PSI-20 recua 2,4%
A bolsa nacional registou uma semana negativa, com o índice PSI-20 a recuar 2,4% penalizado, em grande medida, pela incerteza em torno da situação na Grécia. No entanto, outros motivos ajudam a explicar a queda mais pronunciada da bolsa nacional face à média das restantes praças europeias. Entre eles, esteve a o fim da Oferta Pública de Aquisição do CaixaBank ao BPI que refletiu-se negativamente na cotação do banco nacional que acabou a semana com uma queda de 14,6%. A desistência do banco catalão ficou a dever-se ao facto de não ter conseguido a desblindagem dos estatutos do BPI. Recorde-se que a proposta recebeu a aceitação de 52% dos votos em assembleia-geral quando eram necessários 75%. Com o fim da OPA surgem diversos cenários possíveis para a concentração da banca nacional, entre eles, há uma proposta para o estudo de uma eventual fusão entre o BPI e o BCP.
Em relação aos restantes títulos da banca nacional, o BCP cedeu 9,2%, enquanto o Banif caiu 7,4%. No vermelho terminou ainda a Mota-Engil (-9,7%) que está a emitir obrigações a 5 anos e, em simultâneo, a oferecer a possibilidade de trocar títulos com maturidade em 2016 pelos novos (mais detalhes).
Ao invés, a PHAROL(ex-PT), depois de ter registado na semana passada um novo mínimo histórico, liderou a lista de subidas ao valorizar 23,5%. Realce ainda para as subidas de 5,5% da Luz Saúde e de 2,4% da REN, bem como para as valorizações de 1,9% da NOS e de 1,5% da Sonaecom.
À espera de um desfecho na Grécia
Na mitologia grega, as brisas leves como as piores tempestades eram comandadas por Éolo, deus dos ventos. E assim parece estar a ser navegada a Europa dos dias de hoje, com os mercados a evoluírem de acordo com os avanços e recuos na Grécia. Nesta última semana, as negociações entre o Eurogrupo e o Governo grego voltaram a falhar e as instituições credoras esperam novas propostas na cimeira de líderes da zona euro, marcada com caráter de urgência para segunda-feira.
Entretanto e na reunião de emergência que decorreu na passada sexta-feira, o Banco Central Europeu decidiu reforçar a linha de liquidez de emergência aos bancos gregos. Face a este contexto, as bolsas europeias fecharam no vermelho, com Atenas a recuar 11,2%. Já Paris cedeu 1,8% e Frankfurt recuou 1,4%. Por setores, e face ao aumento do risco, a banca europeia caiu 1,6%.
Ao invés, e do outro lado do Atlântico, os principais índices americanos fecharam a semana em alta ligeira depois da Reserva Federal ter sinalizado que continuará a apoiar a economia e que irá aumentar as taxas de juro este ano, mas de forma ténue. Assim, o S&P 500 avançou 0,8%, enquanto o índice tecnológico Nasdaq subiu 1,3% para um novo máximo histórico, superando o seu anterior máximo de março de 2000.