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Em destaque: Bayer, Berkshire, BlackRock, Ericsson, Renault
Há 8 meses - 19 de julho de 2022Bayer
Desde o início do ano, a cotação da Bayer tem beneficiado do renovado dinamismo da divisão Crop Sciences (pesticidas e sementes) graças às necessidades alimentares globais, cuja importância é realçada pelo conflito ucraniano.
No entanto, o herbicida RoundUp (resultante da aquisição da Monsanto em 2018) continua a penalizar. O recente revés infligido pelo Supremo Tribunal dos EUA, que confirmou a ordem para a Bayer pagar 25 milhões de dólares a um queixoso com cancro, é suscetível de acrescentar mais custos aos processos em curso.
Embora a Bayer já tenha provisionado 7,5 mil milhões de dólares, pode não ser suficiente. Outro problema é a dívida, que ainda representava 110% do capital no final de 2021.
Desde 2018 que a Bayer vende ativos para reduzi-la. A última grande operação é a venda do negócio de pesticidas não-agrícolas a um fundo de investimento por 2,4 mil milhões de euros.
Dados os montantes “engolidos” pela Monsanto, a divisão de Medicamentos com Prescrição precisa de novos motores de crescimento pois os produtos emblemáticos Eyla e Xarelto perderão as patentes em 2024/25.
A Bayer depende fortemente do Nubeqa, um novo anticancerígeno, o que não será suficiente.
A Bayer está otimista para 2022 graças à Crop Sciences mas o comprimido da Monsanto continua difícil de engolir. A cotação caiu para metade nos últimos cinco anos, mas não é uma oportunidade de compra. Ver conselho.
Berkshire
A holding continua a reforçar-se no setor energético, aumentando a participação na Occidental Petroleum para 16,4%. E detém opções de compra no grupo petrolífero, que, se exercidas, aumentariam a sua participação para mais de 25%.
Warren Buffett está, portanto, a apostar que o preço do petróleo vai manter-se num nível elevado. A Berkshire Hathaway continua a ser uma das nossas ações norte-americanas favoritas. Ver conselho.
BlackRock
A queda das bolsas teve um impacto negativo nos resultados da gestora de fundos BlackRock. Depois de um bom início de ano, no segundo trimestre, os lucros ficaram abaixo das expectativas ao caírem 21% para 7,1 dólares.
O grupo não conseguiu reduzir os custos para compensar o recuo de 6% do volume de negócios, resultado da queda dos mercados. A deterioração das principais economias e a subida das taxas de juro estão a tornar os investidores mais reticentes, mas a BlackRock mostra-se resiliente.
No último trimestre, captou 90 mil milhões de dólares tanto quanto no primeiro. Os fundos do mercado monetário, com investimentos altamente líquidos, mas com menos comissões para a gestora, atraíram 21 mil milhões. Os ETF captaram 52 mil milhões, um pouco menos do que os 56 mil milhões do trimestre anterior.
A BlackRock continua a seduzir investidores com os seus ETF, produtos que continuam a ser o eixo de crescimento. A administração está prudente para os próximos meses e anunciou novos cortes de custos.
Para o ano em curso, reduzimos as nossas estimativas de lucros por ação de 37,5 para 31 dólares com o pressuposto que os mercados acionistas permanecem voláteis e os investidores prudentes.
A ausência de reação negativa ao anúncio dos resultados é explicada pela queda da cotação desde o início do ano, bem como pela perceção dos méritos da estratégia da BlackRock. A ação permanecerá volátil enquanto os mercados também o estiverem. Ver conselho.
Ericsson
O grupo sueco reportou resultados do segundo trimestre abaixo das expectativas após um início de ano já dececionante. A rentabilidade está novamente sob pressão devido às perturbações na cadeia de abastecimento e à inflação dos custos dos componentes.
Pelo lado positivo, as receitas estão a crescer graças aos investimentos dos operadores de telecomunicações. Os investidores também estão receosos que a Ericsson se debata com um caso de corrupção no Iraque. Ver conselho.
Renault
Num contexto perturbado pela escassez de semicondutores e a cessação das atividades na Rússia (18% das vendas em 2021), a Renault viu as entregas de veículos caírem 30% no primeiro semestre (para 1 milhão de unidades).
Excluindo a Rússia, as vendas diminuíram 12%. Os bons resultados comerciais da Dacia (+6%) e da Alpine (+71%) não compensaram a queda dos volumes da marca Renault (-17%), que representa quase 70% do total.
No entanto, espera-se que o construtor francês confirme as previsões para 2022 quando publicar os resultados semestrais (29 de julho). Deverá manter a meta (pouco ambiciosa) de margem operacional em 3% (4% antes da saída Rússia e 3,6% em 2021).
À semelhança do setor, a Renault "beneficiou" da falta de semicondutores para direcionar os disponíveis para os veículos mais caros, incluindo elétricos e híbridos, que representam 36% das vendas da marca Renault na Europa.
Além disso, o plano drástico de corte de custos, lançado há dois anos, terá um impacto positivo no cash flow e na dívida, permitindo continuar a renovação da gama (Arkana, Austral, Megane E-Tech) e reconquistar o segmento dos compactos, o core do mercado automóvel global.
Apesar da crise dos semicondutores e da saída forçada da Rússia, a Renault deverá poder confirmar os objetivos anuais. Embora a ação não esteja cara, ainda há muito a fazer para igualar o desempenho dos concorrentes diretos (VW, Stellantis). Ver conselho.
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