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Em destaque: Assa Abloy, Enel, Eni, Melexis, Sanofi, VF
Há 7 meses - 3 de agosto de 2022Assa Abloy
O grupo sueco registou um aumento trimestral de 13% das receitas orgânicas, graças ao mercado norte-americano (+20%) e sistemas de entrada (+15,6%, portas, etc.). Por outro lado, o mercado asiático (-5%) continua deprimido pela falta de crescimento na China. Revemos em baixa as nossas previsões de lucros para 2022 e 2023.
A cotação já tem em conta a desaceleração dos lucros. Grupo de qualidade a um nível de preço razoável. Ver conselho.
Enel
Nos primeiros seis meses de 2022, as receitas da Enel registaram um salto impressionante, passando de 36,3 mil milhões de euros no primeiro semestre de 2021 para 67,2 mil milhões este ano (+85%).
A contribuir para este boom estiveram o aumento das quantidades vendidas de eletricidade e gás e o aumento médio dos preços. Em suma, as receitas mais elevadas refletem a energia mais cara, mas para a Enel não é um “almoço grátis”.
Até o grupo teve de pagar mais pela energia que fornece com impacto na rentabilidade. Assim, o lucro operacional caiu 1,6% e o resultado líquido recuou 4,8% (0,17 euros por ação).
Também os investimentos cresceram 22,4%, mas com a consequência de um aumento da dívida (+19,8%). Um fenómeno que, no entanto, não impede a Enel de confirmar a política de dividendos, que, por conseguinte, deixamos inalterada também nas nossas estimativas.
Porém, reduzimos as previsões de lucros por ação: 0,5 euros para 2022 e 0,56 euros para 2023. Ver conselho.
Eni
Apesar da incerteza, especialmente no que diz respeito às fontes de abastecimento, a Eni conseguiu fechar o semestre com receitas superiores a 63 mil milhões. Um resultado do efeito de preços que caracterizou todo o setor.
O aumento também se faz sentir em termos dos custos de compras efetuadas pela Eni, que mais do que duplicou. No entanto, globalmente, a capacidade do grupo para manter as despesas sob controlo superou as nossas expectativas e, consequentemente, o lucro operacional também (11,3 mil milhões, contra 3,8 mil milhões em 2021).
Por fim, o resultado líquido situou-se em 7,4 mil milhões de euros (2,09 euros por ação), mais do sêxtuplo do lucro do mesmo período de 2021.
A capacidade da Eni para diversificar a oferta e desvincular-se da dependência russa (acordos recentes na Argélia, Congo e Egito) está a dar frutos, tanto que a administração está otimista e elevou as estimativas de alguns indicadores para o segundo semestre. No entanto, as fortes incógnitas sobre a economia italiana exigem prudência.
Acresce a incerteza relacionada com a participação na Saipem, com os bancos a pretenderem vender a sua participação, e as dúvidas sobre a entrada em bolsa da Plenitude, para já adiada. Revemos em alta a nossas estimativas de lucros por ação para 3,17 euros em 2022 e 2,6 em 2023. Ver conselho.
Melexis
A Melexis voltou a registar resultados muito bons e além das expectativas do mercado. A procura pelos seus semicondutores está a ser, cada vez mais, impulsionada pela eletrificação da frota automóvel.
No segundo trimestre registou um aumento de 31% nas receitas e de 42% no lucro líquido. No primeiro semestre, o lucro por ação subiu 57% para 2,38 euros. 2022 será mais um ano recorde para a Melexis.
Pela segunda vez este ano, reviu em alta as previsões e espera para 2022 um crescimento das vendas entre 28% e 30% (antes 18 a 23%) e uma margem operacional de cerca de 26% (antes ±25%).
Também revemos em alta as nossas estimativas de lucros. A 20 de outubro pagará um dividendo intercalar de 1,3 euros brutos. Ver conselho.
Sanofi
A farmacêutica francesa Sanofi publicou resultados trimestrais agradáveis, com as vendas a crescerem 8,1% (excluindo efeitos cambiais). Um desempenho que continua a ser impulsionado pelo sucesso do Dupixent, o medicamento para o eczema e a asma, cujas vendas atingiram quase 2 mil milhões de euros (+43,4%).
Um sucesso que deverá ser reforçado por novas indicações e grupos etários com 11 submissões regulamentares até 2025. A Sanofi espera um pico de vendas superior a 13 mil milhões de euros.
Além da imunologia, a Sanofi tem ambições na hemofilia com dois medicamentos promissores em fase final de desenvolvimento (Efanesoctocog alfa e Fitusiran). As vacinas são igualmente um ponto forte com as vendas a crescerem 8,7% graças às doses de reforço e vacinas de viagem.
Quanto à vacina para a covid, codesenvolvida com a GSK, a Sanofi aguarda a aprovação para outubro. Os resultados clínicos mostraram eficácia contra a ómicron e as suas subvariantes BA.1 e BA.2.
Se for aprovada, servirá para a gestão endémica da covid. Mantemos as estimativas de lucros por ação: 5,9 euros em 2022 e 6,5 euros em 2023.
Apesar dos contratempos na vacina contra a covid, a Sanofi está a sair-se bem em bolsa. As perspetivas permanecem favoráveis. Ver conselho.
VF Corporation
O primeiro trimestre do exercício de 2022/23 foi positivo. O grupo, que detém marcas como a Vans, Timberland, The North Face, entre outras, tem gerido bem os efeitos da guerra na Ucrânia e o aumento dos custos das matérias-primas.
O sucesso, em parte, deve-se à apreciação do dólar face a outras moedas. O principal mercado da VF continua a ser os EUA, onde as receitas cresceram 6% em relação ao mesmo trimestre de 2021.
Nos mercados da Europa, Médio Oriente e África cresceram 10%. Ao invés a Ásia, incluindo a China, continua a ser uma pedra no sapato: as receitas caíram 20% em comparação com o mesmo trimestre de 2021.
Muitas lojas, especialmente na China, estão fechadas e assim continuarão nos próximos meses. Em termos de marcas, o maior crescimento das vendas foi obtido pela North Face (+ 31%).
A VF está otimista para os próximos meses e espera cumprir as previsões de crescimento. No entanto, há a possibilidade de ter de pagar uma coima avultada num litígio associado ao calendário de inclusão das receitas da Timberland nas contas de 2011.
No entanto, essa eventualidade e o abrandamento económico não colocam em causa as perspetivas de longo prazo do grupo. Ver conselho.
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