Lisboa em contraciclo
A bolsa nacional, à semelhança de Madrid, contrariou a tendência positiva das suas congéneres mundiais e fechou a semana em queda, ao descer 0,7%. A penalizar a praça lisboeta esteve sobretudo, e mais uma vez, o setor bancário, numa altura em que a venda do Novo Banco parece ter sido adiada. O Banif (-10,9%) liderou as perdas pela segunda semana seguida, seguido do BCP (-8,3%), que continua a ser afetado pela hipótese de incorrer em perdas elevadas na Polónia devido à conversão dos créditos indexados ao franco suíço. Já o BPI caiu 3,7%.Igualmente em queda esteve a Galp Energia (-3,7%) que voltou a ser penalizada por um novo recuo do preço do barril de petróleo (-4,1%).
No setor da distribuição, o desempenho foi díspar, com a Sonae a descer 3% e a Jerónimo Martins a subir 3,7%.
Nota final para a pasteira Altri que liderou os ganhos com uma subida de 12%, embora sem notícias relevantes.
Expectativa em relação à Fed
Numa altura em que os mercados acionistas sofreram correções significativas, os investidores tentam encontrar razões para inverter o pessimismo das últimas semanas. Logo, as novas medidas das autoridades chinesas para impulsionar o crescimento económico deram o mote para alguma recuperação das bolsas na semana passada. Contudo, a proximidade da reunião da Reserva Federal norte-americana (Fed), que ocorrerá já esta semana nos dias 16 e 17, impediu maiores subidas, já que os investidores não sabem se a Fed começará ou não desde já a prevista subida gradual das taxas de juro. Além disso, as persistentes preocupações em relação ao crescimento económico global continuam na ordem do dia. O abrandamento da economia chinesa e a crise em que está mergulhado o Brasil são fatores de risco para os mercados.Aliás, a agência de notação financeira Standard & Poors reduziu o rating soberano do Brasil para um nível "especulativo". Esta decisão pesou sobre as empresas mais expostas ao país, como o banco Santander (-2,8%), o grupo cervejeiro AB InBev (-1%), a Telefónica (-2,6%) e a Telefônica Brasil (-2,5%).
Setor automóvel lidera ganhos
Apesar da expectativa em relação à reunião da Fed e das preocupações sobre o crescimento económico mundial, as bolsas recuperaram na semana passada, com exceção das praças ibéricas. Assim, nos EUA, o S&P 500 e o Nasdaq subiram 2,1 e 3%, respetivamente. Na Europa, o Stoxx Europe 50 ganhou 0,5%. Por sua vez, a bolsa de Londres valorizou 1,2% numa semana em que o banco central de Inglaterra manteve as suas taxas de juro diretoras.A nível setorial, a recuperação de 6,2% do mercado chinês beneficiou o setor automóvel europeu, que valorizou 4,2%. Pelo contrário, as empresas de telecomunicações estiveram sob pressão e fecharam a cair em média 0,5%, depois do veto da Comissão Europeia em relação à fusão entre as dinamarquesas TeliaSonera e Telenor.
Bolsas | |||
Lisboa | -0,7% | Nasdaq | +3,0% |
Frankfurt | +0,9% | Nova Iorque | +2,1% |
Londres | +1,2% | Paris | +0,6% |
Madrid | -0,9% | Tóquio | +2,7% |
Milão | +1,4% | Zurique | +1,4% |
Ações | |||
Altri | +12,0% | Banif | -10,9% |
Martifer | +6,0% | BCP | -8,3% |
Sonae Indústria | +4,8% | Galp Energia | -3,7% |
Sonae Capital | +4,3% | BPI | -3,7% |
Jerónimo Martins | +3,7% | Sonae | -3,0% |
Variação das cotações entre 04/09 e 11/09, em moeda local
Maiores subidas/descidas dos títulos nacionais seguidos na PROTESTE INVESTE