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Em destaque: Endesa, Eni, Sage, Telefónica, Walt Disney
Há 8 meses - 2 de dezembro de 2021Endesa
A italiana Enel, que controla 70% da Endesa, abandonará todo o negócio do gás até 2040. A recente atualização do plano estratégico da empresa espanhola já inclui essas orientações.
No final de 2040, a Endesa terminará a presença no setor do gás, tanto aquela que utiliza para alimentar as suas centrais de ciclo combinado como a que fornece aos seus clientes (habitações, indústrias).
A transição será progressiva e haverá uma migração de clientes para o negócio da eletricidade. Depois da Naturgy, a Endesa é a segunda maior distribuidora de gás em Espanha com quase dois milhões de clientes (cerca de 25% do mercado de gás em Espanha). Uma carteira atrativa que pode encontrar um comprador. A outra etapa do plano passa por um crescimento assertivo das energias limpas (+48% de capacidade renovável até ao final de 2024, com um compromisso claro com a energia solar).
Planos demasiado otimistas, dada a forte dependência do mercado espanhol. Um mercado cujas regras estão a mudar (legislação, obstáculos burocráticos em novas instalações) e onde o crescimento pode ser posto em causa por uma nova vaga da pandemia.
A viragem estratégica da Endesa implica, a longo prazo, sair do gás e reforçar as energias limpas.
É uma boa estratégia, mas para ter sucesso o grupo depende muito de um bom desempenho do mercado espanhol. Manter.
Eni
A Eni apresentou oficialmente a Plenitude, a empresa que irá englobar as atividades de retalho e renováveis e que pretende cotar uma fatia de 20-30% em bolsa em 2022.
Não é uma operação inesperada, mas agora são conhecidos mais detalhes. A empresa, que pretende atingir a meta de zero emissões líquidas até 2040, deverá investir 1,8 mil milhões de euros por ano até 2025, concentrado sobretudo na divisão "renováveis".
Graças a estes investimentos, que lhe permitirão aumentar a sua base de clientes, a Plenitude deverá atingir um lucro operacional de 1,3 mil milhões de euros em 2025. Qual é o impacto nas contas da Eni? É muito cedo para saber.
Fala-se de uma valorização de 8 a 10 mil milhões, mas muito dependerá das condições de mercado no momento da cotação da Plenitude que provavelmente só será finalizada na segunda metade do ano. Manter.
Sage
O grupo britânico de serviços informáticos (software de contabilidade para pequenas empresas) está a terminar em alta três anos de reorganização, como evidenciam os bons resultados do exercício de 2020/2021.
Graças à sua nova oferta de soluções de tecnologias de informação (TI) em nuvem, bem recebida pelos clientes, está confiante nas perspetivas de crescimento. Para o exercício de 2021/2022, a Sage tem como objetivo um aumento de receitas de 8 a 9% excluindo aquisições face a +5% para o exercício de 2020/2021.
Espera também que a rentabilidade aumente nos próximos anos, após os grandes investimentos que já foram realizados para acelerar a sua transformação. De facto, a margem caiu para 19,3% em 2020/2021 de 22% em 2019/2020.
Para alimentar o crescimento, a Sage pretende fazer aquisições em combinação com o crescimento orgânico (procura de novos clientes). O grupo gera bastante dinheiro e permanece pouco endividado.
Para o exercício de 2021/2022, esperamos lucros por ação de 28 pence contra 26,3 pence em 2020/2021.
A cotação recuperou depois de a administração ter anunciado melhores perspetivas. Aos níveis atuais negoceia em 28 vezes os lucros, um nível um pouco superior ao dos últimos anos, mas não é exagerado considerando os planos de crescimento. Manter.
Telefónica
A cotação da Telefónica subiu 6% com o anúncio da generosa oferta de aquisição (prémio de 46%) lançada pelo fundo norte-americano KKR sobre a congénere Telecom Italia.
Esta notícia mantém a dinâmica positiva que tem cercado as ações da Telefónica nos últimos meses, à medida que se registaram progressos na frente de redução da dívida, o calcanhar de Aquiles do grupo há muitos anos.
No espaço de um ano, foi reduzida em 32%, ou seja, quase 12 mil milhões de euros. Uma evolução possível com a venda, no início do ano, das antenas de retransmissão na Europa e América Latina por 7,7 mil milhões de euros e a criação de uma joint venture no Reino Unido entre a sua subsidiária móvel O2 e a operadora de cabo Virgin Media.
A nível operacional, os resultados do terceiro trimestre não revelaram surpresas e a Telefónica ainda espera, para 2021, uma estagnação do volume de negócios e dos lucros operacionais (depois de -3% e -14% em 2020).
Para os próximos anos, as perspetivas de crescimento dos lucros são fracas, nomeadamente em Espanha, o seu principal mercado (29% do volume de negócios), e onde a concorrência é particularmente forte.
Estimamos lucros por ação de 1,78 euros em 2021 (impulsionados por mais-valias com as alienações) e 0,4 euros em 2022.
O endividamento regressou finalmente a um nível razoável mas a perspetiva de crescimento dos lucros é demasiado fraca para comprar a ação. Manter.
Walt Disney
Em 2020/21 (o ano fiscal terminou no início de outubro), a Walt Disney obteve lucros por ação de 1,11 dólares. No último trimestre, os resultados por ação limitaram-se a 0,09 dólares, enquanto os investidores esperavam 2 a 3 vezes mais.
O negócio do parque de diversões, que antes da pandemia gerava quase metade do resultado operacional, está a recuperar, embora de forma mais lenta do que o esperado. O seu volume de negócios duplicou em relação a 2019/20.
No entanto, a rentabilidade continua a ser 30% inferior ao esperado (elevados custos fixos). Nas atividades de streaming, no quarto trimestre a plataforma Disney+ conquistou apenas 2,1 milhões de novos subscritores, contra uma média de 14 milhões por trimestre nos três anteriores.
De facto a pandemia causou atrasos na produção, provocou o adiamento de lançamentos e o cancelamento de inúmeros eventos desportivos.
Reduzimos as nossas estimativas de lucros por ação para o exercício de 2021/22 para 3,60 dólares, mas mantemo-los inalterado em 5,60 dólares para 2021/22. Os últimos resultados da Walt Disney foram algo dececionantes.
Contudo, a atividades relacionadas com os parques de diversões devem beneficiar da vacinação das crianças nos Estados Unidos. Relativamente ao streaming, a desaceleração deve ser temporária. Manter.
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