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Em destaque: BlackRock, Engie, Teva Pharma, Vodafone
Há 5 meses - 14 de outubro de 2022BlackRock
A gestora de fundos não foi poupada pela crise bolsista dos últimos meses e as incertezas que permanecem sobre as taxas de juro e a extensão da recessão. O impacto mais direto da crise é nos ativos sob gestão, que caíram abaixo dos 8 biliões de dólares (30/09) em comparação com 10 biliões a 31 de dezembro de 2021.
No terceiro trimestre, o volume de negócios caiu 14,6% face ao ano passado. As comissões de gestão recuaram 11% também devido ao efeito da apreciação do dólar (30% dos ativos são geridos fora dos EUA).
Os custos estão a diminuir, mas não o suficiente para compensar a quebra das receitas. Os lucros por ação caíram 15,6% para 9,33 dólares por ação. A queda nos mercados financeiros tem impacto direto nos resultados do gigante da gestão de fundos e é provável que captação de dinheiro e os montantes geridos desçam se a volatilidade continuar nos próximos meses.
Mantemos as estimativas de lucros por ação de 2022 em 31 dólares, mas reduzimos de 35 para 33 dólares em 2023, com a premissa de uma conjuntura ainda desafiante no início do ano.
O aumento dos juros e as incertezas macroeconómicas penalizam a cotação da BlackRock. No entanto, o grupo é sólido e está bem posicionado nos seus mercados. As ações não estão caras e merecem um lugar na carteira. Ver conselho.
Engie
Depois da luz verde da Comissão Europeia, a Engie finalizou a venda da subsidiária de serviços técnicos Equans à Bouygues. Esta operação é um passo importante do plano estratégico de crescimento e simplificação do grupo, pois permite acelerar os investimentos nos principais negócios, incluindo as energias renováveis.
Aqui, quer ter uma capacidade instalada de 80 GW em 2030, contra os atuais 36 GW. Além disso, a operação, realizada com boas condições financeiras, permite reduzir a dívida em mais de 7 mil milhões de euros (para 19 mil milhões). Importante, dado que o custo da dívida continua a subir.
No entanto, a curto prazo, a alienação não terá impacto nos resultados marcados por condições únicas no mercado. Mesmo que a subida dos preços do gás e da eletricidade conduza a uma quebra da procura, a manutenção dos preços da energia em níveis elevados permitirá à Engie ultrapassar os seus próprios objetivos (lucro líquido entre 3,8 e 4,4 mil milhões de euros).
Revemos em alta as estimativas de lucros por ação de 2022 para 1,90 euros (antes 1,50 euros) e mantemos em 1,6 euros para 2023.
Os investidores continuam a subestimar o potencial de recuperação da Engie. O grupo pode estar sujeito a um imposto excecional, mas esse risco está já refletido na cotação. Ver conselho.
Teva Pharma
A Teva anunciou um bom desfecho para os litígios relativos ao seu papel na crise dos opioides nos EUA. A farmacêutica israelita pagará 4,35 mil milhões de dólares ao longo de 13 anos (0,3 dólares por ação ao ano).
Em sentido contrário para a Teva, um parecer da Comissão Europeia acusa-a de práticas antitrust destinadas a atrasar a concorrência ao Copaxone (esclerose múltipla). A confirmar-se o parecer, a Teva poderá ser multada até 10% das suas vendas.
Fora das questões legais, a Teva ainda beneficiou com o lançamento de uma cópia do Revlimid (mieloma) nos EUA. Tendência que deverá ser reforçada em 2023 com o lançamento de um biossimilar do Humira (doenças inflamatórias).
Nos medicamentos patenteados, a Teva beneficia do dinamismo de Ajovy (enxaqueca) e do Austedo (doença de Huntington), mas outros vetores de crescimento seriam bem-vindos.
O setor dos medicamentos genéricos continua sob forte pressão da concorrência e, sem hipóteses de compras devido à elevada dívida, o grupo tem de apostar tudo no seu fraco pipeline
A Teva encerra a crise dos opioides, mas a elevada dívida, os receios sobre o setor dos genéricos e a falta de vetores de crescimento não incentivam o otimismo. E uma possível multa da UE ensombra mais o quadro. Ver conselho.
Vodafone
O gigante das telecomunicações está em negociações para uma fusão da sua filial britânica com a Three UK. A nova entidade tornar-se-ia líder no mercado móvel do Reino Unido.
O regulador britânico está mais aberto à possibilidade de um mercado com três operadores e pode dar luz verde. Uma operação que faz parte da reorientação para a Europa Ocidental e África.
Uma reorganização com obstáculos. A Vodafone obteve um bom preço para a filial húngara e para as antenas de retransmissão na Nova Zelândia. Mas, em Espanha, as ambições estão comprometidas pela proposta de fusão entre a Orange e a MasMovil e, em Itália, a sua subsidiária foi objeto de uma oferta de compra.
A Vodafone é forçada a agir devido à dívida de mais de 40 mil milhões de euros que, com a subida das taxas, pesa cada vez mais nos resultados.
Uma venda da participação de 82% na Vantage Towers (antenas de retransmissão) avaliada em 11 mil milhões de euros seria bem-vinda pois tranquiliza os investidores atraídos pelo pagamento de um bom dividendo (cerca de 8%). Esperamos lucros por ação de 8,1 pence em 2022/23 e de 8,75 em 2023/24.
A reorganização prossegue com uma possível fusão no Reino Unido. Contudo, são necessárias mais alienações de ativos para a Vodafone limitar o aumento dos custos financeiros e continuar a pagar um bom dividendo. Ver conselho.
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