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Em destaque: Amazon, BMW, BNP, Enel, Euronav, GSK, Reckitt
Há 2 meses - 10 de novembro de 2022Amazon
O aumento dos custos (pessoal, transporte, embalagem), o regresso dos consumidores às lojas e o menor poder de compra, tornam os tempos difíceis para a Amazon.
As vendas no e-commerce recuperaram no trimestre (+13%), mas a atividade continua a registar perdas. Mais uma vez, a salvação veio da Amazon Web Services (cloud, 13,4% das vendas) que manteve os resultados positivos: 0,18 dólares por ação (excluindo a reavaliação da participação de 18% na Rivian).
Mas na cloud, as taxas de crescimento de 40% do início de 2022 estão a desvanecer e caíram para 27%. Se eram esperadas as perdas no comércio eletrónico, o abrandamento do crescimento das atividades com a nuvem está a alimentar dúvidas sobre a sua presumível resistência à desaceleração económica.
Excluindo as imparidades da participação na Rivian, os lucros atingiram 0,74 dólares nos primeiros nove meses (1,87 em 2021) e espera-se 0,90 dólares no total do ano. Porém, tendo em conta a evolução da cotação de Rivian, existe mesmo o risco de uma perda de 0,1 dólares por ação em 2022.
A cotação perdeu quase 50% num ano e está historicamente barata. Contudo, não se apresse a comprar. Vítima primeira do aumento dos juros, que penaliza sobretudo as ações tecnológicas, a cotação é agora apanhada pela queda dos resultados. Ver conselho.
BMW
Os resultados trimestrais da BMW foram satisfatórios. Se as vendas (+36%) foram impulsionadas pelos efeitos cambiais, a integração da filial chinesa e o aumento dos preços de venda (para compensar os maiores custos das matérias-primas), os volumes diminuíram ligeiramente (-0,9%).
Apesar da deterioração das perspetivas económicas globais, o grupo alemão beneficia do posicionamento premium, favorecendo modelos de maior margem, incluindo os elétricos (entregas +115% nos primeiros nove meses; 7,3% das vendas).
A BMW gerou uma margem operacional confortável de 9,9% (10,5% há um ano). Resta saber se continuará a resistir ao enfraquecimento da procura nos próximos meses. O aumento da inflação e das taxas de juro estão a impactar cada vez mais a capacidade financeira dos consumidores.
Embora a BMW tenha mantido as previsões para 2022 (ligeira redução nas entregas; margem da divisão automóvel entre 7 e 9%), estamos mais prudentes e estimamos agora lucros por ação de 14 euros em 2023 (antes 15) e 15 euros em 2024 (antes 16).
Ao confirmar os seus objetivos para 2022, a BMW mostra resiliência. Porém, em vários mercados, o aumento da inflação e dos juros estão a pesar no consumo. Mesmo que as ações não estejam caras, a incerteza quanto à economia aconselha a prudência. Ver conselho.
BNP
O banco francês publicou bons resultados trimestrais. Em primeiro lugar, as provisões para crédito malparado continuam baixas, excluindo itens excecionais na Polónia. É sinal de que o BNP não prevê uma deterioração na saúde financeira dos clientes.
A intensidade e a duração da crise determinarão se as provisões serão suficientes, mas esperamos um aumento. Em segundo, as principais atividades contribuíram para +10% nos lucros.
A banca de retalho continua dinâmica (+8,3% empréstimos) e a subida das taxas impulsionou a margem financeira (+9,6%). Os "negócios especializados" como o crédito automóvel, leasing, etc., onde o banco aposta para crescer, estão mais uma vez a mostrar o seu dinamismo.
Bons resultados que permitem à administração elevar a meta de lucros para 2025 em 2 mil milhões de euros, beneficiando do aumento das taxas diretoras. O próximo grande passo é a venda do negócio bancário de retalho nos EUA, demasiado reduzido para ser decisivo nos resultados do BNP. O produto da venda financiará operações de crescimento em tecnologia.
O BNP Paribas está no rumo certo para poder enfrentar as dificuldades esperadas em 2023. É certo que a valorização das ações é baixa, mas o impacto da recessão nos lucros pode revelar surpresas desagradáveis. Ver conselho.
Enel
Os resultados dos primeiros nove meses mostram sinais diferentes. Por um lado, o volume de negócios subiu 84% face ao mesmo período de 2021. Por outro lado, o resultado líquido diminuiu 29,8% para 1,7 mil milhões (0,17 euros por ação), tanto que a Enel cortou as suas expectativas de lucros para 2022.
Antes previa entre 5,6 e 5,8 mil milhões, agora espera entre 5 e 5,3 mil milhões. Os elementos que têm pressionado as contas são diferentes, e continuarão a pesar nos próximos meses. Por exemplo, as alterações fiscais em Espanha e as intervenções de "emergência" como o armazenamento de gás realizado nos últimos meses.
Depois, há um maior efeito do que previsto dos clientes de "preço fixo" e de clientes adquiridos em condições promocionais. As receitas destas fontes não aumentaram e os custos de garantir estes fornecimentos aumentaram.
Tudo isto, mais investimentos de 9 mil milhões, levou a um aumento da dívida, de 51,9 para 69,7 mil milhões, mas a Enel espera reduzi-la para menos de 62 mil milhões.
Compreensivelmente, o mercado não acolheu com entusiasmo os resultados e, sobretudo, o profit warning. No entanto, as nossas estimativas já eram conservadoras (lucros de 5,1 mil milhões em 2022 e em linha com as novas indicações).
Confirmamos as previsões de lucros por ação de 0,50 euros em 2022, 0,56 em 2023 e 0,59 em 2024. Confirmamos também o conselho. Ver conselho.
Euronav
Depois de um primeiro semestre de perdas (-0,24 dólares por ação), o terceiro trimestre terminou com um pequeno lucro de 0,08 dólares e a perspetiva parece favorável.
As tarifas para os fretes continuaram a melhorar no terceiro trimestre e os lucros de 2023 podem subir para 2 euros/ação.
A fusão proposta com a norueguesa Frontline (NOK 138,90) prossegue o seu rumo, mas um pouco mais lenta do que o esperado. A oferta que valoriza a Euronav em 19,6 euros (1,45 ações da Frontline por 1 ação da Euronav) poderá ocorrer no primeiro trimestre de 2023. Ver conselho.
GSK
Nos primeiros resultados desde a separação da Haleon (produtos de saúde para o grande público), a GSK superou as expectativas, com as vendas a crescerem 9% (excluindo os impactos cambiais).
Estas beneficiaram da vacina contra a zona, Shingrix (+36%), e o mediamento Xevudy para a covid. A GSK também beneficia do dividendo extraordinário recebido pela Haleon.
A única desvantagem é a preocupação com os riscos legais associados ao Zantac, um antigo medicamento potencialmente cancerígeno e retirado do mercado em 2019. Ver conselho.
Reckitt
As vendas aumentaram 7,4% em termos similares, graças ao negócio de nutrição infantil e ao aumento dos preços.
Com base neste resultado, a Reckitt elevou a meta de vendas para 2022, pelo que revemos também em alta as nossas estimativas.
No entanto, esta estratégia tem consequências sobre os volumes, que caíram globalmente 4,6%. Um revés que levanta receios de um ano difícil para 2023. Ver conselho.
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