Lisboa festeja decisão da Standard & Poor’s
Embora fosse já um dado da semana anterior (após o fecho do mercado), só na derradeira semana é que o mercado pode refletir o sentimento de otimismo induzido pela decisão da agência de ratings de retirar a notação da república portuguesa da classificação de “lixo”. Resultado: mais uma semana com ganho expressivo para o PSI-20 (+2,1%) que está a valorizar 13,2% em 2017.
Previsivelmente, entre os maiores vencedores da semana está o BCP (+7,8%). A notação de risco é uma área particularmente sensível para as instituições financeiras, e a cotação do maior banco cotado português não poderia deixar de reagir positivamente a este desenvolvimento.
Em alta, estiveram também as empresas do setor do papel: Altri (+8,3%) e Navigator (+7,7%). Além do seu caráter cíclico que as leva as beneficiar da melhoria das expectativas para a economia, ambas comunicaram recentemente mensagens otimistas para os investidores, como foi o continuado aumento dos preços da pasta.
Nota ainda para a Galp Energia (+4,5%), cujos resultados semestrais superaram as nossas expectativas.
Numa semana positiva para a maioria das cotadas, a EDP destacou-se pela negativa (-5,2%). Após ter beneficiado dos rumores de uma hipotética fusão com a espanhola Gas Natural, a cotação da elétrica nacional corrigiu com a especulação de que o seu acionista chinês não seria favorável a tal operação. Em perda ligeira também estiveram títulos com caráter mais defensivo, como a REN (-1,8%) e os CTT (-1,0%).
Mercados (quase) estáveis
Tendo vindo a preparar o terreno há vários meses, o anúncio do banco central americano de que vai reduzir gradualmente o seu balanço, a partir de outubro, não surpreendeu os investidores. Uma subida das taxas de juro até ao fim do ano em curso é também esperada. Depois, a normalização da política monetária irá prosseguir em 2018, desde que a economia americana continue no bom caminho.
As bolsas dos Estados Unidos terminaram a semana estáveis ou pouco alteradas. Na Europa, o Stoxx Europe 50 ganhou 0,8% impulsionado pelo setor bancário (+1,4%) que beneficiou do anúncio da Fed e da especulação em torno de fusões no setor (com o objetivo de obter economias de escala).
Preferência pelo risco
O contexto (relativamente) otimista prejudicou os setores mais defensivos, como as bebidas (-1,8%) ou as utilities (-0,5%), que conheceram um novo recuo.
O setor dos semicondutores (+0,6% na semana) que acumula um ganho de12,8% desde o início do ano, pelo contrário, beneficiou das perspetivas otimistas quanto ao crescimento do seu mercado (Internet of Things, cloud...)
A SEMANA EM NÚMEROS | |||
BOLSAS | |||
Lisboa | +2,1% | Nasdaq | -0,3% |
Frankfurt | +0,6% | Nova Iorque | +0,1% |
Londres | +1,3% | Paris | +1,3% |
Madrid | -0,1% | Tóquio | +1,9% |
Milão | 1,4% | Zurique | +1,2% |
AÇÕES NACIONAIS | |||
Altri | +8,3% | EDP | -5,2% |
BCP | +7,8% | Impresa | -2,9% |
Sonae Capital | +7,7% | REN | -1,8% |
Navigator | +6,0% | CTT | -1,0% |
Galp Energia | +4,5% | Novabase | +0,3% |