Lisboa perdeu 4,8%
A bolsa nacional seguiu a tendência negativa das suas congéneres europeias e desceu 4,8% na semana passada, aumentando as perdas acumuladas em 2016 para 15,9%.
Apenas duas ações escaparam às quedas, a Pharol (+1,7%) e a Jerónimo Martins (+1,3%). De resto, todos os títulos fecharam no vermelho, com a Mota-Engil (-15%) a liderar as perdas, penalizada pelas fracas perspetivas do setor da construção em Portugal. A Teixeira Duarte desceu 5,8%.
Pela negativa, realce também para o BCP (-12,8%), arrastado pela queda do setor na Europa e pela saída do índice europeu Stoxx 600. O BPI recuou apenas 1,2% e está a subir mais de 5% esta segunda-feira após um dos acionistas afirmar que a OPA do CaixaBank é inevitável.
Nota final para a queda de 10,8% da Navigator afetada por uma recomendação de investimento menos favorável.
Bancos centrais geram incerteza
Com exceção dos mercados americanos, a semana foi negativa para as bolsas, com os investidores receosos quanto ao rumo das políticas monetárias dos bancos centrais. Nos EUA, a pergunta é se a Fed vai ou não aumentar as taxas de juro ainda este ano. A próxima reunião é já esta semana na quarta-feira, dia 21, mas as diferenças no seio da instituição dificultam a tomada de decisão.
Na Europa, os investidores mostram-se cautelosos com a incerteza da Fed e com o facto de o BCE não ter anunciado novas medidas de apoio à economia. Ao invés, como se esperava, o Banco Nacional da Suíça continua a política monetária expansionista, embora a eficácia das medidas seja cada vez mais questionada.
Assim, na Europa, o Stoxx Europe 50 recuou 2,4% na semana, com o declínio da banca (-4,6%) a penalizar os índices. Por sua vez, nos EUA, o S&P 500 ganhou 0,5% e o Nasdaq subiu 2,3%, impulsionado pela Apple (+11,4%), que divulgou boas vendas para o novo iPhone7.
Petróleo em queda e vendas de carros em alta
No setor automóvel, as novas matrículas na Europa caíram 1,4% em julho mas subiram 10% em agosto. Apesar de ter marcado passo em julho, após 34 meses consecutivos de subida, o mercado está no bom caminho, acumulando um aumento de 8% em 2016. Os construtores “generalistas”, como a Renault (-6,1%; ver pág. 8) e a FCA (-5,4%), tiveram bons níveis de vendas, assim como o segmento de luxo, com crescimentos da BMW (-3,9%) e da Daimler (-4%). A Volkswagen (-4,5%) continua a sofrer os efeitos comerciais do crime de falsificação de motores.
O setor de bens de luxo continua sob pressão após os comentários negativos da Hermes (-7,4%) e da Richemont (-4,7%) devido à queda dos gastos dos turistas na Europa. Estes anúncios vão no mesmo sentido do lançado pela LVMH (-3,6%) há algumas semanas. Fique afastado.
A Agência Internacional de Energia não prevê um equilíbrio do mercado petrolífero este ano mas apenas em 2017, devido a uma procura mais fraca que o previsto. O preço do barril caiu para cerca de 45 dólares e o setor perdeu 3%. Mantemos a compra de Exxon (-3,2%), Chevron (-3,4%), Repsol (-6,5%) e Galp (-9,4%).
Bolsas
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Lisboa
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-4,8%
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Nasdaq
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+2,3%
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Frankfurt
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-2,8%
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Nova Iorque
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+0,5%
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Londres
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-1,0%
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Paris
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-3,5%
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Madrid
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-4,3%
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Tóquio
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-2,6%
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Milão
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-5,6%
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Zurique
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-1,6%
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Ações
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Pharol
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+1,7%
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Mota-Engil
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-15,0%
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Jerónimo Martins
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+1,3%
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Inapa
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-13,8%
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Novabase
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-0,5%
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Sonae Indústria
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-13,0%
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Ibersol
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-0,8%
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BCP
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-12,8%
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BPI
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-1,2%
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Cofina
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-11,0%
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