Em 2012, mais de 19 mil investidores, quase todos residentes em Portugal, subscreveram obrigações da Portugal Telecom, 18 mil dos quais fazendo pequenos investimentos até 50 mil euros.
O capital investido deveria ser reembolsado a 26 de julho, mas está em risco, pelo menos parcialmente, devido à possível restruturação da dívida da operadora de comunicações brasileira Oi.
Entre a dívida que poderá ser restruturada estão estas obrigações originalmente emitidas pela Portugal Telecom, mas que agora devem ser pagas, em última instância, pela Oi, o que terá implicações para muitos pequenos investidores nacionais.
A ocorrer um incumprimento, será o epílogo do processo de destruição de valor que ocorreu, nos últimos anos, na Portugal Telecom.
Não existiam grandes opções para resistir à compra da Vivo pela espanhola Telefónica, mas desde esse ponto os erros de gestão sucederam-se: a integração com a Oi foi um fracasso, o ruinoso investimento em papel comercial da Rioforte (grupo Espírito Santo) abalou financeiramente a empresa, descredibilizou a administração de Zeinal Bava e lesou os acionistas portugueses, que viram a sua posição na nova Oi reduzida face ao inicialmente previsto.
Posteriormente, a instabilidade política e económica no Brasil também foi um fator negativo, com a queda do real a exponenciar o peso da dívida em euros e dólares que a Oi detinha. A PROTESTE INVESTE neste artigo fornece mais informações sobre estes títulos e o que devem ainda fazer os atuais detentores destas obrigações perante a possibilidade de sofrer pesadas perdas.
E para o futuro, que lições se podem reter? Acima de tudo, que a diversificação continua a ser a chave para investir com sucesso. Sejam ações, sejam obrigações, perdas em alguns negócios são inevitáveis, mas desde que nenhum investimento tenha um peso desproporcionado, não serão razão para perder o sono.
Infelizmente, a presunção de garantia de capital nas obrigações leva muitos investidores a ser pouco cuidadosos e a subestimar o seu risco. Em teoria, as perdas são menos frequentes do que nas ações, mas quando ocorrem podem delapidar as suas poupanças. Consulte as nossas análises antes de investir.