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Em destaque: AB InBev, Ahold, Euronav, Kion
Há 7 meses - 11 de agosto de 2022AB InBev
No segundo trimestre, a cervejeira não viu uma perda de interesse dos consumidores pelas marcas premium, apesar da inflação. Por enquanto, para muitos, a cerveja continua a ser um prazer imprescindível.
Com base num aumento de 11,3% das receitas (volume +3,4%), o lucro por ação avançou 10,2% para 0,69 euros. No entanto, a situação continua a ser frágil nos EUA, onde os volumes desceram 2,7% e está a perder quota de mercado.
A viragem da oferta para cervejas mais sofisticadas é real (40% das vendas, o dobro de há 4 anos) mas ainda não é suficiente. A situação do volume é melhor na América Central (+8,6%) e do Sul (+8,2%).
A rentabilidade operacional continua elevada, mas está a recuar (25,8% face aos 27% do ano anterior) devido aos custos. A concorrente Heineken também reviu em baixa o objetivo de rentabilidade devido aos preços da energia e das embalagens (vidro, alumínio).
Acresce que a AB InBev permanece demasiado endividada (dívida líquida/EBITDA de 3,86 contra um "ideal" em torno de 2), o que deverá continuar a travar os dividendos.
A AB InBev continua a reforçar a aposta no premium, mas a inflação é preocupante a médio prazo para a evolução dos volumes e a rentabilidade.
Em cima disso, soma-se o elevado peso da dívida. Ver conselho.
Ahold Delhaize
O grupo retalhista registou uma subida de 15% do volume de negócios e de 11,7% dos lucros no segundo trimestre. O desempenho foi muito bom especialmente nos EUA (62,5% das vendas), onde foi capaz de gerir bem a inflação dos custos.
E o dólar forte também foi favorável ao converter os resultados para euros. A Ahold está confiante e reviu em alta, pela segunda vez, as suas previsões para 2022. Espera agora um crescimento dos lucros por ação (excluindo itens pontuais) de cerca de 5% (anteriormente estáveis e de -5% a 0% no início de 2022).
Também aumentamos as nossas estimativas de lucros por ação: 2,32 euros em 2022 e 2,40 em 2023 (antes 2,20 e 2,27) e 2,46 euros para 2024. O dividendo intercalar a pagar a 1 de setembro sobe 7% de 0,43 para 0,46 euros.
O grupo confirmou ainda que cancelou o IPO previsto da loja online, bol.com, previsto para o segundo semestre devido às condições desfavoráveis das bolsas. Ao invés, não comentou os rumores sobre uma possível aquisição da homóloga americana Albertsons.
A Ahold Delhaize não seguiu os profit warnings de grandes retalhistas norte-americanos (incluindo a Walmart) e publicou números acima do esperado. O anúncio de investimentos mais baixos (3% das receitas em vez de 3,5%), especialmente no crescimento da bol.com, aumentará o cash flow disponível até 2025, o que poderá possibilitar dividendos mais elevados e a compra de ações próprias. Ver conselho.
Euronav
O segundo trimestre terminou com um prejuízo de 0,02 euros por ação. Porém, as perspetivas estão a melhorar porque as sanções contra a Rússia estão a forçar a Europa a comprar petróleo através do Atlântico e do Médio Oriente, o que aumenta as rotas e, portanto, a procura.
Com o tradicional aumento da procura de petróleo à medida que o inverno se aproxima e o baixo número de navios em construção, os próximos trimestres permitir um regresso aos lucros.
A cotação da reflete a evolução do valor da frota. A oferta de troca com a Frontline (a lançar em princípio no quarto trimestre) valoriza a Euronav em 14,90 euros. Ver conselho.
Kion
No segundo trimestre, o lucro operacional da alemã Kion, especialista em manutenção e logística nas empresas (empilhadoras) sofreu com o aumento dos custos de produção e atrasos na cadeia de abastecimento.
Os aumentos de preços foram ultrapassados de acordo com a administração, mas o seu impacto na margem ainda não se faz sentir. Durante o período, os lucros operacionais caíram 43%, ou seja, mais do que as nossas expectativas, demasiado otimistas quanto à evolução dos custos.
Contudo, as encomendas aumentaram 15,3% no segundo trimestre e as receitas subiram 8,1%. E, em breve, com duas fábricas na China, a Kion Group continua a apostar no desenvolvimento da indústria e do consumo neste país, que representou apenas 7% do volume de negócios em 2021.
Os resultados da Kion vão estar dependentes do crescimento económico e da aposta das empresas na logística e na automação da cadeia de produção. Certo é que a desaceleração da economia mundial já abrandou o desenvolvimento do grupo.
Os próximos trimestres serão certamente menos animadores, mas o desenvolvimento das atividades logísticas por parte das empresas, o negócio central da Kion, continua a ser uma aposta atrativa. Ver conselho.
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