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Em destaque: Alphabet, Ericsson, IBM, Lockheed Martin, Meta
Há 5 meses - 27 de outubro de 2022Alphabet
A receção aos resultados da Alphabet foi mista. Durante o trimestre, a atividade do gigante da Internet sofreu com a desaceleração das despesas publicitárias.
As receitas, que também são penalizadas pela apreciação do dólar, aumentaram apenas 6%, enquanto a rentabilidade operacional sofreu devido a custos mais elevados, incluindo investigação e desenvolvimento (+33%) e marketing (+26%).
A margem operacional caiu para 25% (32% há um ano). Reduzimos as estimativas de lucros por ação para 5 dólares em 2022 (antes 5,75) e 5,5 em 2023 (antes 6,25), mas continuamos confiantes na capacidade da Alphabet em suportar a desaceleração no mercado da publicidade online.
A sua capacidade de fixar preços e posição dominante no mercado dos motores de busca deverá permitir manter-se rentável e a superar, obstáculos regulamentares. Além disso, a Alphabet tem uma posição de caixa muito forte (116 mil milhões de dólares no final trimestre), o que possibilita reforçar-se com pequenas aquisições e investir no seu negócio principal.
Há um crescente abrandamento do mercado da publicidade online, mas a Alphabet é mais resiliente do que os seus pares, graças, em particular, à sua base de utilizadores.
A longo prazo, mantém-se bem posicionada para beneficiar da digitalização das economias. Ver conselho.
Ericsson
Os resultados trimestrais do fabricante sueco de equipamentos de telecomunicações ficaram abaixo das expectativas. A receita aumentou 3%, mas os lucros operacionais diminuíram 19% (esperava-se que se mantivessem).
A razão citada foi o aumento dos custos dos fornecimentos e de vários projetos de grande escala que, na fase de lançamento, penalizaram a margem operacional: de 15,7% há um ano para 10,6%.
No entanto, a Ericsson mantém o objetivo nesta área, com 15% a 18% previstos para 2024. Mesmo com esforços adicionais para reduzir os custos, este objetivo é demasiado ambicioso tendo em conta a deterioração económica global.
Além disso, as rentáveis vendas de equipamentos a operadores de telecomunicações americanos diminuirão gradualmente de acordo com o grupo, uma observação partilhada pela concorrente finlandesa Nokia.
E se o grupo assenta muitas esperanças na implantação do 5G na Índia como motor de crescimento, a rentabilidade será muito menor. Reduzimos as nossas estimativas de lucros por ação para 5,6 coroas suecas em 2022 e 6,4 em 2023.
As ações estão a negociar a menos de 10 vezes os lucros esperados em 2023, um desconto em relação ao setor. Um fenómeno justificado plenamente pelos fracos resultados. Ver conselho.
IBM
O grupo registou uma perda de 3,54 dólares por ação no terceiro trimestre devido ao reconhecimento de um custo não recorrente de 4,86 dólares por ação. Sem esse efeito, os resultados da IBM foram um pouco melhores do que o esperado, nomeadamente numa base comparável.
O volume de negócios subiu 15%, o que leva o grupo a rever ligeiramente em alta o objetivo para 2022 e uma redução limitada a 2% dos lucros por ação.
Sem o peso da Kyndryl, cindida há um ano e que incorporou os deficitários serviços de gestão de infraestruturas de TI, a IBM parece estar mais bem equipada para agradar aos investidores.
A queda de apenas 4% da cotação desde o início do ano aponta nesse sentido. Ver conselho.
Lockheed Martin
O gigante norte-americano da Defesa publicou bons resultados trimestrais graças à atividade aeronáutica e às vendas do caça F-35. Nesta importante atividade, a receita aumentou 8% (3,5% no conjunto do grupo).
As vendas de F-35 previstas para o trimestre anterior foram concluídas apenas nos últimos três meses. Depois de ter reduzido as previsões em julho, a administração mantém agora a orientação para o ano em curso.
Por outro lado, espera que 2023 seja menos dinâmico nas vendas e rentabilidade (dificuldades com fornecedores, menor produção de F-35), antes de melhorar em 2024. Portanto, reduzimos as nossas estimativas de lucros por ação para 26 dólares em 2023 (antes 28,1 dólares).
As atividades da Lockheed Martin mantêm visibilidade ao longo de vários anos com a instabilidade global, a guerra na Ucrânia e as tensões em Taiwan. Os orçamentos militares na Europa e nos EUA (a confirmar) irão aumentar em 2023 e 2024 para responder aos novos cenários de guerra.
Os bons resultados e a conjuntura internacional suportam bem a cotação. As perspetivas de maiores gastos militares a nível global justificam a valorização um pouco elevada da Lockheed (17,5 vezes os lucros de 2023 contra 16 nos últimos anos), mas não é excessiva. Ver conselho.
Meta
A empresa-mãe do Facebook continua num mau momento. O volume de negócios no terceiro trimestre (-4%) foi em linha com as expectativas, mas a Meta sacrifica o controlo dos custos (+19%) para manter os utilizadores.
Assim, os lucros operacionais caíram 46% e a margem operacional baixou de 36% para 20%. A Meta diz que quer tornar as suas operações mais eficientes, nomeadamente congelando novas contratações.
No entanto, tendo em conta os cortes nos orçamentos publicitários, não esperamos uma melhoria real da situação. Reduzimos as nossas previsões. Embora a cotação esteja no seu valor mais baixo em quase sete anos, não há motivos para justificar (ainda) uma compra. Ver conselho.
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