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Em destaque: Airbus, Berkshire, Repsol, Telecom Italia e UCB
Há um ano - 31 de agosto de 2021Airbus
A Airbus elevou a sua meta para 2021 depois de uma melhoria significativa dos resultados no segundo trimestre. Agora, o grupo aeroespacial espera a entrega de 600 aeronaves comerciais, contra 566 em 2020 e 863 em 2019. Se a recuperação mais rápida do que o esperado nos transportes aéreos nos leva a rever em alta as nossas previsões para 2021 e 2022, temos reservas sobre as ambições da Airbus a médio e longo prazo.
Para reduzir os prazos de entrega atuais, a Airbus quer aumentar a taxa de produção da Família A320 para 75 aeronaves por mês em 2025 (de 40 atualmente). Mas vários dos seus fornecedores, incluindo o fabricante de motores Safran, consideram-na demasiado otimista. Enfraquecidos pela crise, a maior parte contentar-se-ia com um período de estabilidade, antes de investirem em mais capacidade. Tendo em conta os limites de produção da cadeia subcontratada, a subida da cotação da Airbus desde o início do ano (+26%) parece-nos exagerada. Venda.
Berkshire Hathaway
A holding do famoso investidor norte-americano Warren Buffett continua a recuperar depois de um 2020 marcado pela pandemia. No segundo trimestre de 2021, o lucro cresceu 7% para 28,1 mil milhões de dólares.
Um resultado obtido graças ao bom desempenho das suas subsidiárias não cotadas: lucros +21% para 6,7 mil milhões de dólares. A maior parte destas atividades (caminhos-de-ferro, energia, indústria transformadora e distribuição) beneficiaram da forte recuperação dos EUA. Apenas o negócio dos seguros sofreu com o aumento dos sinistros face ao nível anormalmente baixo registado no segundo trimestre de 2020.
Do lado das cotadas, mesmo que a holding tenha sido uma vendedora líquida no segundo trimestre (2,1 mil milhões de alienações ,contra mil milhões de compras), o valor da sua carteira atingiu um novo recorde a 30 de junho: 308 mil milhões de dólares (+9,5% face ao final de 2020). A forte valorização das bolsas, incluindo a Apple (representa 40% do portefólio), contribuiu para essa evolução. Por último, apesar das novas aquisições de ações de 6 mil milhões de dólares entre abril e junho, a tesouraria da holding (144 mil milhões de dólares) manteve-se estável em comparação com o recorde alcançado no final de março.
Aumentámos a estimativa do valor intrínseco para a Berkshire Hathaway após resultados trimestrais fortes. O prémio atual é de apenas 7%, o que se justifica pelo desempenho histórico excecional da holding. Comprar.
Repsol
A petrolífera espanhola aumentou os seus objetivos de energia verde. Para 2025 prevê uma capacidade de 8300 MW de energia de baixo carbono contra 7500 MW anteriormente. A sua recente entrada no mercado norte-americano com a compra de 40% da Hecate Energy (energia solar) e a entrada em funcionamento do seu parque solar a sul de Madrid contribuem para o aumento da meta.
A colocação em bolsa de parte da sua atividade em energia verde e a entrada no capital dos parceiros continuam a ser necessários para financiar o desenvolvimento. Mas a queda da valorização neste setor parece estar a atrasar os anúncios. No imediato, estes investimentos não terão um impacto positivo nos lucros.
Por conseguinte, os resultados da Repsol continuam dependente dos hidrocarbonetos. O anúncio da redução do seu objetivo de produção em cerca de 5% na sequência dos problemas de produção constituiu uma pequena desilusão. No entanto, não reduzimos as nossas previsões de lucros por ação para 2021 (1,2 euros) e 2022 (1,5 euros) graças aos bons resultados do segundo trimestre, impulsionados pela subida dos preços dos hidrocarbonetos.
A cotação da Repsol ainda está abaixo do nível pré-pandemia. No entanto, os resultados estão a recuperar e o grupo gera um bom nível de fluxo de caixa. A incerteza sobre o preço do petróleo nos próximos meses explicam a desconfiança dos mercados. Manter.
Telecom Italia
Ainda antes da publicação dos resultados semestrais, a administração da Telecom Itália já tinha cortado as suas previsões para 2021. Uma notícia que não nos surpreendeu, mas os dados do semestre foram piores do que as nossas previsões. As receitas do segundo trimestre voltaram a crescer, ainda que ligeiramente, mas considerando todo o semestre, continuam em queda. A consequência desta evolução é que os primeiros seis meses de 2021 fecharam no vermelho, com uma perda de 0,01 euros por ação.
Assim, revemos em baixa as nossas estimativas: lucros por ação de 0,03 euros em 2021 e 0,04 euros em 2022. No entanto, houve boas notícias no que respeita à dívida que recuou para 17,4 mil milhões de euros. A recuperação das receitas no Brasil foi também reconfortante (+6,6% no primeiro semestre, +10,5% no segundo trimestre). Considerando estes dois últimos elementos, apesar de termos realizado um corte nas estimativas não alteramos o conselho: pode manter.
Os resultados semestrais desiludiram e levam-nos a reduzir as estimativas. No entanto, tendo em a diminuição da dívida e a recuperação das receitas no Brasil, o conselho não muda. Mantenha.
UCB
A UCB recebeu luz verde da Comissão Europeia para a comercialização do Bimekizumab contra a psoríase. Não é uma surpresa, dado que um comité da Agência Europeia do Medicamento já o tinha recomendado em junho. Espera-se que nos Estados Unidos se siga uma aprovação positiva nas próximas semanas.
O Bimekizumab, que também está a ser testado para outras indicações (dois resultados de fase III são esperados até ao final do ano), é o principal produto do pipeline do grupo. Terá de compensar as perdas de patentes da Vimpat (2022) e Cimzia (2024), que juntos representam mais de 60% das vendas. Não há espaço para más notícias. Vamos deixar de acompanhar esta ação. Venda.
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