Lisboa em mínimos de julho de 2012
A bolsa nacional foi das mais penalizadas na semana passada, com o índice PSI-20 a cair 7,6% e a atingir um novo mínimo desde julho de 2012.À semelhança do resto da Europa, a banca esteve em destaque pela negativa, com o BCP e o BPI a descerem 14 e 6,4%, respetivamente. O setor da distribuição foi outro dos que teve um mau desempenho devido aos receios de agravamento da situação económica e financeira do nosso país. A Sonae perdeu 11,1% e a Jerónimo Martins recuou 4,1%.
A nível de resultados empresariais, destaque para a forte melhoria dos resultados da Galp Energia, apesar da atual conjuntura adversa do setor. Ainda assim, o título caiu 6,2%, afetado por uma nova queda do preço do petróleo. A Novabase (-1%) também obteve bons resultados, com os lucros de 2015 a subirem 138,6% e a ficarem acima das nossas expectativas.
Nervosismo dos investidores penaliza bolsas
Os mercados financeiros parecem estar à beira de um colapso nervoso. Apesar de terem registado uma boa recuperação na sessão de sexta-feira, as bolsas fecharam a semana com quedas muito significativas, à exceção dos mercados americanos. Com efeito, o S&P 50 e o Nasdaq caíram apenas 0,8 e 0,6%, respetivamente.A liderar as perdas esteve a bolsa do Japão (-11,1%), com o país a registar uma contração no último trimestre de 2015. Na Europa, as quedas também foram consideráveis. O Stoxx Europe 50 perdeu 3,5% mas houve praças que registaram perdas muito elevadas, nomeadamente, Lisboa (-7,6%), Madrid (-6,8%) e Paris (-4,9%).
Os receios sobre a solidez financeira dos bancos e sobre a capacidade dos bancos centrais para controlar a situação estão no topo das preocupações dos investidores.
Banca no centro das preocupações
O setor bancário (-5,7%) continua a ser penalizado pelas baixas taxas de juro de longo prazo, o que põe em causa os seus lucros e a sua solidez financeira. Além disso, os rumores sobre uma possível falência do gigante Deutsche Bank (+0,5%), título que recomendamos vender e para o qual aumentámos o nível de risco, contagiaram negativamente os restantes bancos europeus.Outro setor que também continua a ser muito penalizado pelos investidores é o petrolífero (-3,6%), com o preço do petróleo a registar uma queda de 4,8% na semana. As empresas de matérias-primas (-6,4%) também registaram fortes perdas. Pelo contrário, as empresas de metais preciosos valorizaram em média 8,9%, já que beneficiam da maior aversão ao risco dos investidores.
Esta tendência de regresso aos ativos considerados como “refúgio” beneficia o ouro, que atingiu os 1220 dólares por onça, e as obrigações de rating mais elevado (mais seguras), até porque a política de baixas taxas de juro do Banco Central Europeu torna muito pouco interessantes os rendimentos das contas de poupança.
Bolsas | |||
Lisboa | -7,6% | Nasdaq | -0,6% |
Frankfurt | -3,4% | Nova Iorque | -0,8% |
Londres | -2,4% | Paris | -4,9% |
Madrid | -6,8% | Tóquio | -11,1% |
Milão | -4,3% | Zurique | -3,8% |
Ações | |||
Sonae Indústria | +2,2% | BCP | -14,0% |
Sonaecom | +1,1% | Sonae | -11,1% |
Mota-Engil | +0,7% | EDP | -10,9% |
Glintt | 0,0% | Altri | -10,7% |
Martifer | -0,5% | NOS | -9,6% |
Variação das cotações entre 05/02 e 12/02, em moeda local
Maiores subidas/descidas dos títulos nacionais seguidos na PROTESTE INVESTE