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Em destaque: Adidas, BMW, EuroAPI, Knorr Bremse, Roche
Há 6 meses - 8 de setembro de 2022Adidas
As receitas subiram 4% no segundo trimestre, mas o lucro operacional caiu 28% devido aos elevados custos. Assim a Adidas reduziu, pela segunda vez este ano, as previsões para 2022: receitas +5% a 10% e rentabilidade operacional de 7%.
A razão reside na fraca procura chinesa (-35% no trimestre) devido aos confinamentos, mas, mais estruturalmente, as marcas locais estão a ganhar quota de mercado. Tal afeta o crescimento da Adidas na China, mercado importante em termos de volume de negócios e de rentabilidade.
No entanto, nem tudo é sombrio. O comércio eletrónico (20% das recitas) continua dinâmico. E, excluindo a China, as receitas aumentaram 14% graças ao continente americano.
Só que o segundo semestre verá, pelo menos no Ocidente, a inflação travar o apetite dos consumidores. Com a chegada de um novo CEO em 2023 (3 anos antes do esperado), a Adidas espera virar a página com uma estratégia focada no topo de gama e próxima do luxo. Será capaz de atingir a meta de 2025 de crescimento anual da receita entre 8 e 10% e uma rentabilidade operacional de 14%? Não será fácil!
As perspetivas permanecem fragilizadas. Em caso de maior desilusão, os investidores podem penalizar ainda mais a cotação. Fique afastado. Ver conselho.
BMW
O construtor germânico espera agora entregar em 2022 menos viaturas do que em 2021, quando atingiu o recorde de 2,52 milhões de unidades.
A revisão surge porque a BMW receia o enfraquecimento da procura nos próximos meses, mas não considera a interrupção do fornecimento de gás que poderá afetar as fábricas na Alemanha.
Apesar das piores perspetivas económicas, a BMW acredita que pode lidar com a desaceleração do mercado automóvel. Em primeiro lugar, continua a beneficiar de uma forte procura pela gama elétrica, cujas vendas aumentaram 110% no primeiro semestre.
Com o sucesso do lançamento do iX e i4 está no caminho para cumprir a meta de vendas de veículos totalmente elétricos, ou seja, o dobro de 2021. Em segundo lugar, a imagem de marca e o posicionamento premium são trunfos que permitem transmitir mais facilmente o aumento dos custos aos seus clientes.
Assim, estamos confiantes na capacidade da BMW em atingir o objetivo de margem operacional de 7 a 9% na divisão automóvel (10,3% em 2021). Mantemos as previsões de lucros por ação em 27 euros em 2022 (17 euros excluindo mais-valias na filial chinesa) e 15 em 2023.
Ao rever a previsão de vendas para 2022, a BMW antecipa as dificuldades económicas. Embora a ação não esteja cara, a incerteza quanto à economia aconselha maior prudência. Ver conselho.
EuroAPI
A antiga subsidiária da Sanofi, cotada desde maio, não desilude: a Euroapi valorizou 18% desde o nosso conselho de compra.
De facto, os primeiros resultados da Euroapi, especializada em ingredientes ativos, foram bons. Nos primeiros seis meses, a receita aumentou 10% e os lucros por ação atingiram 0,18 euros por ação.
A divisão de CDMO viu as vendas aumentarem 22% e o número de novos projetos no primeiro semestre de 2022 já é igual ao de 2021. Com estes resultados, o grupo confirmou as suas previsões para 2022. Ver conselho.
Knorr Bremse
Os resultados do segundo trimestre confirmam as dificuldades da Knorr-Bremse, especialista em sistemas de travagem, mas também os seus trunfos. O grupo registou um volume de negócios estável e um aumento de 7% nas encomendas.
Estas últimas permanecem elevadas, confirmando o bom posicionamento nos mercados. Por seu turno, a rentabilidade recuou: 13,5% de margem EBITDA contra 18,1% há um ano e 15,2% no primeiro trimestre.
A margem está a diminuir nas atividades nos comboios e nos pesados de mercadorias. O grupo aponta para os custos da saída do mercado russo e a inflação dos custos. No entanto, o que mais pesa na atividade e nos lucros é a desaceleração da economia chinesa e os repetidos confinamentos.
E para administração, os próximos meses continuarão a ser difíceis na China. As metas para 2022 foram, por isso, reduzidas, mas é algo que os investidores já têm em conta há vários meses.
Acima de tudo, a Knorr-Bremse continua a crescer na Europa (49% das receitas) e na América do Norte (24,5%), o balanço é sólido e desfruta de um bom posicionamento nos seus mercados.
A liderança e o valor acrescentado do grupo não estão em causa com a deterioração do mercado chinês. Mas como empresa industrial, a Knorr-Bremse está sob pressão com o agravamento da situação económica. Ver conselho.
Roche
2023 será marcado por mudanças à frente da farmacêutica suíça. Thomas Schinecker, o atual chefe da divisão de Diagnóstico, será CEO a partir do próximo ano, substituindo Severin Schwan, que assumirá o cargo de presidente do conselho de administração da Roche.
Não esperamos uma mudança de estratégia e o novo líder continuará a diversificar a Roche além do seu campo tradicional de oncologia. Uma diversificação necessária para compensar as perdas de receitas com a concorrência de biossimilares aos anticancerígenos Herceptin, Avastin e MabThera/Rituxan.
No primeiro semestre, produtos como o Hemlibra (hemofilia; vendas +30%) e Ocrevus (esclerose múltipla; vendas +17%) continuaram a desempenhar o papel de locomotiva para a divisão de Farmácia (vendas +3%).
Quanto ao negócio de Diagnóstico, as vendas cresceram 11%, ainda suportadas pelos testes à covid. A Roche já esperava uma redução da procura destes na segunda metade do ano, pelo que mantém as perspetivas para 2022.
Os resultados semestrais foram sólidos. A procura de testes irá diminuir, mas os novos fármacos continuarão a apoiar o crescimento. A Roche permanece a uma aposta interessante para investir a longo prazo. Ver conselho.
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