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Em destaque: Axa, Enagas, Enel, National Grid, VF Corporation
Há 5 meses - 6 de outubro de 2022Axa
A administração da seguradora francesa continua tranquila perante a crise que se avizinha. O balanço da Axa é sólido graças às alienações de ativos, como as realizadas em julho na Alemanha.
As receitas desta venda também possibilitam o financiamento de aquisições de mil milhões de euros (1,8% de capitalização bolsista) este semestre. A Axa beneficia igualmente do seu reposicionamento em atividades menos voláteis, como os seguros contra danos e de saúde.
A parcela das atividades relacionadas com catástrofes naturais, que podem gerar custos elevados e maior volatilidade dos resultados, foi reduzida. Do lado da rentabilidade, a Axa mantém o plano para 2023 pois beneficia da subida das taxas de juro, que tornam os seus investimentos mais rentáveis.
Contudo, a seguradora não está totalmente imune à deterioração da economia. Reduzimos ligeiramente as nossas estimativas de lucros por ação: 3,1 euros em 2022 e 3,3 euros em 2023. O aumento do dividendo não está em causa e o elevado rendimento do dividendo justifica manter esta ação em carteira.
A estratégia de baixar a volatilidade nos últimos anos é agora um importante trunfo pois permite enfrentar melhor os tempos difíceis que se avizinham. Além disso, o dividendo permanece bastante atrativo. Ver conselho.
Enagas
A Enagas e a AlbGaz, operadora do sistema de transporte de gás natural da Albânia, assinaram um acordo de cooperação estratégica. Além de avaliar a participação em projetos de gás natural atualmente em desenvolvimento na Albânia, a Enagas está a estudar uma eventual participação da AlbGaz.
O foco da operadora espanhola é continuar a crescer na Europa e uma entrada na empresa albanesa encaixar-se-ia nesta estratégia. Também reforçaria a posição da Enagas no gasoduto Transadriático (TAP) do qual controla 16% do capital.
Atualmente, o TAP, que traz gás do Azerbaijão para Itália através da Turquia, Albânia e Grécia, está a utilizar toda a capacidade. Uma entrada na AlbGaz abriria um novo mercado para a Enagas, mas também implicar investimentos adicionais que aumentariam ainda mais o endividamento.
No contexto atual de uma subida das taxas, um aumento da dívida poderia comprometer o generoso rendimento de dividendo (10,6% neste momento), um dos maiores atrativos da ação. Ver conselho.
Enel
A Enel continua a mover-se rapidamente na transição energética. O último passo foi a desconexão de uma central a carvão no Chile, o que leva a Enel a ser a primeira empresa a deixar de utilizar essa matéria-prima no país latino-americano.
Entretanto, a Sardhy Green Hydrogen, empresa nascida de um projeto conjunto da Enel Green Power e da Saras para o desenvolvimento do hidrogénio verde na Sardenha, está entre as beneficiárias dos subsídios públicos europeus devido à inovação neste domínio.
Menos carvão e mais hidrogénio continuam a ser cruciais para a Enel, mas igualmente o gás. Por isso, o recente acordo com a Sonatrach para aumentar o fornecimento vindo da Argélia também é importante.
Tendo em conta estas notícias e os investimentos de 5,9 mil milhões (+22,4%) no primeiro semestre, destinados principalmente a financiar a viragem "verde", confirmamos as nossas estimativas e o conselho. Ver conselho.
National Grid
Depois do bom crescimento dos resultados no exercício de 2021/22 (aquisição da Western Power Distribution), o operador britânico de redes elétricas de alta tensão espera apenas manter os lucros em 2022/23 (fecho a 31/03).
Por um lado, a National Grid continua a beneficiar da indexação das suas tarifas à inflação. Por outro lado, a inflação gerou um aumento dos custos, incluindo os encargos financeiros que, segundo a administração, deverão aumentar 300 milhões de libras (+30% face a de 2021/22).
O grupo suporta o peso de uma dívida que se acentuou nos últimos anos depois de várias aquisições. No entanto, a National Grid tem pela frente muitos anos onde beneficiará dos investimentos para descarbonizar as redes elétricas (energias renováveis, como a eólica offshore).
Tendo em conta os investimentos previstos, os ativos do grupo aumentarão 6 a 8% ao ano até 2026 e os lucros por ação 5 a 7%. Para o exercício em curso e para 2023/24, esperamos lucros de 65,5 e 70 pence por ação, respetivamente.
Marcada por uma elevada dívida, a National Grid é penalizada pelo aumento dos juros, mas tem uma atividade regulada que fornece uma fonte de rendimento estável. O elevado rendimento do dividendo continua a ser o principal atrativo da ação. Ver conselho.
VF Corporation
O grupo de vestuário acaba de anunciar o plano operacional com os objetivos que pretende atingir até 2027. Cinco anos é um longo período para fazer estimativas (anterior plano foi em 2019) particularmente num período em que as consequências da pandemia covid-19 são amplificadas pelo conflito na Ucrânia.
Embora não definindo as percentagens de crescimento precisas, a VF Corporation arriscou-se a prometer um aumento anual para a maioria das marcas acima de 10%. O grupo sublinha como a pandemia mudou os hábitos de consumo, mas não anuncia novidades na frente das estratégias adotadas para atingir os objetivos.
De facto, a expansão nos mercados externos e a digitalização continuam a ser as ferramentas privilegiadas para atingir os objetivos. À cotação atual, a ação continua a ser atrativa. Ver conselho.
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