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2 ações para investir na saúde
Há 8 meses - 30 de novembro de 2021Novartis
Fundada em 1996 pela fusão dos dois históricos grupos suíços Ciba-Geigy e Sandoz, a Novartis está presente nos medicamentos sujeitos a receita médica (Farmácia; 81% das vendas) e em genéricos (Sandoz; 19% das vendas).
A Novartis já não está presente nas vacinas desde 2015 mas ainda aproveitou a pandemia, disponibilizando a sua capacidade de produção para a Pfizer-BioNtech fabricarem a sua vacina.
Divisão de Farmácia
A Novartis pode contar com a sua divisão de tratamentos inovadores, que cresceu 6% nos primeiros nove meses, incluindo o forte crescimento dos seus principais produtos Entresto (insuficiência cardíaca; +44%) e Cosentyx (psoríase; +22%). O grupo beneficia ainda de um bom portfólio de produtos oncológicos (Promacta/Revolade, Jakavi e Kisqali).
No entanto, perdas de patentes irão penalizar as vendas a partir de 2024. Felizmente o laboratório lançou produtos como o Kesimpta (esclerose múltipla) e o Leqvio (colesterol). A ascensão destes produtos e um bom pipeline ajudarão a limitar o impacto dos genéricos após a expiração das patentes.
Divisão Sandoz
É uma atividade que atravessa dificuldades devido à forte concorrência e pressão sobre os preços de venda. Um impacto que se faz sentir particularmente nos Estados Unidos. A margem operacional (11% em 2020) é menos de metade da de Farmácia (23,5%).
Tal como aconteceu à subsidiária oftalmológica (Alcon), separada e cotada em bolsa em 2019, a Novartis acaba de lançar uma revisão estratégica da Sandoz. Prelúdio para uma saída do grupo? Espera-se uma decisão até ao final de 2022.
Conselho
A Novartis está a focar-se nos medicamentos sujeitos a receita médica, que são mais rentáveis e cujo dinamismo impulsiona o crescimento. Os produtos recentemente lançados e o sólido pipeline ajudarão a limitar o impacto da perda de patentes. A Novartis não beneficiou da pandemia e a cotação está a perder 7,5% este ano (em euros). Com um rácio cotação/lucro de 16,2 para 2023 (20,5 no setor), a ação está atrativa. Comprar.
Roche GS
Fundada em 1896, a Roche está presente nos medicamentos com prescrição (Farmácia) e Diagnósticos. Estas atividades representam 71% e 29% das vendas respetivamente.
A Roche não está presente nas vacinas, mas o Ronapreve (tratamento contra a covid desenvolvido com a Regeneron) recebeu luz verde na Europa.
Divisão de Farmácia
Líder mundial de anticancerígenos, a divisão de Farmácia é afetada pela concorrência de biossimilares a três dos seus principais produtos (MabThera/Rituxan, Herceptin e Avastin). Assim, o volume de negócios manteve-se estável nos primeiros nove meses mas, desde o verão, a competição dos biossimilares diminuiu e veem-se sinais de recuperação após o impacto da pandemia.
As vendas da divisão voltaram a crescer: -9% no primeiro trimestre mas +4% no segundo e +5% no terceiro. A menor pressão dos biossimilares deverá manter-se em 2022. Além disso, a Roche tem, tal como a Novartis, um forte pipeline cujo número de produtos na fase final de desenvolvimento nunca foi tão elevado: 18 novas moléculas e 43 novas indicações.
Divisão de Diagnósticos
Líder mundial em testes in vitro (estudo de amostras de fluidos corporais) e a atividade de diagnóstico molecular (estudos genéticos) tornam a Roche precursora na medicina personalizada (tratamentos direcionados).
Impulsionado por uma procura dinâmica de testes covid-19 (testes PCR e rápidos), o volume de negócios desta divisão aumentou 39% nos primeiros nove meses. As campanhas de vacinação avançam, mas a pandemia ainda está presente e o número de pessoas infetadas aumenta à medida que o inverno se aproxima, daí a necessidade de testes.
A divisão também está a beneficiar da recuperação sólida de outras atividades (excluindo testes covid-19) que tinha sido penalizadas pelos confinamentos.
Conselho
Apesar do impacto dos biossimilares, a Roche tem um dos melhores pipelines para apoiar o crescimento. E a necessidade de diagnósticos básicos (mesmo excluindo os testes à covid) continuará a ser importante.
Ao contrário da Novartis, a Roche lucra com a pandemia graças aos testes e em breve ao tratamento Ronapreve. A cotação subiu 20,2% desde o início do ano. Uma valorização justificada pelas boas perspetivas. Com um rácio cotação/lucro próximo de 19,7 para 2023 (20,5 no setor), a ação ainda permanece atrativa. Comprar.
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