Lisboa continua a recuperar
À semelhança das suas congéneres europeias, a bolsa nacional fechou a semana em forte alta, ao ganhar 5,6%.
A liderar os ganhos esteve a Portugal Telecom (+37,7%), depois da assembleia geral de acionistas ter aprovado a venda da PT Portugal aos franceses da Altice, o que pode colocar um ponto final nas dúvidas em relação a uma possível reversão do acordo de fusão com a brasileira Oi.
Pela positiva, destaque também para o setor da distribuição, com a Jerónimo Martins a subir 9,5% e a Sonae a valorizar 6,5% depois de anunciar que as suas vendas preliminares no setor do retalho cresceram 2,7% em 2014.
O setor energético também se evidenciou pela segunda semana consecutiva, com destaque para a forte subida de 8,1% da REN, um título mais defensivo e que tem uma volatilidade inferior à média. Por sua vez, a EDP ganhou 4,4% e a EDP Renováveis valorizou 4,7%. Por fim, a Galp recuperou 2,9%, beneficiando do atenuar da queda do preço do petróleo (-0,9% na semana).
Pela negativa, realce para a Novabase, que liderou as perdas, ao recuar 3,8%. Seguiu-se a Impresa, que desvalorizou 3%. Ambos os títulos ainda têm conselho de venda.
BCE estimula bolsas
O anúncio por parte do Banco Central Europeu (BCE) de um plano de flexibilização da política monetária (compra de dívida pública...) um pouco mais ambicioso do que o esperado foi muito bem recebido pelos investidores.
O euro voltou a desvalorizar em relação ao dólar e a várias outras moedas. O enfraquecimento da moeda única (e das taxas de juro de longo prazo) é um dos efeitos pretendidos pelo BCE por forma a estimular as exportações europeias.
A evolução das bolsas a curto prazo continua assim a estar mais ligada à disposição dos bancos centrais para intervir no mercado do que à conjuntura económica, com exceção dos EUA. Com efeito, o Fundo Monetário Internacional acaba de se juntar ao role de entidades que se mostram pessimistas em relação à evolução da economia global.
Graças às notícias vindas do BCE, o Stoxx Europe 50 e o S&P 500 terminaram a semana em alta, com ganhos de 4,8 e 1,6%, respetivamente. Destaque sobretudo para a forte subida das praças do sul da Europa: Milão (+6,6%), Paris (+6%), Lisboa (+5,6%) e Madrid (+5,4%).
Setor financeiro em destaque
Beneficiando da intervenção do BCE, os bancos europeus ganharam 5,7% na semana passada. Contudo, no setor bancário, apenas recomendamos a compra do Barclays Bank (+8,4%). Por sua vez, as seguradoras valorizaram em média 6,8%. Mantemos o conselho de compra para a francesa Axa (+4%).
De resto, a intervenção do BCE acabou por beneficiar praticamente todos os setores, com realce, para além da banca e dos seguros, para o setor químico (+4,1%), as empresas de semicondutores (+5%) e as operadoras de telecomunicações (+5,2%).
Bolsas | |||
Lisboa | +5,6% | Nasdaq | +2,7% |
Frankfurt | +4,7% | Nova Iorque | +1,6% |
Londres | +4,3% | Paris | +6,0% |
Madrid | +5,4% | Tóquio | +3,8% |
Milão | +6,6% | Zurique | +3,3% |
Ações | |||
Portugal Telecom | +37,7% | Novabase | -3,8% |
Cofina | +13,8% | Impresa | -3,0% |
Jerónimo Martins | +9,5% | Semapa | -2,6% |
Ibersol | +8,2% | Teixeira Duarte | -1,1% |
REN | +8,1% | Corticeira Amorim | 0,0% |
Variação das cotações entre 16/01 e 23/01, em moeda local
Maiores subidas/descidas dos títulos nacionais seguidos na PROTESTE INVESTE