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Em destaque: Anglo American, Bouygues, CPS, Eli Lilly, PostNL, Sonova
Há 7 meses - 18 de agosto de 2022Anglo American
O grupo mineiro britânico está a ser afetado pela inflação e a queda dos preços das matérias-primas. No primeiro semestre, os lucros operacionais recuaram quase 3,5 mil milhões de dólares (-28%) face a 2021 (1,5 mil milhões de euros por efeito de preços de venda mais baixos e 1,4 por menor volume e maiores custos).
Era uma evolução esperada pelo que a cotação pouco reagiu. Para preservar liquidez, a Anglo American reduziu o dividendo intercalar para 1,24 dólares. Para os próximos trimestres, é o dinamismo da economia chinesa que será escrutinado (40 a 50% da procura global de metais).
Desde que pandemia não conduza a novos confinamentos, o nosso cenário é de uma recuperação do crescimento e, portanto, da procura, graças aos vários planos de estímulos de Pequim.
A longo prazo, a Anglo American está bem posicionada no cobre, minério de ferro, etc. para aproveitar as necessidades da transição energética. Os grandes investimentos na sua nova mina de cobre no Chile começam a dar frutos com a extração das primeiras toneladas.
O grupo continua bem posicionado para beneficiar com a transição energética, mas os resultados no curto prazo continuam voláteis.
Por isso, se a valorização em bolsa é baixa, a ação é interessante sobretudo para fins especulativos. Ver conselho.
Bouygues
O crescimento orgânico da receita no segundo trimestre foi idêntico ao do primeiro (+3%) e a rentabilidade operacional permaneceu estável durante o semestre (2,7%).
O fraco desempenho dos lucros da Colas (obras públicas), parcialmente devido à inflação, não preocupa porque a sua atividade mantém-se dinâmica (VN +9% e encomendas +14%).
A atividade das telecomunicações está a fazer melhor do que o esperado (VN +5%) após anos de declínio e com um ligeiro aumento da receita média por subscritor. Uma vez que o potencial de crescimento em França (60% VN) é limitado, o grupo terá de ser proativo.
A evolução das receitas internacionais (+4% contra +2% em França) é encorajador, mas terá de ser confirmada. Por seu turno, a fusão com a Equans (anunciada em novembro de 2021), com bom potencial para a Bouygues, deverá ser aceite até ao final do ano pelas autoridades competentes.
O mesmo não se pode dizer da fusão na televisão entre a TF1 (Bouygues) e a M6 (Bertelsmann), onde os dois operadores controlariam cerca de 75% do mercado francês de publicidade televisiva. A autorização é problemática, mas não víamos nesta fusão uma verdadeira fonte de sinergias.
A Bouygues pretende aumentar os lucros a nível internacional e através de aquisições e sem negligenciar as atividades históricas francesas. Para já, mais rápido dito do que feito, mas mantemos a confiança nas intenções do grupo. Ver conselho.
Check Point Software
O resultado trimestral do especialista israelita em cibersegurança superou as expectativas. A receita cresceu 9%, o maior aumento em muitos anos.
No entanto, a queda da margem operacional para 44% (49% há um ano), causada por custos adicionais com fornecimentos e recrutamento de pessoal, limitou o aumento dos lucros por ação a 2%.
No segundo semestre, os aumentos de preços, anunciados em julho, compensarão boa parte deste impacto negativo de acordo com a administração. Para o trimestre em curso, a CPS espera +7% de receitas e aponta para o topo do seu intervalo de previsão para 2022.
De acordo com a administração, os ciberataques aumentaram 32% no espaço de um ano destacando as perspetivas de crescimento para o grupo e o setor. A qualidade e a vasta gama de soluções de cibersegurança comercializadas pela CPS devem permitir-lhe um bom desempenho.
Mantemos as nossas estimativas de lucros por ação em 6,65 dólares em 2022 (6,13 em 2021) e 7,4 dólares em 2023.
Os resultados do trimestre confirmam uma aceleração do crescimento das vendas. Em bolsa, a CPS continua a ter uma valorização baixa, com um rácio cotação/lucro de 2022 de apenas 18 contra 21 da média do setor tecnológico. Ver conselho.
Eli Lilly
A farmacêutica Eli Lilly cortou a previsão para 2022 após um segundo trimestre onde enfrentou ventos contrários. Em primeiro lugar, a diminuição dos preços na diabetes nos EUA e na China teve um forte impacto na insulina Humalog (-26% de vendas no trimestre).
Em segundo lugar, a deterioração das vendas do medicamento anticancerígeno Alimta (vendas: -63%) foi mais rápida do que o esperado, dada a pressão dos genéricos. Em terceiro lugar, as vendas na Covid estão a perder vapor. Por fim, a força do dólar também pesa nas atividades.
Porém, a Eli Lilly continua otimista graças a vários vetores de crescimento, como o antidiabético Trulicity (vendas: +25%), o anticancerígeno Verzenio (vendas: +72%) e a chegada de novos medicamentos promissores para o crescimento.
Entre eles, o Mounjaro, lançado em maio nos EUA para combater a diabetes. As vendas no trimestre ainda foram simbólicas (16 milhões de dólares), mas superaram as expectativas e deverão aumentar. A Eli Lilly também está a testar o Mounjaro contra a obesidade para competir com Wegovy da Novo Nordisk.
Revemos em baixa as nossas previsões de lucros por ação de 7,4 para 7 dólares em 2022 e de 8,3 para 8 dólares para 2023. Apesar do dececionante trimestre, os motores de crescimento são suficientes para não alterar o conselho. Ver conselho.
PostNL
O grupo postal neerlandês voltou a baixar as previsões para 2022. Espera agora um resultado operacional de 145-175 milhões de euros contra 170-210 anteriormente e 226 em 2021 (excluindo o impacto da covid).
Embora o abrandamento do volume de encomendas e a inflação dos custos não sejam novos, o impacto é mais significativo do que o esperado. Assim, a administração espera agora uma redução de 0 a 5% das encomendas em 2022 em vez de uma manutenção do seu nível.
Acima de tudo, os custos aumentarão 100 milhões de euros este ano, ou seja, mais 20 milhões de euros do que o esperado, devido ao aumento dos custos com combustíveis e a mão-de-obra.
Reduzimos as nossas estimativas de lucros por ação (0,20 euros em 2022 e 0,25 em 2023), mas a revisão não coloca em causa as perspetivas de longo prazo e o nosso conselho.
A PostNL continua bem posicionada para aproveitar a ascensão do comércio eletrónico. E a, curto prazo, os aumentos das tarifas permitirão absorver, pelo menos parcialmente, as consequências negativas da inflação.
A PostNL desiludiu e a desconfiança ainda pode pesar sobre a cotação, mas as más notícias estão amplamente integradas. A ação não está cara e tem um potencial de recuperação se as encomendas recuperarem. Ver conselho.
Sonova
Contra as expectativas, o fabricante de aparelhos auditivos baixou a sua previsão para o exercício 2022/23. O crescimento da receita será menor devido à evolução pouco dinâmica das vendas nos primeiros meses do ano fiscal.
Assim, prevê +15% a 19% de vendas (antes 17% a 21%) mas foi na rentabilidade que a Sonova mais dececionou. Devido a um maior aumento de custos (logística, salários), o lucro operacional deverá crescer apenas 6 a 10% (antes 12 a 18%).
Reduzimos a nossa previsão de lucros por ação (11,1 francos suíços para o exercício em curso e 12 francos para o próximo) mas continuamos confiantes na capacidade do grupo suíço em superar o atual momento.
É líder tecnológico num mercado em expansão pelo que pode suportar condições de mercado menos favoráveis. A longo prazo, as perspetivas de crescimento continuam a ser suportadas pelo envelhecimento da população e o potencial de maior penetração dos aparelhos auditivos para aqueles com necessidades especiais.
A cotação perdeu 16% após o anúncio. Foi a valorização demasiado alta que nos levou a mudar o conselho para manter em novembro de 2021.
Apesar desta queda, a cotação ainda representa quase 26 vezes os lucros esperados para este ano. Logo não está suficientemente atrativa para justificar a compra. Ver conselho.
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