Lisboa em recuperação
À semelhança das suas congéneres mundiais, a bolsa de Lisboa recuperou na semana passada das quedas provocadas pela decisão de saída do Reino Unido da União Europeia. O índice PSI-20, apesar de ainda ter caído 2,3% na sessão de segunda-feira, acabou por fechar a semana com um ganho acumulado de 3%. Ainda assim, desde o início do ano, a praça nacional cai 15,5%.Na base da recuperação da semana passada estiveram alguns dos títulos com maior peso no PSI-20, como são os casos da EDP (+5,6%), da Jerónimo Martins (+5,4%), da Galp Energia (+4,6%), que beneficiou da recuperação do preço do petróleo, ou da NOS (+2,2%).
Por sua vez, os bancos nacionais contrariaram a tendência negativa dos seus congéneres europeus e subiram um pouco. O BCP valorizou 3,9% e o BPI ganhou 1,4%.
A liderar os ganhos esteve a Pharol, que recuperou uma parte da forte queda da semana anterior, depois de o tribunal ter aceite o pedido de recuperação judicial da Oi.
Nas descidas, realce para a Sonae (-4,6%) que voltou a perder terreno e passou a estar barata.
Depois da tempestade veio a bonança
Apesar de nas duas sessões seguintes à decisão do Reino Unido de sair da União Europeia as bolsas terem registado quedas acentuadas, a partir daí as subidas têm sido uma constante, com os investidores à procura de boas oportunidades de investimento. De facto, após o ligeiro pânico inicial, a perceção dominante é a de que não estamos perante uma crise tipo Lehman Brothers, cuja falência em 2008 provocou uma crise de liquidez que bloqueou o sistema financeiro. Este aumento da confiança originou uma subida dos índices que, nalguns casos, já estão a níveis superiores ao do dia antes do Brexit.A maior confiança dos investidores parece estar relacionada também com a possibilidade de intervenção dos bancos centrais se a situação se deteriorar mais. Além disso, os poucos bons indicadores económicos divulgados nos Estados Unidos foram bons (despesas de consumo das famílias, etc.), o que também ajudou as bolsas a recuperar.
Assim, o Stoxx Europe 50 ganhou 4,4% na semana, enquanto o americano S&P 500 valorizou 3,2%. A diminuição do risco percecionado pelos investidores permitiu uma forte subida da bolsa de Madrid (+6,2%).
Banca europeia não acompanha recuperação
A maioria dos setores de atividade encerrou a semana no verde. As empresas de metais não-ferrosos (+6%) e as petrolíferas (+4,3%) estiveram em particular destaque, beneficiando da recuperação dos preços do cobre e do barril de petróleo, respetivamente. Pela positiva, realce igualmente para as empresas europeias de telecomunicações, que ganharam em média 5,3%.Pelo contrário, a banca europeia (-2,2%) voltou a ter uma semana negativa, mantendo-se como um setor de risco mais elevado.
Bolsas | |||
Lisboa | +3,0% | Nasdaq | +3,3% |
Frankfurt | +2,3% | Nova Iorque | +1,6% |
Londres | +7,2% | Paris | +2,1% |
Madrid | +6,2% | Tóquio | +4,2% |
Milão | +3,6% | Zurique | +0,4% |
Ações | |||
Martifer | +6,5% | Pharol | -27,6% |
Sonae Indústria | +6,3% | Teixeira Duarte | -13,8% |
Cofina | +1,9% | Mota-Engil | -8,3% |
Corticeira Amorim | +1,7% | Sonae | -7,6% |
Galp Energia | +1,2% | EDP | -7,5% |
Variação das cotações entre 24/06 e 01/07, em moeda local
Maiores subidas/descidas dos títulos nacionais seguidos na PROTESTE INVESTE