Lisboa perdeu 3,5%
Dada a incerteza criada com a saída do Reino Unido da União Europeia, as bolsas mais periféricas foram as mais afetadas, com Lisboa a recuar 3,5%. A Pharol (-27,6%) liderou as perdas, depois da brasileira Oi ter avançado com um pedido de recuperação judicial, o que nos levou a alterar o conselho para este título.À semelhança do exterior, a banca fechou no vermelho, com o BCP a perder 5,3% e o BPI a descer 2,6%. Devido ao clima de maior incerteza, alterámos o conselho do BCP. Igualmente em queda estiveram a distribuição, com Sonae e Jerónimo Martins a recuarem 7,6 e 0,7%, respetivamente, e as empresas de construção: Teixeira Duarte (-13,8%) e a Mota-Engil (-8,3%).
Brexit assusta investidores
A vitória do "Brexit" sacudiu os mercados financeiros. A correção de sexta-feira foi ainda mais forte porque nos dias anteriores os investidores estiveram compradores. Logo, o choque de aversão ao risco e o regresso ao clima de incerteza colocaram as bolsas no vermelho.Apesar deste desfecho ser preocupante por várias razões (impacto no crescimento económico, na evolução da construção europeia, etc.), a reação epidérmica não o deve fazer entrar em pânico. Até porque a queda do Stoxx Europe 50 na sexta-feira apenas anulou os ganhos das cinco sessões precedentes, colocando o índice aos níveis da sexta-feira anterior. Assim, a perda semanal foi de apenas 0,9%.
Nos Estados Unidos, o S&P 500 caiu 1,6% e Londres fechou mesmo com uma subida semanal de 2%. Ainda assim, como o Reino Unido entrou num período de grande incerteza política, económica e financeira, suspendemos os conselhos de compra das ações britânicas, até que haja maior visibilidade: National Grid (+2,7%), Vodafone (+3,8%), Pearson (+11,1%), Rio Tinto (+3,6%), Barclays (-7,1%) e Sainsbury (-1,9%).
Percecionados com mais “perigosos”, os mercados periféricos sofreram quedas superiores: Milão, Madrid e Lisboa desceram 7,1%, 6,9% e 3,5%, respetivamente.
Banca muito penalizada
A banca foi o setor mais penalizado (-5,1%). Os bancos britânicos foram muito castigados pelos investidores, pois apesar do impacto da crise nos resultados ainda não ser conhecido, em caso de grandes perdas, poderá haver necessidade de injetar mais capital.O preço do petróleo também caiu devido à incerteza sobre a evolução da economia global. Mas em face da diminuição do investimento das petrolíferas parece-nos um cenário exagerado. Aliás, o setor ganhou 0,8%.
Pelas mesmas razões, os setores automóvel (-2%), químico (-1,1%) e industrial (-0,4%) encerraram negativos. O receio sobre o consumo dos britânicos afetou o setor automóvel, dado que o Reino Unido é o segundo mercado europeu. As francesas Peugeot (-11,1%) e Renault (-7,5%) foram muito afetadas. Mais defensivo, o setor farmacêutico subiu 0,8%, com a GlaxoSmithKline (+6,8%) e a AstraZeneca (+6,3%) em destaque. Pode comprar a Teva (-3,8%).
Bolsas | |||
Lisboa | -3,5% | Nasdaq | -1,9% |
Frankfurt | -0,8% | Nova Iorque | -1,6% |
Londres | +2,0% | Paris | -2,1% |
Madrid | -6,9% | Tóquio | -4,2% |
Milão | -7,1% | Zurique | +0,4% |
Ações | |||
Martifer | +6,5% | Pharol | -27,6% |
Sonae Indústria | +6,3% | Teixeira Duarte | -13,8% |
Cofina | +1,9% | Mota-Engil | -8,3% |
Corticeira Amorim | +1,7% | Sonae | -7,6% |
Galp Energia | +1,2% | EDP | -7,5% |
Variação das cotações entre 17/06 e 24/06, em moeda local
Maiores subidas/descidas dos títulos nacionais seguidos na PROTESTE INVESTE