Bolsa nacional corrige
Após várias semanas em forte alta, a bolsa de Lisboa, à semelhança das congéneres mundiais, corrigiu 4,9% e diminuiu os ganhos acumulados em 2015 para 25,1%.Numa semana em que apenas a Novabase (+3,5%) e a Galp Energia (+0,8%) fecharam em alta, destaque para a queda da banca, afetada pelo aumento dos receios em relação à Grécia. Assim, o BCP caiu 12,9%. Contudo, já após o fecho do mercado na sexta-feira, o banco anunciou um aumento de capital por troca de títulos de dívida subordinada e ações preferenciais que permitirá um reforço dos rácios de capital. Por sua vez, o Banif e o BPI caíram 6,7 e 2,5%, respetivamente.
A liderar as quedas esteve a Martifer (-13,9%) penalizada pelo anúncio da restruturação da dívida e de prejuízos anuais superiores ao esperado. Já esta segunda-feira, a Mota-Engil (-8,1%) divulgou resultados. O lucro estabilizou face ao ano anterior, mas saiu ligeiramente acima do que prevíamos.
Grécia penaliza bolsas
Foi uma semana difícil para os mercados acionistas que aproveitaram o aumento dos receios relativamente à situação da Grécia para realizar algumas mais-valias, após os fortes ganhos obtidos nos últimos meses.Ainda assim, os investidores acolheram bem a reafirmação da disponibilidade do Banco Central Europeu para continuar o seu plano de compra de ativos para sustentar o crescimento, isto apesar de a economia europeia começar a dar alguns sinais de recuperação.
Por outro lado, as operações de fusões e aquisições (Nokia / Alcatel-Lucent, Royal Dutch Shell / BG Group…) deram algum suporte às empresas nelas envolvidas.
Contudo, o sentimento dominante foi negativo devido aos receios sobre um eventual incumprimento da dívida por parte da Grécia e às preocupações sobre a regulação dos mercados financeiros na China, que penalizaram a sessão bolsista de sexta-feira. A postura mais cautelosa dos investidores também é explicada pelo início da época de resultados trimestrais. Há alguma expectativa para ver qual será o impacto da valorização do dólar nos resultados das empresas americanas e, na Europa, quais serão os efeitos da queda do euro e do petróleo.
Assim, o Stoxx Europe 50 e o S&P 500 perderam 1,9 e 1%, respetivamente. Destaque sobretudo para as quedas da bolsa de Frankfurt (-5,5%) e das praças do sul da Europa, muito afetadas pela desconfiança em relação à crise grega.
Banca europeia em queda
Do lado das quedas, realce para a banca europeia, que perdeu 2,6% na sequência do aumento do risco da dívida pública grega.O setor dos não-ferrosos caiu 0,2% e continua a evoluir ao sabor da divulgação dos indicadores económicos, que apontam para uma desaceleração do crescimento na China. Por sua vez, as petrolíferas ganharam 1,7% graças à recuperação do preço do barril de petróleo, após ter sido anunciado um pequeno aumento dos stocks nos EUA.
Bolsas | |||
Lisboa | -4,9% | Nasdaq | -1,3% |
Frankfurt | -5,5% | Nova Iorque | -1,0% |
Londres | -1,3% | Paris | -1,9% |
Madrid | -3,3% | Tóquio | -1,3% |
Milão | -3,5% | Zurique | -2,4% |
Ações | |||
Novabase | +3,5% | Martifer | -13,9% |
Galp Energia | +0,8% | BCP | -12,9% |
Sonaecom | -0,2% | Glintt | -10,0% |
Luz Saúde | -0,2% | Ibersol | -8,8% |
Portucel | -0,7% | Mota-Engil | -8,1% |
Variação das cotações entre 10/04 e 17/04, em moeda local
Maiores subidas/descidas dos títulos nacionais seguidos na PROTESTE INVESTE