de 2,3 mil milhões de coroas (220 milhões de dólares) nas contas do quarto trimestre de 2022, antecipando a resolução próxima de um litígio com as autoridades norte-americanas sobre contratos no Iraque.
O montante está muito abaixo das expectativas de cerca de 1 a 2 mil milhões de dólares. Um anúncio que elimina algumas incertezas, mas permanecemos prudentes em relação a esta ação, cuja atual baixa valorização em bolsa parece justificada. Ver conselho.
LVMH
Os acionistas do gigante francês do luxo podem abrir o champanhe. Depois de uma valorização de quase 15% desde o início do ano, a LVMH atingiu uma capitalização bolsita de 400 mil milhões de euros, a maior da Europa.
Uma melhoria que, sem dúvida, beneficia dos holofotes mediáticos de que goza o CEO Bernard Arnault, agora o homem mais rico do planeta após os reveses financeiros de Elon Musk.
Os investidores parecem também estar a apostar na recuperação do crescimento económico chinês após o fim da política de covid-zero. Mercado importante para o dinamismo da atividade da LVMH, especialmente numa altura em que a economia ocidental está a abrandar.
Ao mesmo tempo, a manutenção (ou mesmo melhoria) a médio prazo das bolsas globais é importante para o reforço confiança da rica clientela do grupo.
Dois pressupostos incertos, sobretudo tendo em conta o nível já muito elevado da cotação. Uma ação certamente de qualidade, mas demasiado dispendiosa.
A LVMH está no topo das bolsas europeias graças a fatores cíclicos, como a reabertura da economia chinesa, mas também de poderosos fundamentos com marcas bem estabelecidas e muito bem geridas.
A máquina da LVMH está bem oleada, mas a cotação está demasiado elevada. Ver conselho.
Thales
O perfil defensivo da cotação penalizou-a perante o recente otimismo dos mercados. Contudo, deve olhar-se além da conjuntura. As perspetivas são boas e a Thales começa 2023 em grande forma.
O livro de encomendas está bem recheado: +41% face aos primeiros nove meses de 2022.
E com os contratos assinados nos últimos meses (equipamento aviões Rafale adquiridos pela Indonésia, sistemas de combate para as futuras aeronaves europeias, etc.), as encomendas no início de 2023 deverão ultrapassar dois anos de volume de negócios.
Assim, a Thales poderá registar um aumento da receita em 2023 idêntico ao de 2022 (cerca de +5%). O grupo reconhece, no entanto, que as dificuldades em recrutar pessoal de topo na Europa estão a travar o crescimento.
O anúncio dos resultados de 2022 (8 de março) ajudarão a identificar as metas de margem para 2023 e se continuam impactadas pelas tensões na cadeia de abastecimento. Até lá, mantemos as estimativas de lucros por ação de 7,6 euros em 2023 e 8,4 euros em 2024 (6,5 em 2022).
O rearmamento da Europa é um movimento a longo prazo que beneficiará a Thales mesmo que os impactos não sejam imediatos. Valorizada em 15 vezes os lucros de 2023, as ações negoceiam a um nível razoável. Ver conselho.
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