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Em destaque: AB InBev, BNP, Deutsche Post, Enagás, Solvay, Teva, Zoetis
Há um mês - 12 de maio de 2022AB InBev
Tal como nos dois trimestres anteriores, a AB InBev superou as expectativas nos primeiros três meses do ano. A receita cresceu 11,1% (aumento dos preços de +8,3%) e o lucro por ação subiu 17,2% para 0,535 euros, ajudado pela redução de custos financeiros e fiscais.
Para combater o aumento dos custos, o grupo conta com as marcas premium (+15% de receita), mas que não impediram a rentabilidade operacional de recuar para 24,9% (25,3% há um ano).
Mesmo assim é mais confortável do que a dos seus principais concorrentes. Com os volumes a dececionar um pouco (+2,8%), devido às persistentes dificuldades na América do Norte (volume -4%), o grupo mantém-se numa posição delicada.
É certo que, para já, confirma os objetivos e está gradualmente a reduzir a pesada dívida (herdada da aquisição da SABMiller em 2016). Mas se, num contexto de aumento da inflação, os consumidores ficarem mais cautelosos (abandonando as marcas premium, por exemplo), o lucro seria atingido e a AB InBev teria de escolher entre, por um lado, a redução da dívida e, por outro, os esforços de inovação e marketing e a perspetiva de um dividendo mais substancial.
A AB InBev mantém-se fiel à aposta nas cervejas premium, o que permite amortecer o aumento de custos. Mas a situação financeira não é ideal num contexto de turbulência económica.
Embora a cotação permaneça abaixo dos níveis anteriores à pandemia não alteramos o conselho. Ver conselho.
BNP Paribas
Bons resultados trimestrais e confirmação dos objetivos para 2022-2025, apesar da inflação e do abrandamento da economia europeia. O banco esclareceu as suas ambições em termos de redução de custos (500 milhões de euros por ano) e reafirma a política de dividendos. Ver conselho.
Deutsche Post
Confirma os objetivos para 2022 após a publicação de sólidos resultados trimestrais. O lucro líquido aumentou 14% para 1,35 mil milhões de euros e volume de negócios subiu 20% em relação ao ano anterior para 22,6 mil milhões de euros.
O grupo continua a beneficiar da recuperação do comércio global e da ascensão do comércio eletrónico. Ver conselho.
Enagás
Os lucros do primeiro trimestre caíram 25% para 0,26 euros por ação. A razão deste revés deve-se ao impacto do quadro regulamentar imposto pelo Governo de Madrid para o período 2021-2026 nas receitas (a maior parte das receitas vem por essa via) e a obtenção, em 2021, de dividendos extraordinários.
Apesar disso, as receitas caíram menos do que o esperado, apenas 2,8%. A maior procura de gás na Europa aumentou consideravelmente a atividade: exportação de gás +135%, descarga de navios +69%, utilização das instalações de regaseificação +81%.
A Enagás mantém os objetivos de crescimento de lucros (+6%), em linha com as nossas estimativas, graças aos lucros que obterá com a venda de algumas participadas.
O objetivo estratégico da Enagás é tirar partido do crescimento esperado do negócio na Europa nos próximos anos: interligação dos mercados europeus, desenvolvimento de redes de hidrogénio, etc.
Projetos, naturalmente, a longo prazo que ainda levarão tempo a concretizar-se. Até lá, o alto dividendo é um atrativo. Ver conselho.
Solvay
No primeiro trimestre, a receita subiu 28,8% (+26,1%, excluindo efeitos cambiais, alienações e aquisições). Uma progressão devida em 70% ao aumento dos preços de venda e o restante aos volumes vendidos (em média +6%).
A procura dos seus produtos continua a ser elevada (polímeros para a indústria automóvel, baterias e eletrónica, carbonato de sódio para a indústria do vidro) ou recupera (materiais compósitos para a indústria aeronáutica, setor petrolífero).
O EBITDA aumentou 22,1% e os lucros por ação atingiram os 3,25 euros. A margem EBITDA mantém-se ao nível de 2021 (23,3%), um nível já superior ao anterior à pandemia.
A Solvay ainda beneficia do seu plano de corte de custos para 2020-2024, que está a progredir mais rapidamente do que o esperado (82% já executado), bem como a sua capacidade de aumentar os preços de venda.
Apoiada nos bons resultados, elevou as previsões para 2022 e coloca agora um aumento do EBITDA de 5 a 9% (antes +5%), o que deverá resultar em lucros por ação de 10,50 euros. Ver conselho.
Teva
A receita diminuiu 5% (excluindo os efeitos cambiais) no primeiro trimestre, devido ao aumento da concorrência dos genéricos ao seu antigo produto emblemático Copaxone, e baixou a estimativa de vendas para 2022.
A farmacêutica também suportou custos com os litígios relacionados à crise dos opioides nos Estados Unidos. Ver conselho.
Zoetis
O especialista em saúde animal Zoetis voltou a reportar resultados trimestrais acima das expectativas: vendas +9% (excluindo efeitos cambiais) e lucros por ação +7% (1,26 dólares). Foi a divisão de Animais de Companhia, e especialmente o segmento Cães e Gatos (+20%) que, em grande parte, compensou o declínio da divisão de Pecuária, particularmente nos Estados Unidos (-11%).
Para 2022, esperamos a manutenção do dinamismo na atividade de animais de estimação graças ao lançamento de produtos inovadores, como os tratamentos de osteoartrite Librela e Solensia.
Por seu lado, o mercado pecuário continuará a ser afetado pela concorrência dos genéricos. Já confiante no final de 2021, a Zoetis tinha lançado um programa de compra de ações próprias de 3,5 mil milhões de dólares (4% da capitalização bolsista) e aumentou o dividendo trimestral em 30% (para 0,325 dólares por ação).
No entanto, o grupo reduziu ligeiramente a sua estimativa para 2022 devido ao impacto negativo das taxas de câmbio. Elementos exógenos pelos quais não pode ser responsabilizado. Ainda esperamos lucros por ação de 4,8 dólares em 2022 e 5,3 dólares em 2023.
Depois de um boa valorização em 2021, justificada pelos seus resultados, a cotação tem sofrido desde o início do ano com a subida das taxas de juro nos EUA e que não favorecem as ações consideradas de crescimento. Ver conselho.
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