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Em destaque: Atenor, BNP Paribas, Bouygues, Telecom Italia, Vodafone
Há um ano - 23 de novembro de 2021Atenor
A nova vaga de covid na Europa ocidental não é tranquilizadora.
O processamento de pedidos de autorização, decisões de locação financeira e uma série de vendas em negociação pode revelar-se um pouco mais longos do que o esperado e perturbar o calendário de alguns projetos.
Mas, globalmente, o mercado residencial continua no bom caminho e a ocupação no mercado de escritórios continua a recuperar. O portefólio da Atenor abrange 33 projetos em 16 cidades e 10 países, num total de cerca de 1300 000 m², 24% dos quais terão sido construídos no exercício de 2021, é de alta qualidade.
Os resultados de 2021 serão superiores aos de 2020 e a política de dividendos (+3 a 5% ao ano) não está em causa. Comprar.
BNP Paribas
A cotação reagiu bem aos novos rumores sobre a venda do banco de retalho norte-americano Bank of the West. Pode encaixar 12 a 15 mil milhões de dólares.
Este montante poderia ser usado para comprar ações próprias e financiar investimentos.
Dada a falta de sinergias com o grupo, a saída desta atividade teria um efeito positivo na rentabilidade, mas reduziria o lucro do BNP Paribas em apenas 5%.
Resta a questão do comprador e o preço que estaria disposto a pagar.
Um IPO também é uma opção em cima da mesa. Comprar.
Bouygues
A Bouygues virou a página da covid. Nos primeiros nove meses, regressou a uma situação próxima da de 2019 no volume de negócios e na margem operacional (4,1%). Mas o grupo também sabe que o seu potencial de crescimento é limitado.
Recusando a desmantelar-se, opta pela ofensiva e a procura de sinergias. Anunciou recentemente a fusão da sua cadeia de televisão TF1 (n.º 1 em França) com o grupo M6 (n.º 3) numa entidade da qual deterá 30%.
Será que esta operação a protegerá melhor da concorrência da Netflix e da Amazon Prime? E ainda é necessária a aprovação do supervisor.
Mais significativo é o facto de ir comprar a Equans, uma subsidiária da Engie ativa nos serviços técnicos às indústrias (negócio esperado para o final de 2022).
A Bouygues está a pagar bem por este ativo, mas tem capacidade para elevar a sua rentabilidade operacional dos atuais 3% para mais de 5%.
Pela negativa, o grupo está endividar-se para realizar a aquisição. Não põe em risco a sua sustentabilidade mas, em caso de erros, pode afetar o generoso dividendo, um dos pontos fortes desta ação.
Até agora prudente na sua gestão, a Bouygues está a endividar-se para adquirir a Equans.
O sucesso é alcançável, mas os acionistas ficam com menos certezas sobre a generosidade futura dos dividendos. Manter.
Telecom Italia
Há poucos dias, após um profit warning a cotação da Telecom Italia foi penalizada. Agora deu-se uma reviravolta: a TI convocou um reunião extraordinária do Conselho de Administração porque o fundo americano KKR apresentou uma "manifestação de interesse" para ficar com a totalidade da empresa.
Antes de mais, a proposta do KKR já indica um preço de oferta (0,505 euros, um valor que a TI não atinge desde fevereiro de 2020 e face aos 0,3465 euros do fecho de sexta-feira significa um salto superior a 40%).
Não só isso: o KKR não parece ser o único interessado na Telecom Italia .Há também o fundo CVC, o que poderá desencadear uma batalha e um relançamento da cotação.
Há motivos para especular? Só se a valorização das ações se mantiver limitada poderá tentar uma aposta no sucesso da operação. Mas há uma série de riscos.
Em primeiro lugar, a oferta da KKR não é vinculativa e o preço de 0,505 euros é apenas indicativo. Segundo, a oferta dependeria da compra de 51% do capital, pelo que os grandes acionistas terão um papel.
O principal é a Vivendi (24% da TI) que considera a TI como uma participação estratégica a longo prazo. Além disso, ainda têm as ações da TI contabilizadas a mais de 1 euro, pelo que vender agora significaria encaixar uma forte perda.
O outro acionista importante é a Cassa Depositi e Prestiti (CDP), com quase 10%, mas o Governo de Roma ainda não se pronunciou. E além da participação detida através da CDP, o Estado italiano detém uma espécie de direito de veto em empresas consideradas estratégicas como a TI.
De momento, o Governo mantém uma posição neutra mas poderia colocar barreiras para travar as grandes manobras na TI. Em último lugar, mas não menos importante, não podemos esquecer os problemas estruturais da Telecom Italia: elevado endividamento, profit warning e, de um modo mais geral, a controvérsia sobre a atual administração, que levou vários diretores, antes desta notícia, a pedirem um Conselho extraordinário para discutir a deterioração das contas.
Para já, como se esperava, na segunda-feira as ações da Telecom Italia registaram uma forte subida. Chegaram a negociar a cerca de 0,43 euros, mais de 23% do que o valor de fecho de sexta-feira.
Em suma, a margem de especulação agora é muito reduzida, ao mesmo tempo que aumentam os riscos de entrada nas ações a estes níveis.
Ainda pode tentar uma aposta especulativa, mas apenas com pequenos montantes. Para o longo prazo, o conselho não muda. Manter.
Vodafone
A operadora registou um resultado semestral 2021/22 em linha com as nossas expectativas: subida de 6,5% dos lucros operacionais de 6,5 numa base comparável, impulsionadas por um forte desempenho na Alemanha, o seu principal mercado.
As metas para 2021/22 foram ligeiramente elevadas, mas as perspetivas de crescimento dos resultados a médio e longo prazo são demasiado baixas para considerar uma compra, apesar de a cotação estar no nível mais baixo nos últimos vinte anos.
O principal atrativo da ação continua a ser um bom rendimento do dividendo. Manter.
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