PSI-20 em queda ligeira
A bolsa de Lisboa esteve em contraciclo com as restantes praças mundiais na semana passada mas, ao contrário do que tem sido habitual, desta vez destacou-se pela negativa, tendo recuado 0,9%. Ainda assim, o índice PSI-20 acumula ganhos de 27,2% desde o início do ano.A Mota-Engil (-8,1%) liderou as perdas depois de apresentar uma queda de 54% dos lucros do primeiro trimestre, que saíram claramente abaixo do esperado.
A penalizar a praça nacional esteve também o setor bancário, com o BCP e o BPI a descerem 4,2 e 2,5%, respetivamente, ao passo que o Banif (-5,1%) corrigiu uma parte dos ganhos da semana anterior.
Ao invés, a valorização do dólar face ao euro impulsionou alguns títulos nacionais que têm boa parte das suas receitas em dólares. O caso mais paradigmático é o da Altri (+9%), que liderou os ganhos, mas também da Portucel (+2,5%) e da Corticeira Amorim (+2,4%).
Nota final para a REN, que subiu 3,8%, após anunciar um novo plano estratégico até 2018.
BCE estimula bolsas europeias
As principais bolsas europeias, com exceção de Lisboa, terminaram a semana com ganhos significativos, com os investidores a receberem com agrado o anúncio feito pelo Banco Central Europeu (BCE) de que vai aumentar as compras de ativos em maio e junho, no quadro da sua política de flexibilização monetária. O BCE espera compensar assim os volumes mais baixos de transação de títulos nos meses de julho e agosto. Assim, o Stoxx Europe 50 valorizou 2,5% na semana passada. Pela positiva, destaque para as subidas de 2,6% da bolsa de Frankfurt e de 2,3% da praça parisiense.
Do outro lado do Atlântico, os índices norte-americanos também terminaram a semana no verde, embora com ganhos mais modestos de 0,5% para o S&P 500 e de 0,8% para o Nasdaq. Alguns investidores já se questionam se os indicadores económicos divulgados recentemente não poderão levar a Reserva Federal a não aumentar as taxas de juro até 2016. Contudo, continuamos a pensar que esta hipótese é pouco provável e que as taxas deverão começar a subir ainda este ano.
Outra consequência significativa do anúncio do BCE foi a desvalorização do euro em relação ao dólar, o que penalizou as matérias-primas, com o setor dos não-ferrosos a cair ligeiramente e a contrariar a tendência positiva dos mercados.
Setor automóvel em destaque
A nível setorial, os construtores automóveis europeus destacaram-se com ganhos significativos, depois de ter sido anunciado um aumento de 6,9% das vendas de automóveis novos em abril. Realce para as subidas da Renault (+7,9%), da Peugeot (+5,8%), da FCA (+5,8%), da Volkswagen VZ (+4,4%) e da Daimler (+4,3).Igualmente em alta estiveram as operadoras de telecomunicações, que beneficiaram de notícias sobre possíveis fusões e aquisições entre empresas do setor.
Bolsas | |||
Lisboa | -0,9% | Nasdaq | +0,9% |
Frankfurt | +2,6% | Nova Iorque | +0,5% |
Londres | +0,6% | Paris | +2,3% |
Madrid | +1,7% | Tóquio | +3,2% |
Milão | +0,8% | Zurique | +3,5% |
Ações | |||
Altri | +9,0% | Mota-Engil | -8,1% |
Semapa | +4,3% | Banif | -5,1% |
REN | +3,8% | Teixeira Duarte | -4,5% |
Ibersol | +2,9% | Glintt | -4,4% |
Portucel | +2,5% | BCP | -4,2% |
Variação das cotações entre 14/05 e 21/05, em moeda local
Maiores subidas/descidas dos títulos nacionais seguidos na PROTESTE INVESTE