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Em destaque: Engie, Exxon, Shell, Tesla
Há 5 meses - 11 de outubro de 2022Engie
Quase um ano após o anúncio, a francesa Engie concluiu finalmente a venda da sua subsidiária de serviços técnicos, Equans, à compatriota Bouygues. Esta venda de ativos a bom preço representa um passo importante na reorientação das atividades da Engie.
Por um lado, permite simplificar a estrutura organizacional e acelerar os investimentos nos principais negócios (por exemplo, energias renováveis). Por outro, reduz o nível de dívida.
Continuamos positivos para a ação, mesmo que a questão da energia se mantenha sensível a nível político (tributação de lucros excessivos, etc.). Ver conselho.
Exxon
Espera-se que a petrolífera norte-americana reporte resultados trimestrais ligeiramente inferiores aos do segundo trimestre, embora a Exxon continue a beneficiar do aumento dos preços do gás natural, o que agrada aos investidores.
A margem de refinação (combustíveis) deverá diminuir. Anúncios que validam as nossas previsões. Ver conselho.
Shell
A Shell avisou que os resultados do terceiro trimestre não serão tão bons como os do trimestre anterior, mas a surpresa não foi grande. No gás, segundo a administração, a volatilidade dos preços conduzirá a uma queda significativa dos lucros das atividades de trading.
Na exploração de petróleo, a Shell anunciou uma produção máxima de 1,85 milhões de barris por dia (1,95 milhões no final de julho). Mas é na refinação (transformação do crude em combustíveis) que a deceção foi maior: queda das margens para 15 dólares por barril (28 USD no trimestre anterior).
A administração explica esta queda pela menor procura e a redução dos preços do petróleo no período. Estes anúncios confirmam que a Shell e o setor petrolífero não estão imunes aos ciclos económicos e que uma recessão no Ocidente terá impacto nos resultados.
A decisão da OPEP+ em reduzir a produção diária em 2 milhões de barris beneficiará a Shell. Mantemos as estimativas de lucros por ação: 5,4 euros em 2022 e 4 euros em 2023. O cash flow deve recuar drasticamente, mas, apesar disso, esperamos que o dividendo aumente em 2022 e 2023.
A Shell está mais conservadora nas previsões de lucros, mas a cotação continua parcialmente "protegida" pelo nível do barril de petróleo. O dividendo é um bom motivo para manter as ações em carteira. Ver conselho.
Tesla
No terceiro trimestre, a Tesla entregou 344 mil veículos, +42% face a 2021 e um novo recorde de vendas, mas os investidores esperavam mais.
Para atingir o objetivo anual de 1,5 milhões em 2022, a Tesla terá de entregar 590 mil veículos no último trimestre, ou seja, +90% do que no quarto trimestre de 2021!
Dada a deterioração das perspetivas económicas é um objetivo difícil de alcançar. Além disso, o grupo está a registar, tal como os concorrentes, um aumento muito acentuado dos custos de produção, incluindo matérias-primas (lítio, cobalto, níquel) vitais no fabrico das baterias.
Um fenómeno que forçou a Tesla a aumentar os preços de venda para preservar as suas margens. Resta saber se consegue captar tantos clientes dado que há cada vez mais concorrentes a lançar modelos elétricos mais baratos.
Já éramos mais prudentes do que o consenso do mercado, pelo que não alteramos as nossas previsões de lucros por ação: 3,40 dólares para 2022 e 4,70 dólares para 2023.
O abrandamento acentuado da economia global é suscetível de impactar a procura de Teslas, até porque os seus veículos são significativamente mais caros do que os modelos concorrentes. Prevemos novas deceções face ao objetivo demasiado otimista de entregas em 2022. Ver conselho.
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