Em destaque: Accenture, Diageo

Accenture

O líder mundial em consultoria e serviços às empresas reportou resultados em linha com as nossas expectativas no terceiro trimestre de 2021/22 (encerramento anual a 31/08).

A receita aumentou 22%, confirmando o bom rumo da atividade num contexto económico difícil (+24% nos primeiros nove meses). Apesar do custo de 0,15 dólares por ação relativo à cessação das atividades da Accenture na Rússia, os lucros por ação aumentaram 16% para 2,82 dólares.

Note-se que os resultados foram homogéneos a nível geográfico, com um crescimento de 20% na Europa (33% das vendas) e de 23% na América do Norte (47% das vendas). A observação é a idêntica ao nível dos cinco setores clientes, cada um com um crescimento superior a 15%.

Os novos contratos aumentaram 20% nos primeiros três trimestres de 2021/22, refletindo ganhos significativos na quota de mercado, e permite que a Accenture aborde calmamente os anos vindouros. Esperamos lucros por ação de 10,85 dólares por ação em 2021/22 e 12 dólares em 2022/23.

Com experiência em consultoria empresarial e outsourcing de serviços, agora em maior procura (abrandamento económico, aumento dos custos, aceleração da digitalização), a Accenture publica resultados sólidos. Nestas circunstâncias, a queda de mais de 30% da cotação este ano é exagerada. Ver conselho.

Diageo

Tal como a indústria do álcool, o grupo britânico de bebidas espirituosas poderá congratular-se do excelente ano fiscal de 2022 (terminado a 30 de junho). Os resultados anuais, a anunciar a 28 de julho, terão beneficiado da procura de bebidas espirituosas premium para consumo caseiro.

O levantamento das medidas de confinamento e a reabertura de bares, especialmente nos países ocidentais, são outro fator de suporte. Por outro lado, o novo ano fiscal, promete ser mais difícil do que o anterior. Alguns clientes, que viram recentemente o seu poder de compra diminuir, irão, sem dúvida, afastar-se das bebidas destiladas optando por álcool mais barato.

Esta mudança surge em conjunção com os efeitos da guerra na Ucrânia e o aumento acentuado dos custos de produção (energia, cereais, vidro). No entanto, a Diageo parece bem preparada para evitar “ressacas”.

Além da capacidade de aumentar os preços, o grupo pode jogar ainda mais a carta do premium (produtos mais elaborados e, portanto, mais caros) para compensar o aumento dos custos. Assim, mantemos as nossas previsões de lucros por ação em 135 pence para 2022/23 e 145 pence para 2023/24.

A estratégia de aposta no premium deve permitir à Diageo resistir à deterioração da situação económica. A ação não está barata, mas é justificada pela capacidade do grupo em fixar os preços, ainda mais importante no contexto de pressões inflacionistas. Ver conselho.